sexta-feira, 13 de julho de 2012

Corinthians x Palmeiras: análise dos campeões

por Lucas Ribeiro 

O ídolo e ex-goleiro Marcos já deixou seu recado. O título da Libertadores, que já tinha garantido o Corinthians na edição do ano seguinte, alvoroçou a torcida palmeirense, que, depois da conquista da Copa do Brasil, vê com expectativa um possível confronto com os maiores rivais no mais importante campeonato sul-americano. Mas, deixando as paixões de corintianos e alviverdes de lado, o que ambos os times têm de semelhante e de diferente? Abaixo, faremos uma análise das duas equipes, destacando seus pontos fracos e fortes. Taticamente, Corinthians e Palmeiras possuem desenhos muito parecidos. Repare:


Tendo as escalações das decisões, respectivamente, da Copa do Brasil e da Libertadores, como base de análise as equipes atuam em um falso 4-2-3-1. Podemos reparar no posicionamento dos dois coringas (Jorge Henrique, do lado alvinegro, e João Vitor, do alviverde): nenhum dos dois atletas é inteiramente meia ou inteiramente volante. Gostaria, por isso, de destacar, pelo lado corintiano, o desenho do meio-campo no primeiro jogo das semifinais, contra o Santos, quando JH virava um marcador. Ei-la: 

Aqui, o camisa 23 do Timão, como podemos ver na parte inferior da imagem, compõe a linha de três defensores no meio-campo da equipe, junto com Ralf e Paulinho. A defesa, consistente na Libertadores inteira, fecha com os seus quatro componentes (Alessandro, Chicão, Castán e Fábio Santos). Só que, ao contrário de João Vitor, que é um volante de ofício, o corintiano, por ter sido um atacante no início de carreira, acaba tendo mais capacidade ofensiva. 

Entretanto, quando é preciso impor velocidade no adversário, o Palmeiras acaba tendo mais trunfos que os rivais. Maikon Leite e o brilhante achado Mazinho são importantes "talismãs" no time de Felipão. Este último, inclusive, foi o nome que saiu do banco para, na base do corre-corre, ser decisivo contra o Grêmio, em pleno Olímpico. Acompanhe, abaixo, a jogada do primeiro gol alviverde naquela partida. 


Percebendo a desatenção da retaguarda gremista, Mazinho, que entrou aos 40 minutos do segundo tempo na partida, penetrou na clareira deixada pelos zagueiros gaúchos, e anotou o tento que talvez tornaria o segundo, e a consequente classificação, possível. Além do mais, o Verdão, com os rápidos Artur e Juninho nas laterais, tem mais poder de fogo pelos flancos. Do lado corintiano, por seu turno, podemos destacar a forte compactação. O Timão consegue se defender, com qualidade, somando de sete a oito atletas. A sua defesa, praticamente inexpugnável, não sofreu gols em casa na Libertadores.

O Palmeiras, apesar de ter levado apenas seis gols durante toda a Copa do Brasil, média pouco menor que 0,5 gol sofrido por jogo, já que realizou 11 partidas até o título, deixa a desejar no quesito defesa. Na primeira partida da decisão, a dupla de zagueiros Maurício Ramos e Thiago Heleno deu alguns sustos ao torcedor com erros primários em, por exemplo, saídas de bola. Pode ser que com a fixação do seguro Henrique na cabeça-de-área o time adquira mais consistência atrás. 

Assim, concluímos que mesmo com o constante reforço de Tite, que diz pertencer à escola de Ênio Andrade, treinador que visa mais à ofensividade, enquanto Felipão é adepto de Carlos Froner, técnico que era mais propício a um jogo mais "destruidor", Corinthians e Palmeiras diferem não muito na estrutura tática, mas na mentalidade a partir do esquema: enquanto o ex-volante de Guarani e Portuguesa opta pela compactação, o ex-zagueiro de pequenos clubes gaúchos, quando se vê em apuros, lança seus "velocistas" a campo. Mas até 2013 muita água vai rolar. É, como já dito no último post, esperar para ver. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário