quinta-feira, 25 de julho de 2013

Seleção da Libertadores 2013

por Lucas Ribeiro

Goleiro:

Victor (Atlético-MG) - Foi simplesmente decisivo. Levou a taça à Cidade do Galo depois de, nos pênaltis, fechar o gol contra NOB e Olímpia. 


Lateral-direito:

Salustiano Candía (Olímpia) - Bom defensor. Apesar dos 30 anos, fez boa Libertadores.


Zagueiros:

Réver (Atlético-MG) - Um gigante. Provou neste Libertadores ser o melhor zagueiro em atividade no Brasil. 

Carlos Valdéz (Santa Fé) - Zagueiro simples e firme, foi membro de uma das surpresas da Libertadores, o colombiano Santa Fé


Lateral-esquerdo:

Meza (Olímpia) - Mais um bom nome do renascido Olímpia. 


Volantes:

Pierre (Atlético-MG) - Cão de guarda atleticano. Deixou no banco até o selecionável e já campeão, em 2005, Josué.

Bernardi (Newell's) - Líder do NOB (aos 37 anos), relembrou nesta edição da Libertadores suas boas atuações no futebol francês. 


Meias:

Bernard (Atlético-MG) - O "branquinho", alcunha dada pelo presidente são-paulino Juvenal Juvêncio, parece um veterano, apesar dos seus parcos 20 anos. Encara a marcação sem medo e, incansavelmente, corre o campo todo. 

Ronaldinho (Atlético-MG) - Renasceu e foi líder do Galo. Com sua experiência e passes precisos, foi o grande nome atleticano na Liberta.

Scocco (Newell's) - Rápido e habilidoso, fecha, na esquerda, a função que nesta seleção Bernard faz na direita.



Atacante:


Jô (Atlético-MG) - Artilheiro e campeão. Menção honrosa a Fred, que fez bom campeonato até a eliminação de seu Flu diante do Olímpia.


Técnico:

Cuca (Atlético-MG) - Não o considero grande técnico, mas teve a habilidade de montar um grupo bom no Atlético. Após anos ganhando títulos de pouca expressão ou contra o rebaixamento, a Libertadores foi um prêmio a um grupo bom tatica e tecnicamente, mas que, principalmente, obteve um belo espírito de grupo. 

Épico, incrível, inacreditável, sensacional. Chame como quiser, o Atlético-MG é campeão da Libertadores.

por André Gobi

Uma partida digna de infartar qualquer torcedor do Galo. Após perder a primeira partida por 2 a 0 no Paraguai, o time precisaria, pelo menos, igualar o placar contra o Olímpia para tentar vencer na prorrogação e pênaltis. Nada que o time e o torcedor atleticano já não estivessem acostumados.

O Atlético-MG teve um caminho tortuoso até levantar a taça. Tirando a primeira fase, de grupos, quando se classificou com sobra e as oitavas de final em que não tomou conhecimento do São Paulo, o time sofreu (e como sofreu) para conquistar a América. Foi aí que surgiu o goleiro São Victor (apesar de quem vos escreve desprezar essas nomeações santificadas, o faço, pois, é como toda a torcida o está chamando), que foi um dos maiores responsáveis pela conquista.

Nas quartas de final, o time sofreu contra o mexicano (quase estadunidense) Tijuana, quando o goleiro defendeu um pênalti aos 47 minutos do segundo tempo, que se convertido fosse, daria a classificação aos mexicanos. Na fase seguinte, semifinal, depois de perder por 2 a 0 na Argentina contra o Newell’s Old Boys, conseguiu o mesmo placar no jogo de volta e o goleiro foi o responsável pela classificação à final na disputa de pênaltis.

A partida final começou em Assunção na semana passada e não poderia ter sido pior. O time jogou muito mal e perdeu, novamente, por 2 a 0. O Olímpia não é um time qualquer, é tricampeão da Libertadores, experiente, o maior vencedor paraguaio e um dos gigantes sul americanos. Seria difícil reverter. Sim, seria difícil, mas não impossível. Embalados pelo grito das arquibancadas, a máxima “Yes, We CAM”, alusão à campanha do presidente norte americano Barack Obama, com seu jargão “Yes, We Can (Sim, nós podemos), se fez presente e o Galo realmente pôde, enfim, vencer a mais sonhada taça das Américas.

O jogo foi duro, com o time paraguaio bem postado taticamente e o time atleticano nervoso. O primeiro tempo teve o placar inalterado. No entanto, na volta do intervalo, Jô marcou logo no primeiro minuto e Leonardo Silva, aos 41, ampliou. Prorrogação sem alteração e outra disputa por pênaltis. Logo no primeiro, Victor defende para alegria atleticana e desestabilização paraguaia. A partida terminou com vitória do Atlético por 4 x 3 nas cobranças das penalidades. Galo campeão e festa, merecida de jogadores e torcida. 

