terça-feira, 28 de maio de 2013

O pós-Neymar

por Lucas Ribeiro

Neymar fez, neste domingo, seu último jogo com a camisa do Santos, no empate insosso diante do Flamengo, em Brasília. O Peixe, assim, acaba com dois saldos, positivos, por sinal: o dos títulos, principalmente o tri da Libertadores, competição a qual o clube não levantava havia 48 anos, e o dos €28 milhões que o clube tem direito por ser proprietário de 55% dos direitos da Joia.

Dessa modo, fica a dúvida: qual será o legado de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, mandatário alvinegro, na era pós-Neymar? Se Marcelo Teixeira, seu antecessor, se perdeu um pouco no comando do time depois da venda de Robinho, LAOR será capaz de montar times de alto nível para que o Santos continue competitivo?

A crítica é a de que o time de 2013, apesar de vice-campeão paulista, é o mais fraco desde 2010, quando oficialmente foi inaugurada a era então vigente antes da saída do camisa 11. Apesar da chegada de Montillo e das manutenções de Rafael, Arouca e Léo, o time ainda patina e não encontrou a estabilidade ideal. Alguns reforços, como André, já no Vasco, e Guilherme, lateral que brilhou no Figueirense, não vingaram, mas, em contrapartida, outros, como Renê Júnior e Cícero, vêm demonstrando um potencial além do esperado. A saída de outras estrelas da companhia, como Ganso e Elano, também corroboram com a possbilidade de o Santos sentir ainda mais a falta do craque.


Com o dinheiro, é possível que Robinho retorne à Baixada Santista. Mas, pelo que vem jogando no Milan (ou melhor, pelo que não vem jogando), seria o Rei das Pedaladas um nome substancial para substituir Neymar? Na sua breve segunda passagem pelo Santos, em 2010, o herói do título brasileiro de 2002, apesar da má fase, se superou e demonstrou um belo futebol. Contudo, assim como a incerteza do sucesso da Joia no Barça, na Vila tudo parece assumir, a partir de agora, um ar de incógnita...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por quê, Juvenal?

por Lucas Ribeiro

O São Paulo venceu bem ontem a Ponte Preta, por 2 a 0, fora de casa e com um a menos? Sim. Tem nomes interessantes no elenco, como o convocado para a Copa das Confederações Jádson, além de jogadores de bastante potencial, como Ganso, Lúcio, Osvaldo e Luís Fabiano? Sim. Mas o que acontece neste clube que, a despeito de alguns bons atletas, selecionáveis, inclusive, no plantel, e que ganha uma estreia num campo onde o mandante costuma ser pouco batível, parece, mesmo sob os olhos dos torcedores mais otimistas, pouco favorito ao título brasileiro? 

Devemos destacar o principal dos motivos: a mentalidade, mentalidade esta instalada desde 2006, quando Juvenal Juvêncio, depois de 16 anos, retornou à presidência. Diretor de futebol na anterior era vencedora, do falecido Marcelo Portugal Gouvêa, quando o São Paulo levantou, como troféus de maior relevância, uma Libertadores e um Mundial, tornando-se no geral tricampeão de ambos os torneios, JJ se esqueceu, num primeiro momento, que os clubes, já mais armados ante a Lei Pelé, evitariam, graças a contratos mais longos, estocadas de rivais a atletas que outrora teriam vínculos próximos do fim. 

Assim, mantendo a política do "bom e barato" do antecessor, que levou ao Morumbi vários bons atletas do Goiás, como Fabão, Josué, Danilo e Grafite, além de peças fundamentais, como Mineiro, Amoroso e Aloísio, o atual mandatário se viu com menos boas opções no mercado: enquanto rivais fechavam com atletas do nível de Deco e Fred (Fluminense), Forlán (Internacional), Seedorf (Botafogo) e Montillo (Santos), JJ não se cansava em bater na tecla do "baixo custo". 

A contratação de Paulo Henrique Ganso, no último semestre de 2012, contratação esta conseguida graças à captação dos recursos da venda de Lucas para o Paris Saint-Germain, da França, parecia ter feito com que o dirigente se tornaria mais gastador. Até se tornou, com a vinda, para a atual temporada, do zagueiro Lúcio, ainda cobiçado pelo mercado europeu, mas a política, se mudou, mudou para um víés também errado: para Marco Aurélio Cunha, provável adversário de Juvêncio nas urnas para o cargo mais importante do clube em 2014, o pentacampeão só chegou ao São Paulo em detrimento da vinda do uruguaio Lugano, ídolo tricolor. 

