quinta-feira, 5 de julho de 2012

A América alvinegra

por Lucas Ribeiro

As piadas desde ontem não têm mais razões para existir. Depois de 52 anos de história, a Libertadores viu o time mais popular, o Corinthians, do seu maior país participante, o Brasil, conquistar seu título. O time, aguerrido, foi uma soma de heróis: do zagueirão Leandro Castán, que na sua despedida, justamente a final contra o Boca, foi um gigante, passando por Fábio Santos, Danilo e Alex, o trio que já havia levantado a Libertadores por São Paulo e Inter, e chegando a Émerson Sheik, que marcou gols fundamentais na semi e na decisão. 

Devemos, contudo, destacar duas personagens que foram, literalmente, a alma alvinegra: o goleiro Cássio e o volante Paulinho. O primeiro foi o símbolo da arrancada corintiana, depois da eliminação da equipe no Paulistão, diante da Ponte Preta. Depois de falhas, o então dono da meta, Júlio César, cedeu lugar ao jovem arqueiro que chegou do PSV, onde estava no ostracismo. Com defesas fundamentais, virou rapidamente um ídolo da Fiel. 

Já Paulinho, por sua vez, foi o homem da regularidade. A vitória do Corinthians sobre o rival Santos na semifinal foi a consolidação do camisa 8 no time do Parque São Jorge. Puxando contra-ataques, marcando e jogando com uma tremenda disposição, esteve com espírito de campeão. Além do mais, se já não bastasse essa atuação de gala, foi o ponto de equilíbrio corintiano numa Libertadores onde o técnico Tite, ainda ajudado pelo triunfo europeu do Chelsea na sua inspiração, armou um time voluntarioso taticamente. 

Falando do treinador alvinegro, ele pode estar longe de ser o melhor treinador da América, posição ocupada hoje, com vários quilômetros de distância em relação ao gaúcho, por Jorge Sampaoli, da Universidad de Chile, mas se tornou um nome fundamental para que o Corinthians se reerguesse depois da traumática eliminação na Libertadores passada, contra o colombiano Tolima. Bancado pela diretoria, elevou o espírito de todos, ao motivar uma equipe, que, apesar de perder os experientes Roberto Carlos e Ronaldo, ao final do ano conseguiria chegar ao seu quinto título brasileiro. 

Para concluir, parabéns ao Corinthians! O título serve para tirar o peso das costas do centenário clube paulistano, que, pela sua grandeza, se colocou na obrigação de ganhar a copa mais importante das Américas. E, apesar de demorado e sofrido, mais precisamente depois de meio século, como todo corintiano gosta, ele veio!

DESTAQUES


Seleção da Libertadores 2012 

Cássio (Corinthians): já explicado acima.
Roncaglia (Boca Juniors): bom lateral-direito. Marca e apóia com competência.
Schiavi (Boca Juniors): imprimiu segurança e, com os seus 39 anos, experiência à defesa xeneize.
Castán (Corinthians): além da regularidade ao longo da campanha, foi um leão na final.
Papa (Vélez): há anos o melhor lateral-esquerdo do continente. Menção honrosa ao jovem Mena, da La U.
Ralf (Corinthians): esteio do meio-campo corintiano. Se completa com Paulinho.
Paulinho (Corinthians): principal destaque da Libertadores.
Riquelme (Boca Juniors): depois de cinco anos, voltou a ser o ponto de equilíbrio de um Boca que novamente chegou à final da Libertadores.
Émerson (Corinthians): partidaças contra Santos, na Vila, e contra Boca, no Pacaembu.
Pabón (Atlético Nacional): bom centroavante. Já acertado com o Parma, da Itália.
Neymar (Santos): apesar de ter desaparecido quando o Peixe mais precisou dele, conseguiu se consagrar como um dos artilheiros da Libertadores.

Técnico: Tite (Corinthians): pelos motivos falados acima. Não é o melhor da América, mas teve importância capital na montagem de um grupo fechado.



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