Vale ressaltar que se alguém merecia muito esse título, esse alguém era o técnico Cuca. Sempre fazendo bons trabalhos, porém, com a fama de azarado, foi o responsável por montar esse time vitorioso com muitos jogadores desacreditados (Ronaldinho, por exemplo) e dar a volta por cima, fazendo uma campanha histórica que culminou num título épico. Parabéns ao Atlético-MG, que agora está em outro patamar do futebol.

domingo, 21 de julho de 2013

O problema chamado Tricolor

por Lucas Ribeiro

No último sábado, o São Paulo, jogando em casa, foi derrotado por 3 a 0 pelo Cruzeiro (com três tentos do ex-palmeirense Luan) e, com a sétima derrota consecutiva, inaugurou a série consecutiva de mais reveses da sua história. O episódio prova, dessa maneira, que a troca de técnico, Ney Franco deu lugar a Paulo Autuori, não surtiu efeito, e que o problema são-paulino é muito maior do que se pensava.

O próprio Autuori, fora do clube, imaginava que os desafios eram menores. Afinal, os últimos jogos que a equipe disputou sob o comando do ex-comandante da Seleção Sub-20 podiam ser reflexo de atletas insatisfeitos com o treinador. Mas, ao voltar ao Tricolor, Tricolor este pelo qual Autuori foi campeão da Libertadores e Mundial em 2005, o carioca deve ter sofrido um baque: definitivamente, este não é o mesmo de oito anos atrás, com os problemas e as desavenças sendo predominantes no ambiente.

A pressão da torcida por outro nome, o de Muricy Ramalho, também leva atritos ao desempenho do novo nome. Imagina você, recém-chegado a uma instituição que enfrenta uma crise, ainda ter que ouvir gritos de apoio a outro nome? É natural que, apesar de não expor tal situação, Autuori deva sentir desconfortos sobre tal questão.

E com relação ao elenco: com nomes como Osvaldo, Luís Fabiano, Ganso, Lúcio, Clemente Rodriguez e Rogério Ceni, no papel o São Paulo poderia brigar por vaga na Libertadores. Mas falemos na prática: o camisa 17 parou de jogar após a eliminação na Liberta, diante do Atlético-MG, o Fabuloso e o ex-santista parecem padecer de "vontade" (ambos parece que, ao invés de procurarem os espaços, se escondem atrás dos marcadores, "fugindo" do jogo, o xerifão, que voltou ao Brasil depois de gozar de poucas oportunidades na Juventus, está cada vez mais metido a zagueiro-atacante, prejudicando a já frágil estrutura defensiva do clube, o argentino, última contratação do clube, encara um fogueira na lateral-esquerda (já que Juan, alçado à titularidade depois da contusão de Carleto, é o rei das más atuações) e Ceni, o grande líder são-paulino, tem sido pivô de discussões públicas com um dos braços direitos do presidente Juvenal Juvêncio, o diretor de futebol Adalberto Baptista.

Chegamos agora, finalmente, ao cerne do problema: ao assumir, na última quinta-feira, que o elenco do São Paulo não tem limitações, Baptista apenas corroborou seu desconhecimento sobre futebol. Dizer isto é, claramente, querer se eximir de culpa na montagem de um time repleto de limitações. Além do mais, a defesa, um setor debilitado, ainda perdeu, nos últimos dias, Rhodolfo, emprestado ao Grêmio. Há, ainda, contratações pouco pontuais: não entendi, até hoje, as chegadas de Caramelo e Reinaldo, que não têm chances nem diante das más fases dos titulares.

Ou seja, JJ, que alterna momentos de genialidade com imbecilidade, vem mantendo, no seu staff, um nome que, além de demonstrar ser pouco versado em futebol, ainda é impopular no vestiário, batendo de frente com o nome de maior liderança junto aos companheiros (condição que se agravou quando, no primeiro semestre, Baptista abandonou o clube num jogo importante pela Libertadores, na alta Bolívia, para ir disputar um campeonato de automóveis, na Europa).

A questão, concluindo, é muito mais que apenas tática ou técnica. Ney Franco, Paulo Autuori, José Mourinho, Rinus Michels... qualquer um desses seria incapaz de resolver problemas de outra ordem, ordem esta que abraça a idiotisse.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Copa das Confederações: visão sobre as equipes finalistas

por André Gobi

Após quinze dias, a Copa das Confederações se encerrou neste último domingo, 30 de junho. A final disputada no novo Maracanã foi a que todos queriam ver, Brasil x Espanha. Para alegria geral da nação (ou não tão geral), a seleção brasileira sagrou-se campeã, após um passeio sobre o time espanhol. Abaixo, uma breve análise sobre as quatro equipes que disputaram as fases finais da competição.