Segundo Cunha, a liderança exercida por La Tota, tanto dentro e fora de campo, e principalmente exercida durante um período de glórias, anterior à sua administração, pesou. A desculpa alegada, de altos salários, fora desmistificada pelo médico, que duvida numa alta pedida de Lugano.

Ou seja, os mandatos de JJ vêm, aos poucos, provando sua ineficácia como líder de um clube da grandeza do São Paulo. Além de, por uma razão óbvia (os melhores atletas quererem ganhar melhores salários), ter enfraquecido o time diante de rivais mais dispostos a gastar, e consequentemente a montar elencos melhores e CAMPEÕES, adota-se também uma tônica política em contratações. Lamentável!

domingo, 26 de maio de 2013

Gigante Bayern

por André Gobi

O futebol europeu tem um novo rei. É o Bayern de Munique. Depois de vencer o Borussia Dortmund no último sábado, 25/05, o time bávaro garantiu o seu quinto título da Uefa Champions League, jogando no belíssimo estádio Wembley, em Londres.

O jogo foi uma das melhores finais da Champios das últimas edições, com chances para as duas equipas. Os goleiros foram sensacionais. Neuer (Bayern) e Weidenfeller (Dortmund) foram muito acionados durante a partida e mostraram os grandes arqueiros que são. Defesas importantes e difíceis ao longo de todo jogo poderiam garantir o título de melhor da partida para qualquer um dos dois, talvez, com maior mérito no final a Neuer, por ter saído vitorioso e levado apenas um gol no jogo.

No entanto, a estrela da noite estava reservada para outro jogador, para o holandês Arjen Robben. O jogador que carregava a fama de não ser um jogador de decisões, de sempre falhar nos momentos decisivos (vide Copa do Mundo de 2010 e final da mesma Champions na temporada 2011/2012) parecia que, novamente, faria um jogo aquém do esperado. Perdia boas chances de gol, pecando pelo preciosismo ou falta de capricho nos lances capitais.

Mas Robben não merecia passar por isso outra vez, não depois do que jogou durante toda a temporada. E aos 15 minutos da etapa final, deu passe para Mandzukic abrir o placar, após bela jogada do francês Ribéry. O Dortmund que havia sido melhor no primeiro tempo precisaria correr atrás do gol. E ele veio 7 minutos depois, após zagueiro brasileiro Dante cometer um pênalti grosso em Reus. Gundogan cobrou e empatou a partida. O jogo era de tirar o fôlego.

O Bayern se mostrava melhor durante toda a segunda etapa, e aos 44 minutos, ele, Robben, tão criticado por todos (até e, principalmente, pela própria torcida bávara) teve seu momento de glória e redenção. Depois de outra boa jogada de Ribéry, Robben tocou na saída de ótimo Weidenfeller e colocou números finais no jogo, com direito a desabafo e emoção do herói. E com toda justiça.

O Borussia é um ótimo time, com um ótimo treinador e uma torcida linda que faz a diferença. Caiu em pé. Alguém sairia derrotado na final e, no geral, apesar de ser uma equipe muito forte, é inferior ao Bayern. Está no caminho certo, não foi uma temporada com conquistas, mas mesmo assim foi positiva, apresentando um futebol envolvente e muito forte.

A trajetória do título do Bayern começou há mais ou menos um ano atrás, na dramática noite na Allianz Arena, quando em casa, perdeu o título para o Chelsea. Contratou algumas peças e manteve as principais. Com Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Ribéry, Robben e, claro, o técnico Jupp Heynckes, o Bayern foi o melhor time da competição. Após aplicar um sonoro 7 a 0 no Barcelona, seria injusto não levar a taça. Não deu chances para o azar, atropelou sempre que teve a oportunidade para não correr riscos.

