segunda-feira, 2 de julho de 2012

O poderoso chefão

por Lucas Ribeiro

Segundo o dicionário Michaelis, paternalismo é: "1 Regime da autoridade do pai. 2 Sistema social de relações paternais entre chefe e subordinados, como se fossem estes uma família tutelada por aquele." Geralmente adotado por lideranças autoritárias, como a de Getúlio Vargas no período do Estado Novo, quando o "pai dos pobres" (epíteto já bastante sugestivo) instaurou uma relação direta com as diversas classes sociais, sem intermediários, também como um paternalista se comportou Juvenal Juvêncio depois da vitória são-paulina, por 3 a 2, sobre o Cruzeiro, no sábado, no Estádio Independência, em Belo Horizonte. 

O mandatário tricolor invadiu o gramado, como se tivesse sido o artífice da vitória, a partir de uma reunião organizada entre ele e os atletas antes do confronto. Não podemos, é claro, tirar os méritos do (eterno) interino Milton Cruz em colocar um time mais propício à velocidade dos laterais-alas Douglas, na direita, e Cortez, na esquerda. Ambos foram responsáveis por puxar os paulistas à frente, causando constante dor de cabeça aos mineiros, que, em casa, ousavam mais no ataque. 

Entretanto, a trinca defensiva, que teoricamente daria mais segurança à meta tricolor, baseada nos frágeis Paulo Miranda e Édson Silva - por sábado ainda podemos dar certo crédito a João Filipe (o Blackenbauer de outrora) - falhou e deu espaço para que o Cruzeiro chegasse a seus dois gols, ambos anotados por Rafael Donato, em erros cometidos pelo ex-defensor do Figueirense. Contudo, não que seja favorito ao título, longe disso, mas os três pontos conseguidos fora do Morumbi dão mais segurança ao São Paulo, que pode se fixar definitivamente na briga pela Libertadores-13. 

Voltando a Juvêncio, o "responsável" por levantar os ânimos atléticos dos jogadores, temos que nos manter alerta: para quem rasgou o estatuto, e fica pelo menos até 2014 no poder, os oito anos de Estado Novo, novamente falando de Vargas, podem parecer "fichinha"...

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