Comecemos pelo quarto colocado, o Uruguai. O time foi sensação nas competições que disputou nos últimos anos, sendo também quarto colocado na Copa do Mundo de 2010, um fato que mobilizou o país, deixando os fãs em euforia. Um ano depois, vencia a Copa América, se colocando, merecidamente, como melhor seleção (naquele momento) no continente. Chegou para disputar a Copa das Confederações com um plantel recheado de estrelas, tais como Diego Forlán (melhor jogador da Copa de 2010), Cavani, Suárez, Lugano e outros. No entanto, se mostrou um time envelhecido que carece de renovação, coisa que ainda não dá pinta de acontecer. Fez até bom jogo contra Espanha, Brasil e Itália, mas em alguns lances crassos, vemos que a idade tem pesado sobre alguns jogadores, principalmente sobre a estrela Forlán, que perdeu dois pênaltis decisivos na competição, sendo um contra o Brasil quando a partida estava ainda no 0 x 0 e outro na disputa de penalidades pelo terceiro lugar contra a Itália. Talvez, se não se lesionarem, a maioria dos jogadores deste elenco virá ao Brasil novamente ano que vem para a Copa do Mundo (isso se a Celeste se classificar, claro).

A Itália ficou com a terceira colocação após vencer, nos pênaltis, o já citado Uruguai. É um time estranho, que oscila demais. Às vezes parece que não quer nada, que está morto, e logo depois começa a dar trabalho aos adversários. No jogo contra o Japão (melhor jogo da competição), a equipe sofria muito e levava 2 a 0 ao final do primeiro tempo, quando conseguiu diminuir. Voltou para o segundo tempo renovada, virou o jogo, tomou novo empate e venceu, no final, por 4 x 2. Contra o Brasil, parecia um tanto perdida, porém, contra a Espanha jogou muitíssimo bem. O jogo contra o Uruguai tem o baixo rendimento de ambas equipes (apesar do bom jogo) justificável. Jogar às 13h00 é um ato desumano e totalmente sem noção dos organizadores. A Itália ainda não pôde contar com Balotelli nos últimos dois jogos que disputou, depois que o jogador se lesionou. Vale ressaltar que uma equipe que tem o melhor goleiro do mundo atualmente (Buffon) e Pirlo, sempre pode aspirar uma boa colocação em qualquer torneio.

Chegamos à final e começamos pela Espanha. Sensação mundial, o selecionado espanhol conta com inúmeras estrelas consagradas e joga um futebol envolvente, sendo atual campeã mundial e bicampeã européia. Aterrissou em solo brasileiro como favorita, e realmente o era. Classificou-se sem maiores dificuldades para as fases finais e, foi aí, que começou a capengar. Primeiro, contra a Itália, conseguiu avançar na bacia das almas, após longa disputa de pênaltis. Foi um bom jogo, mas se viu refém de um adversário bem postado taticamente e que atacava com muito perigo. Depois de um jogo de extremo desgaste, tinha pela frente na final, o Brasil, time anfitrião que vinha ascendendo desde a primeira fase. Vicente Del Bosque pode ser criticado, com razão, pelas escalações. Deveria ter colocado Fábregas (entre outros) na equipe, dando maior poder ofensivo, não ficando tão emboscado pelos ataques adversários. Pagou o preço, mas ainda é a melhor equipe do mundo. Talvez esse fosse um golpe necessário e que possa ser bom para se repensar alguns pontos e melhorar a equipe para a Copa seguinte.

O campeão, Brasil, foi a equipe que mais surpreendeu. Começou a competição sob desconfiança da imprensa e da torcida. Classificou-se sem dificuldades para as fases finais, porém, o jogo amarrado e feio dava a impressão de que não traria grandes frutos. O jogo contra o Uruguai, na semifinal, foi truculento, sofrido, com vitória apenas no final. Mas a perspectiva foi mudando para a final, muito mais pela fase do adversário espanhol do que pelo futebol apresentado pelo selecionado brasileiro. Porém, na partida decisiva, aconteceu algo improvável (não impossível). O Brasil jogou muito bem e a Espanha muito mal. Claro que a Espanha também não conseguia jogar porque o adversário não deixava. Embora os espanhóis viessem de um jogo muito mais desgastante e com, talvez, menor empolgação, isso não tira de maneira alguma o mérito da equipe comandada por Scolari. Fez uma partida perfeita, tanto tática quanto tecnicamente. Neymar comandou o time durante a competição e Fred foi o homem da partida final. 

Com a conquista, os torcedores estão iludidos. E eles podem. Jogadores e comissão técnica, não. Ainda falta um ano de preparação para a Copa do Mundo, que é a competição mais importante para as seleções e será disputada novamente em terras brasileiras. Há muito trabalho a se fazer, mas pode ser que se continuar se apresentando como fez ontem, uma equipe com espírito vencedor e muito bem postada taticamente, volte a ser um dos times mais fortes no planeta.