Ainda vale comentar a linda festa de abertura, remontando aos tempos medievais, encenando uma batalha. Embora sempre haja confusão entre torcidas, as mesmas (dentro do estádio) fizeram uma linda festa, principalmente a “muralha amarela” de Dortmund. O que esses fãs fazem é uma demonstração de amor pelo time rara de se ver. A final foi digna do seu tamanho. As duas equipes buscaram vencer e causaram deleite aos apaixonados por este esporte. Agora, resta aguardar a próxima temporada começar. Que venha logo!

sábado, 25 de maio de 2013

Seleção da UEFA Champions League 2012-13

por Lucas Ribeiro

Goleiro:

Neuer (Bayern) - Extremamente seguro entre as três traves, vem provando que, apesar da pouca idade (26 anos), tem tudo para escrever o nome na história do futebol. Menção honrosa a Weidenfeller, do vice Borussia Dortmund, responsável por fazer uma excelente final.

Lateral-direito:

Lahm (Bayern) - Além da liderança (atual capitão bávaro), é técnica e taticamente fundamental ao esquema de Jupp Heynckes. 


Zagueiros: 

Thiago Silva (PSG) - Mais uma vez prova que é o melhor defensor do mundo. Apesar de ter sido eliminado nas quartas-de-final com um time que renasceu, e vendeu caro sua eliminação ao Barça, é imbatível no posicionamento, técnica e serenidade.


Hummels (Borussia) - Assim como Silva, é extremamente técnico e, mesmo com poucos 25 anos, sabe jogar nos atalhos, graças à sua inteligência no posicionamento. Assim como Neuer, tem tudo para escrever seu nome nesta nova geração, excelente, do futebol alemão.

Lateral-esquerdo:

Alaba (Bayern) - Jovem (20 anos), foi fundamental às estocadas ofensivas do Bayern. Rápido e dono de um fortíssimo chute, torçamos para que mantenha o bom futebol e, ao contrário de vários outros atletas que atuavam em seleções com pouco potencial, consiga disputar uma Copa do Mundo por sua Áustria. 

Volantes:

Martínez (Bayern) - Pela Champions que fez, provou que pode pleitear por mais oportunidades como titular na seleção espanhola, desbancando muito provavelmente Xabi Alonso e atuando ao lado do cracaço Xavi. Alto, bom no jogo aéreo, elegante e excelente marcador, é um volante praticamente completo. 

Gundogan (Borussia) - Foi importantíssimo na reta final da Champions, fazendo excelentes jogos diante do Real Madrid, nas semifinais. Outro que, se mantiver a regularidade, será um nome de sucesso na seleção alemã. Menção a Schweisteiger. 

Meias:

Ribéry (Bayern) - A dúvida era entre ele ou Götze. Mas Ribéry, como sempre, é aquele que é fundamental sem parecer fundamental. Em todos os gols bávaros, ou quase todos, seu pé aparece, e sob estes reside a cadência ofensiva do time. E menção honrosa, é claro, ao Wonder Kid do Westfallenstadion, que atuará ao lado do francês na próxima temporada. 

Müller (Bayern) - Assim como Ribéry, é fundamental sem querer sê-lo. Dono de excelente visão de jogo e de dribles táticos, faz como poucos, no atual futebol, o elemento surpresa. 

Robben (Bayern) - Vencendo o estigma das finais de 2010 e 2012, resolveu jogar o que pode e ser decisivo. Só seu gol aos 43 do segundo tempo na final já o credenciaria a estar na seleção da UEFA.

Atacante:

Lewandowski (Borussia) - Muito provavelmente o melhor centroavante do mundo hoje. O polonês acabou com o Real Madrid, ao marcar os quatro gols da vitória em Dortmund, e seu quase instintivo poder de finalização corroboram tal consideração.

Técnico:

Jürgen Klopp (Borussia) - Aqui o ocupante poderia ser Jupp Heynckes, que deixa o futebol com o título mais importante do futebol interclubes do mundo. Mas Klopp se preparou quase que minuciosamente para o dia de hoje: assumiu um Borussia desacreditado, muito longe daquele poderoso time de meados dos anos 1990, e, com investimentos quase exclusivos nas categorias de base, revelou talentos como Hummels, Götze,  Gundogan, Schmelzer, entre outros. Passou, com isso, de promessa dos tempos do Mainz a um técnico de nível mundial. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Juvenal sendo Juvenal

por Lucas Ribeiro

Na última sexta-feira, dois dias após a eliminação são-paulina na Libertadores, sob uma vexatória goleada de 4 a 1 em favor do rival Atlético-MG, eliminação esta também subsequente à do Paulistão, quando foi derrotado nos pênaltis pelo Corinthians, Juvenal Juvêncio aprontou mais uma das suas: dando respaldo ao trabalho do técnico Ney Franco, JJ dispensou sete atletas do elenco. Mas, na verdade, se colocarmos a atitude sob um olhar analítico, apesar cinco o foram, já que os jovens Henrique Miranda e Luiz Eduardo, pela inexperiência, serão cedidos por empréstimo para ganharem "corpo". 

