quinta-feira, 26 de julho de 2012

Atlético Goianiense 4 x 3 São Paulo - Análise

por Lucas Ribeiro

Quem esperava uma reação dupla do São Paulo diante dos times que estão na parte debaixo da tabela (Figueirense e Atlético Goianiense) se decepcionou. Apesar da relativamente convincente vitória em Santa Catarina, no domingo, o time se perdeu ontem, no Serra Dourada. Mesmo tendo quase encostado no placar (o golaço de Rafael Tóloi chegou a dar esperanças até ao mais descrente dos torcedores), o tricolor demonstra uma letargia crônica, a qual, apesar das minhas reticências em relação ao treinador, Ney Franco é incapaz de solucionar, e que, mais uma vez, provou, por mais perto que a equipe esteja dela, a inviabilidade para uma vaga na Libertadores do ano que vem. 

Os paulistas entraram em campo no 3-5-2, assim escalado: Dênis; Rhodolfo, Tolói e Édson Silva; Douglas, Denílson, Maicon, Jádson e Cortez; Ademílson e Willian José. Já o interino Jairo Araújo lançou ao gramado um time baseado no 4-4-2, com os seguintes atletas: Márcio; Marcos, Reniê, Gabriel e Eron; Marino, Hernandes, Joílson e Wesley; Patric e Ricardo Bueno. Quem começou mandando na partida, por mais irônico que seja, foram os visitantes, que se mandaram bem ao ataque com os dois alas, auxiliados por um Denílson ofensivamente inspirado. Aos 16, contudo, o Dragão começou a mandar a vaca são-paulina para o brejo: depois de falha bizonha do seu camisa 3 (Tolói), Marino ficou livre para cabecear e marcar 1 a 0 Atlético. 

Abalado, os atletas tricolores diminuíram o ímpeto e começaram a assistir um anfitrião que mais parecia estar brigando pela liderança, e não contra o rebaixamento. Nove minutos depois, em um pênalti discutível, o goleiro Márcio converteu o segundo tento atleticano. O terceiro, marcado por Patric aos 30 e novamente nascido numa jogada aérea, só expôs ainda mais a fraqueza defensiva paulista na bola parada. O gol, de puro oportunismo, feito por Ademílson, aos 41, daria novo alento ao São Paulo se não fosse uma bobeada de Rhodolfo, que geraria a quarta bola goiana na rede, em apenas meio tempo de jogo.

Ney Franco voltou do intervalo com Casemiro em lugar de Édson Silva e de Rodrigo Caio em lugar do pendurado Douglas. Logo depois de boa jogada, o camisa 28 seria derrubado dentro da área; Jádson, em um de seus poucos momentos positivos na partida, diminuiu a desvantagem. Aos 17, enfim, depois de um petardo, Tolói fez o terceiro, mas nem a blitz instaurada no campo do adversário foi capaz de levar o São Paulo ao empate. 

Apesar de projetar a entrada no G-4 com a conquista de seis pontos nos próximos dois jogos, em casa contra Flamengo, no domingo, e Sport, dia 5, Franco sabe das homéricas dificuldades que tem em mãos. O interino Jairo Araújo, por sua vez, que fica no cargo atrelado a bons resultados, dá uma sobrevida ao Atlético, que agora enfrenta o Sport, dia 29, e o Botafogo, no sábado seguinte. 


DESTAQUES


BOLA CHEIA

gana do Atlético Goianiense - apesar de estar enfrentando um time apático, fazer quatro gols em 45 minutos não é tão fácil, ainda mais contra o São Paulo, como parece. Se atuar daqui pra frente com metade da disposição de ontem, o Dragão se salva da degola.

Ademílson/Denílson (São Paulo) - o primeiro apareceu muito pouco (ficou isolado no ataque ao lado de um inoperante Willian José), mas, assim como no domingo, está sempre na hora certa e no lugar certo e marca seu segundo gol em sua segunda partida como titular no São Paulo. Já Denílson esteve inspiradíssimo e, quando subiu, ajudou demais o time. Vive, em oposição à do time, boa fase. 


BOLA MURCHA

defesa do São Paulo - sem sombra de dúvidas, a pior partida de Rhodolfo com a camisa são-paulina. Se Tolói ainda se redimiu com um golaço, Édson Silva vai, cada vez mais, se queimando com a torcida tricolor.

Jádson (São Paulo) - já virou figurinha carimbada nessa seção. Jogar mal não é o problema (ele seria absolvido perto de Paulo Miranda, de Maicon, de Édson Silva e cia. limitada), mas sim jogar mal em troca de, repito, 5 milhões de euros e da expectativa de boa parte da torcida são-paulina, que achava que com Jádson uns 70% das dificuldades na armação seriam resolvidos. 

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