quarta-feira, 11 de julho de 2012

Corinthians: um clube (e uma empresa) bem-sucedido

por Lucas Ribeiro

Falar sobre isso agora, uma semana depois da conquista da Taça Libertadores, parece apenas confirmar o sucesso corintiano dentro (como clube) e fora (como empresa) dos gramados. Desde que se livrou da parceria com a MSI, em 2007, e, principalmente, retornou à Série A, em 2008, o Corinthians passou a respirar novos ares. 

O planejamento começou a ser realizado visando ao clube como uma empresa. As primeiras campanhas, as mais ousadas naquele momento pós-rebaixamento, foram o lançamento da terceira camisa, roxa, e da camiseta que se tornaria clássica entre os torcedores: a do EU NUNCA VOU TE ABANDONAR. Assim, sob o trabalho de Mano Menezes, que havia chegado à final da Libertadores de 2007 com o Grêmio, e com a contratação de nomes de confiança do treinador, casos de Alessandro e William, o Timão retornou à Série A sem maiores problemas e ainda conseguiu um vice-campeonato de Copa do Brasil, quando foi derrotado pelo Sport Recife. 

Com uma base já sólida, 2009, por sua vez, presenciou uma estratégia ainda mais arrojada em relação à do ano anterior: a contratação de Ronaldo. Apesar da má fase no Milan, da Itália, o eterno camisa 9 da seleção trouxe milhares de holofotes ao Parque São Jorge, inclusive internacionais. Assim, apesar de boa parte dos contratos de publicidade ficarem com o jogador, o Corinthians conseguiu fechar um belíssimos contratos de patrocínios, com Multimarcas e Baú da Felicidade, contratos estes que já serviam como embrião de uma marca com bastante potencial. Os títulos paulista e da Copa do Brasil, com Ronaldo brilhando nas decisões, serviram para selar o sucesso das parcerias.

A classificação para a Libertadores do ano seguinte fizeram o clube se reforçar com o também pentacampeão Roberto Carlos, vindo do futebol turco. Porém, com o craque dentuço entrando em declínio, o Corinthians fez uma temporada menos empolgante para o torcedor, que viu a eliminação do alvinegro nas oitavas-de-final da Libertadores, diante do Flamengo, em pleno Pacaembu, e a perda do título brasileiro na última rodada do certame, quando empatou com o Goiás e foi obrigado a cair para a terceira posição, resultado que obrigaria o time a disputar a Pré-Libertadores do ano seguinte. Como empresa, porém, os resultados ainda se mantinham bastante satisfatórios. 

Em 2011, já sob o comando do Tite, ocorreria a talvez mais dramática eliminação dos 102 anos do clube: a empreendida pelo colombiano Tolima, na fase anterior à de grupos da Liberta. O treinador gaúcho, como bem sabido, apesar de pouco eficiente como estratagema, recuperou o astral do grupo e, depois de vários percalços ao longo da competição, levou o Corinthians ao seu quinto título nacional, conquista esta que daria ao Timão o direito de disputar automaticamente a fase de grupos da principal competição sul-americana. 

E assim começou 2012. Apesar do contrato com a Multimarcas próximo do fim, a boa campanha na Libertadores fez com que a diretoria assinasse milionários patrocínios de ocasião com Magazine Luiza e Iveco, que, inclusive, estampou a camisa corintiana na decisão contra o Boca Juniors. Nem vamos aqui discutir a polêmica que envolve a construção do Itaquerão e nem os tiros no escuro dados, por exemplo, com a contratação do chinês Zizhao, que até agora esteve mais no departamento médico, mas é fato que o título sul-americano foi alcançado depois de bastante preparo administrativo da cúpula alvinegra.

Por mais que pareçam balela, as contratações já ventiladas de Tevéz e Ibrahimovic, como bem lembrada por Luiz Carlos Silva, financeiramente podem ser viabilizadas. Falo financeiramente porque, afinal, o Corinthians, nesse meio tempo, chegou a ter a quinta camisa mais "cara" do futebol mundial. Em questão de mídia ainda precisamos evoluir no Brasil e, ao contrário de Forlán e Seedorf, aqueles citados têm ainda mercado na Europa. Mas, depois do que aprendeu com a vinda de Ronaldo, o Corinthians pode ser o primeiro a abrigar um jogador tido como de ponta no Velho Continente em solo tupiniquim...


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