Já o restante, João Filipe, Fabrício, Cortez, Cañete e Wallyson, se não logo encontrem clube, ficará numa espécie de "geladeira". Agiu certo o mandatário tricolor ou, novamente, quando chama atenção pela polêmica, ele foi precipitado e pode prejudicar o segundo semestre do clube? Eu fico com a segunda hipótese. 

Desta lista consigo concordar com apenas um nome: João Filipe, o Blackenbauer de outrora, que chegou em 2011, caiu, depois de atuações mais consistentes, nas graças da torcida e, tão obscuramente quanto sua origem, a reserva do Botafogo, caiu progressivamente de produção, a ponto de já estar semiafastado e, inclusive, oferecido para negociação, como quando o São Paulo tentava oficializar a vinda de Cicinho, da Ponte Preta, para o Morumbi. 

Vamos, agora, ao restante: Fabrício, contratado em 2012 como símbolo da raça que passaria a permear o time, entrando então no seu quarto ano de fila, foi extremamente prejudicado por contusões. Não o considero um grande jogador, pelo contrário, aliás, mas, se permanecesse, continuaria sendo um bom estepe para Denílson, que ainda não sabe se volta para a Inglaterra ou se fica em definitivo, e Wellington. 

Wallyson foi um com quem Ney Franco parece ter perdido a paciência rapidamente. Artilheiro cruzeirense na Libertadores de 2011, também sofreu com contusões e chegou à Barra Funda para tentar dar a volta por cima. Sinceramente, pela velocidade e habilidade, poderia ter ficado ao menos até o final do ano, quando se encerraria seu contrato. Aí, sim, se não brilhasse, poderia ser liberado. Agora, em maio, foi cedo demais. 

Definamos, a seguir, os dois casos mais emblemáticos: Cañete e Cortez. O primeiro, chamado de el nuevo Riquelme pela imprensa argentina, fez partidas de encher os olhos pelo Boca Juniors e principalmente pela Universidad Católica, por onde brilhou na Libertadores de 2011. Naquele mesmo ano chegou, em troca de US$3 milhões, e, assim como Fabrício, foi prejudicado por contusões. 

Em 2013, quando parecia livre de tais, vinha demonstrando talento. Fez uma bela atuação diante do Santos, na primeira fase do Paulistão, e, engrenando, bateu de frente com Ney Franco. A exemplo de Wallyson, parece ter sido vítima de um certo autoritarismo do treinador, que o afastou, inclusive, do banco no confronto eliminatório diante do Corinthians, no qual seria uma boa opção tática. 

Já o segundo foi contratado ainda mais a peso de ouro. Depois de um excelente 2011 com a camisa botafoguense, que o levou, inclusive, à Seleção, Cortez viu o São Paulo desembolsar 3,3 milhões de euros pela sua contratação. Apesar de ter sido um dos jogadores menos instáveis em 2012, vinha fazendo um 2013 terrível, que culminou com a perda da titularidade para (o bisonho) Carleto. 

Ou seja, nessa de, na primeira insatisfação, descartar jogadores, o São Paulo pode, além de demonstrar impaciência, perder dinheiro. Mas, claro, quem manda é JJ!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Fim de uma era


por André Gobi

Nesta quarta feira (08 de maio de 2013), aconteceu algo que já era esperado há algum tempo, mas que mesmo assim, pegou a todos de surpresa. Sir Alex Ferguson anunciou sua aposentadoria ao final da temporada, após 27 anos no comando do Manchester United. O tempo no comando do clube inglês já é incomum por si só, porém o anúncio da aposentadoria também o foi, pois será já no próximo dia 19, quando o time faz a última partida no campeonato, que já é campeão antecipadamente.

