sábado, 21 de julho de 2012

Reforços de fim da janela de transferência - Análise

por Lucas Ribeiro

Ontem a janela para transferências internacionais fechou no futebol brasileiro. O São Paulo, na noite dessa sexta, ainda conseguiu fechar com Paulo Assunção, do Atlético de Madri, e encerrou o ciclo de contratações de atletas de fora. Vamos, a seguir, analisar como os novos reforços entrarão nos esquemas táticos dos seus respectivos novos clubes. Comecemos com o Corinthians, que contratou dois estrangeiros: o peruano Guerrero, que estava no Hamburgo, da Alemanha, e o argentino Martínez, que fez belíssima Libertadores pelo Vélez Sarsfield e era cobiçado por vários outros grandes brasileiros. 

O primeiro citado vem para atuar como centroavante. Dono de relativo sucesso, mas atualmente em baixa,  na Bundesliga, o camisa 9 da seleção do Peru se assemelhará, no desenho tático, ao que Liédson representou em 2011 e, indo mais longe, ao que Ronaldo foi em 2009 e 2010. Veja abaixo:


Com os jogadores que estavam no clube quando do título da Libertadores, à exceção do negociado Alex e do também recém-chegado Martínez, que analisaremos em breve, Tite pode escolher entre um meio-campo mais cadenciado (com Danilo fazendo às vezes de camisa 10) ou um mais veloz, apostando no mais driblador Douglas e no arisco Romarinho. O argentino, assim, chega para confundir a cabeça do treinador gáucho. Acompanhe a seguir:

Martínez deve cair como uma luva atuando pelo lado esquerdo do meio-campo alvinegro. A questão é: será que para colocar os dois reforços internacionais, Tite abrirá mão de Sheik, tão fundamental no título sul-americano? Creio que não e, para isso, o comandante alvinegro vai, certamente, inaugurar até o Mundial um sistema de rodízio, para entrosar melhor o time até a agora competição corintiana no ano. 

O Santos, por sua vez, vai de João Pedro, volante brasileiro que se destacou no uruguaio Peñarol mas que pertence ao Palermo, da Itália, e de Patrício "Patito" Rodríguez, jovem argentino que vinha brilhando no Independiente e, a exemplo de Martínez, era perseguido por outros gigantes brasileiros. João Paulo é um volante ousado, de chute forte. Creio que no esquema de Muricy ele componha a terceira linha do 4-1-2-1-2 com Arouca, que recentemente, principalmente depois dos desfalques para as Olimpíadas, adquiriu funções mais ofensivas. Veja: 



Seu concorrente será Henrique, que, apesar de não comprometer, deve entrar também numa espécie de rodízio com o jogador proveniente do futebol uruguaio. Já Patito, que também pode atuar como ponteiro, deve ser fixado, com a iminente saída de Ganso, na armação do alvinegro praiano. Acompanhe:


No Palmeiras, Obina, de volta da China, deve ser opção para a camisa 9. O ídolo Barcos e Betinho, que fez bom papel na final da Copa do Brasil, vão ter prioridade sobre o baiano, que consolidou seu carisma junto aos palmeirenses na sua primeira passagem, em 2009, quando marcou três gols num jogo contra o rival Corinthians. 

No São Paulo, o último dos paulistas a confirmar reforço, Paulo Assunção chega para atuar no meio-campo. Acho que foi uma contratação equivocada por parte da diretoria, mais por questão de utilidade (afinal, o tricolor tem, para jogar como volante, Denílson, Casemiro, Rodrigo Caio, Cícero e Wellington,  que em breve retorna de contusão, isso sem citar os meninos da base) do que por condição técnica do jogador. Contudo, o ex-palmeirense, que teve sucesso no futebol português, chegando quase a se naturalizar para atuar pela seleção daquele país, deve fazer às vezes de cabeça-de-área. Ney Franco deverá, por sua vez, assim armar o ferrolho são-paulino:




Depois de analisar o quarteto, o Corinthians, apesar das perdas de Alex e Castán, e de não ter conseguido o zagueiro que desejava, o chileno Rojas, da La U, conseguiu bons reforços e, para a disputa do Mundial, se mantém como o mais forte dos paulistas, seguido de perto do Santos, que fechou com o bom volante João Pedro, nome de seleções brasileiras de base, e a revelação argentina Patito Rodríguez. 

O Palmeiras, já garantido na Libertadores de 2013, apostou na manutenção do grupo e deve realmente contratar para a próxima temporada, quando Felipão estudará melhor as necessidades do grupo. A manutenção de Valdívia, que, depois de um sequestro, ameaçava deixar o Brasil, por si só, já é um importante alento. 

O São Paulo, dentre os quatro, foi o que mais deixou a desejar. Depois de ter ficado bem perto de Dudu, meia da seleção sub-20 que conquistou o último Mundial da categoria, de Lugano e Carlos Eduardo, segundo rumores, acertou apenas com Paulo Assunção, um jogador atualmente quase sem mercado na Europa e que não atua numa posição onde o tricolor sente mais carência, que seriam a armação e o ataque. 


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