O trabalho de Ferguson no United dispensa comentários. Conquistou 13 títulos da Premier League, tornando o time de Manchester o mais vitorioso com 20 no total. Também, das 3 Uefa Champions League do time, ele venceu 2, sendo uma inesquecível para os amantes do esporte, em uma virada nos acréscimos contra o Bayern de Munique na temporada 1998/1999, no Camp Nou, além é claro, de inúmeras outras conquistas.

Ferguson é um sujeito extremamente competente, tanto que a cúpula dos Red Devils o manterá ainda ligado a alguma função dentro do clube. Também é conhecido por ser temperamental, disciplinador, até autoritário. Há um caso famoso de que ele atirou uma chuteira em David Beckham (na época a maior estrela do time) no vestiário, após o jogador estar rendendo muito menos do que era esperado. Além do próprio Beckham, Ferguson se tornou notável por treinar outros jogadores de alta qualidade, como a famosa “Classe de 92”, que incluía além do próprio “spice boy”, jogadores como o galês Ryan Giggs (lenda viva do United), Paul Scholes, Gary e seu irmão Phil Neville e Nicky Butt.  Além desses, foi responsável pela ascensão de Cristiano Ronaldo, trabalhou com Teddy Sheringham, Van Nistelrooy, Michael Owen, Eric Cantona, Wayne Rooney e agora Van Persie. Muitos, vale dizer, foram contratações cirúrgicas a mando do próprio Fergie.

Além de treinador, era também manager do clube, assim, lhe cabendo também decisões de natureza administrativa referentes ao futebol. Ferguson, aliado, claro, ao Manchester United mostrou que o trabalho a longo prazo rende resultados satisfatórios no futebol. Quando chegou, em 1986, o time mancunian passava por um tempo de “vacas magras”, tendo o seu grande rival, Liverpool, como maior time do país, sendo o maior vencedor da Liga Inglesa. Com as mudanças promovidas no futebol inglês e a reestruturação do clube, o Manchester United passou, inegavelmente, a não apenas ser o maior clube da Inglaterra, mas também um dos maiores do mundo, rivalizando (e até superando alguns mais famosos até então) como Milan, Barcelona, Real Madrid, Juventus, Liverpool, Newcastle entre outros.

O Manchester United passou a ser sinônimo de excelência esportiva, foi e ainda é, o clube mais rico no planeta, se tornando um atrativo para investidores e grande s jogadores. A história do United é repleta de lendas e ídolos, passando por Matt Busby, Bobby Charlton, George Best, Eric Cantona, Ryan Giggs e agora, talvez o maior treinador a passar por Old Trafford, Sir Alex Ferguson.

Mais um bonito capítulo escrito por esse gigante europeu, que tem em sua história um retrospecto exemplar de superação, desde um desastre aéreo em Munique, em 1958, quando precisou se reconstruir até os anos de poucas glórias na década de 1980 para se reconstruir novamente e se tornar o maior clube da Inglaterra. Todos os números mostram isso. Alex Ferguson também o faz, e de maneira magistral. 

domingo, 5 de maio de 2013

A agonia Tricolor

por André Gobi

O São Paulo tenta se manter vivo na Libertadores. Também tenta avançar à final do Campeonato Paulista. No entanto, tem duas tarefas difíceis. Obviamente, a competição sulamericana tem a prioridade do clube paulista, porém, no momento, é a que está mais distante.

Depois da derrota no meio de semana, por 2 a 1 para o Atlético Mineiro, o Tricolor do Morumbi pode estar prestes a viver duas eliminações em menos de três dias. Antes do confronto com o clube mineiro, enfrenta neste domingo o maior rival, Corinthians, pela semifinal do Paulistão. O time corintiano, além de ser mais consistente que o São Paulo, tem uma situação mais confortável. Mesmo tendo perdido o primeiro jogo das oitavas de final de Libertadores para o Boca Juniors pela contagem mínima, só volta a jogar pelo torneio continental no dia 15, portanto, folgará uma semana, podendo concentrar força máxima no jogo contra o arqui rival.

Os são paulinos não terão essa folga, tem dois jogos difíceis seguidos. Se tivesse vencido a partida contra o Galo, poderia se dar ao luxo de poupar alguns atletas. Teve chances para isso enquanto tinha onze jogadores em campo. A expulsão ridícula de Lúcio comprometeu a campanha do time na Libertadores. Claro que a campanha foi fraca durante toda a competição, porém, o time vinha apresentando uma melhora e jogava bem. Embora o primeiro cartão amarelo que o defensor tricolor levou seja questionável (sofreu falta, reclamou e foi amarelado), no lance do segundo, poderia levar vermelho direto.

Em um momento de provável ascensão são paulina, tudo pode desmoronar. O resultado desse domingo influenciará na partida do meio de semana. Uma vitória dará moral ao time, que pode reverter o resultado em Minas Gerais. Embora seja improvável, não é impossível. Entretanto, se for desclassificado ante o Corinthians (o que é bem provável), o revés na Libertadores se apresentará ainda mais longe da realidade tricolor. É a bagunça na cúpula são paulina, sob o comando do Coronel Juvenal, refletindo em campo. Ao torcedor, só resta aguardar.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Blitzkrieg no Camp Nou


por André Gobi e Lucas Ribeiro

Não há muito o que dizer sobre o jogo desta quarta feira que definiu o segundo finalista da Uefa Champions League. O Bayern de Munique atropelou o Barcelona e fez 7 a 0 nos espanhóis no placar agregado. 4 a 0 em Munique e 3 a 0 na capital da Catalunha. Simplesmente não tomou conhecimento do time catalão.

O Barcelona, que já tinha uma tarefa praticamente improvável, se viu em situação ainda mais complicada quando Lionel Messi sentiu uma contusão durante um procedimento de treino durante a manhã, desfalcando o time. Em campo, um novo passeio do Bayern, time perfeito tática e tecnicamente. Piqué, mesmo tendo marcado um gol contra, foi o melhor pelo lado do Barça. Do lado alemão, Ribery e Robben jogaram muito, com destaque para o holandês que anotou o primeiro gol, em jogada característica sua, cortando para dentro do campo e chutando alto. Esse gol, vale lembrar, saiu após uma reposição de bola bisonha do goleiro espanhol Victor Valdez, que jogou a bola para ninguém, armando um contra ataque fulminante para o time bávaro.

Foi um massacre. Tudo bem que o Barcelona teve todos os problemas possíveis na temporada, mas da maneira como entrou hoje contra o poderosíssimo Bayern, não poderia esperar outro resultado. Tito Villanova errou mais uma vez tanto na escalação inicial, quanto nas alterações. Tirou Xavi e Iniesta do time, colocando Alexis Sanchéz e Tiago Alcântara, que não são os indicados para mudar algo num jogo desse calibre.

Quanto ao Bayern, há de ser dito, que o resultado foi até pouco. O time jogou para o gasto, apenas administrando o resultado construído em casa, na semana passada. Segurou bem o jogo e no liquidava no contra ataque, não havia necessidade de forçar mais que isso. Thomas Müller anotou o terceiro do jogo, de cabeça, como não poderia faltar. Um time poderoso, que está na terceira final nas últimas quatro temporadas da Champions League.

Foi uma ataque brutal do time bávaro, sem dar chances para o Barcelona, que até criou, mas se viu vítima mais uma vez da Messi dependência, uma vez que com sua ausência, não tem quem finalize com precisão. 

Dessa feita, também devemos destacar a parte tática dos bávaros. Apesar de serem uma cópia perfeita do que o Barcelona fez nos últimos seis anos, pelo menos, jogando no 4-2-3-1, os muniquenses conseguem ter um equilíbrio defesa-ataque muito maior. Se o Barça, que perdia a posse de bola em uma frequência mínima, podia se ver em apuros, ao ter um setor defensivo com zagueiros e goleiro instáveis, o Bayern, pelo contrário, consegue ser precaver muito menos neste sentido. Podemos observar nas duas imagens abaixo a compactação do time de Jupp Heynckes. 

Nesta, podemos perceber uma primeira linha de meio campo mais afastada e uma segunda de base maior...
Agora, podemos perceber uma primeira linha mais aproximada, enquanto a segunda está em linha. Toda essa movimentação visando ao acompanhamento da movimentação do Barça e, principalmente, a uma compactação, provando os anseios de o time jogar em no máximo 40m de campo. 

Apesar de ofensivamente não termos registrado nenhum vídeo ou foto, por volta dos 15 minutos do segundo tempo, contrariando aqueles que dizem que o Bayern é um "time duro", a bola passou pelos pés de todos, senão quase todos, os muniquenses, provando que os alemães, além de mais eficientes na marcação, podem, quando quiserem, jogar à Barça. 

Uma final alemã justa pelos últimos quatro jogos das semifinais. Haja cerveja para a merecida comemoração germânica. Além do mais, a expressão dos atletas blaugranas quando sofriam gols era de "também estaremos ferrados nas próximas." Assim, além do futebol, tudo indica que, pela preocupação demonstrada, os espanhóis passam o bastão de liderança do ludopédio europeus aos germânicos. 

A superação do Palmeiras



por André Gobi

De todos os times brasileiros na Libertadores 2013, certamente o que mais despertava desconfiança dos torcedores e da imprensa especializada era o Palmeiras. O time é o atual campeão da Copa do Brasil (modo como conquistou a vaga para o torneio continental), ainda sob o comando de Luis Felipe Scolari, porém, desde a conquista o time sofreu uma queda que nem o mais pessimista palestrino esperaria.

Rebaixado no Campeonato Brasileiro 2012, sofrendo com disputas políticas e a ira das “torcidas” organizadas, o Palmeiras parecia estar em um calvário perpétuo. Mas desde que Paulo Nobre assumiu a presidência do clube, pareceu estar bem ciente da recente situação palestrina, tanto que sempre se mostrou “pé no chão”, sem fazer muitas promessas impossíveis, focando no que era palpável, como o retorno à elite do futebol brasileiro.

O elenco é modesto, não tem estrelas como os rivais Corinthians, São Paulo e Santos, que contam com equipes formadas por astros como Paulinho, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso, Rogério Ceni, Neymar, Montillo. O plantel palmeirense é mais modesto, porém, se carece no aspecto técnico, desde o ano passado esbanja vontade e determinação. Na reta final do brasileiro, era digna de respeito a determinação demonstrada em campo pelos jogadores palmeirenses, que evidentemente, foi insuficiente para evitar a queda para a série B.

Os problemas eram tantos em 2012 que até o treinador, Scolari, ídolo da torcida alviverde, não suportou a pressão e foi demitido (aliás, Scolari não tem feitos trabalhos relevantes desde a Copa do Mundo de 2002). Para seu lugar, foi contratado Gilson Kleina, que estava fazendo bom trabalho na Ponte Preta. O novo treinador já chegou sob desconfiança da torcida em um ambiente hostil. Não conseguiu evitar o rebaixamento, e mesmo assim, foi mantido pela diretoria anterior e também pela atual, acertadamente. 

O ano de 2013 não poderia começar no Palestra Itália de outra maneira que não fosse sob pressão e "pulga atrás da orelha". Porém, o que se tem visto é um time jogando da mesma maneira que terminou 2012, com vontade e determinação, se superando a cada jogo. O time perdeu uma de suas principais armas, Marcos Assunção, e não pode contar com o chileno Valdívia, que passa mais tempo no departamento médico e criando confusão fora de campo do que jogando.

Apesar de todos os problemas, o Palmeiras se classificou para as fases finais do Campeonato Paulista, sendo eliminado apenas nos pênaltis pelo Santos, na Vila Belmiro. Na Taça Libertadores, onde muitos apontavam uma eliminação ainda na primeira fase, o time se classificou com certa “folga” para as oitavas de final e ontem, jogando contra um forte mexicano, o Tijuana, em um campo de gramado sintético (anormal para a maioria dos times), deu um importante passo. Empatou sem gols e decidirá a vaga para as quartas de final em casa, na próxima semana, com apoio de sua torcida.

 A torcida, conhecida por muitas vezes mais atrapalhar o time do que ajudar, deve fazer sua parte e apoiar. Os jogadores e comissão técnica são merecedores desse apoio das arquibancadas. Se o time cair, não será nada absurdo, porém, se conseguir mais uma classificação, será merecido e até justo pelo empenho dos envolvidos. Se times como São Paulo e Internacional de Porto Alegre, com elencos recheados de jogadores renomados, tivessem metade da vontade desse time palmeirense, poderiam estar sonhando muito mais alto. Resta saber se uma eventual desclassificação na Libertadores mudará algo no planejamento palmeirense para 2013. Se isso acontecer, será uma dolorosa injustiça.