segunda-feira, 1 de julho de 2013

Copa das Confederações: visão sobre as equipes finalistas

por André Gobi

Após quinze dias, a Copa das Confederações se encerrou neste último domingo, 30 de junho. A final disputada no novo Maracanã foi a que todos queriam ver, Brasil x Espanha. Para alegria geral da nação (ou não tão geral), a seleção brasileira sagrou-se campeã, após um passeio sobre o time espanhol. Abaixo, uma breve análise sobre as quatro equipes que disputaram as fases finais da competição.

Comecemos pelo quarto colocado, o Uruguai. O time foi sensação nas competições que disputou nos últimos anos, sendo também quarto colocado na Copa do Mundo de 2010, um fato que mobilizou o país, deixando os fãs em euforia. Um ano depois, vencia a Copa América, se colocando, merecidamente, como melhor seleção (naquele momento) no continente. Chegou para disputar a Copa das Confederações com um plantel recheado de estrelas, tais como Diego Forlán (melhor jogador da Copa de 2010), Cavani, Suárez, Lugano e outros. No entanto, se mostrou um time envelhecido que carece de renovação, coisa que ainda não dá pinta de acontecer. Fez até bom jogo contra Espanha, Brasil e Itália, mas em alguns lances crassos, vemos que a idade tem pesado sobre alguns jogadores, principalmente sobre a estrela Forlán, que perdeu dois pênaltis decisivos na competição, sendo um contra o Brasil quando a partida estava ainda no 0 x 0 e outro na disputa de penalidades pelo terceiro lugar contra a Itália. Talvez, se não se lesionarem, a maioria dos jogadores deste elenco virá ao Brasil novamente ano que vem para a Copa do Mundo (isso se a Celeste se classificar, claro).

A Itália ficou com a terceira colocação após vencer, nos pênaltis, o já citado Uruguai. É um time estranho, que oscila demais. Às vezes parece que não quer nada, que está morto, e logo depois começa a dar trabalho aos adversários. No jogo contra o Japão (melhor jogo da competição), a equipe sofria muito e levava 2 a 0 ao final do primeiro tempo, quando conseguiu diminuir. Voltou para o segundo tempo renovada, virou o jogo, tomou novo empate e venceu, no final, por 4 x 2. Contra o Brasil, parecia um tanto perdida, porém, contra a Espanha jogou muitíssimo bem. O jogo contra o Uruguai tem o baixo rendimento de ambas equipes (apesar do bom jogo) justificável. Jogar às 13h00 é um ato desumano e totalmente sem noção dos organizadores. A Itália ainda não pôde contar com Balotelli nos últimos dois jogos que disputou, depois que o jogador se lesionou. Vale ressaltar que uma equipe que tem o melhor goleiro do mundo atualmente (Buffon) e Pirlo, sempre pode aspirar uma boa colocação em qualquer torneio.

Chegamos à final e começamos pela Espanha. Sensação mundial, o selecionado espanhol conta com inúmeras estrelas consagradas e joga um futebol envolvente, sendo atual campeã mundial e bicampeã européia. Aterrissou em solo brasileiro como favorita, e realmente o era. Classificou-se sem maiores dificuldades para as fases finais e, foi aí, que começou a capengar. Primeiro, contra a Itália, conseguiu avançar na bacia das almas, após longa disputa de pênaltis. Foi um bom jogo, mas se viu refém de um adversário bem postado taticamente e que atacava com muito perigo. Depois de um jogo de extremo desgaste, tinha pela frente na final, o Brasil, time anfitrião que vinha ascendendo desde a primeira fase. Vicente Del Bosque pode ser criticado, com razão, pelas escalações. Deveria ter colocado Fábregas (entre outros) na equipe, dando maior poder ofensivo, não ficando tão emboscado pelos ataques adversários. Pagou o preço, mas ainda é a melhor equipe do mundo. Talvez esse fosse um golpe necessário e que possa ser bom para se repensar alguns pontos e melhorar a equipe para a Copa seguinte.

O campeão, Brasil, foi a equipe que mais surpreendeu. Começou a competição sob desconfiança da imprensa e da torcida. Classificou-se sem dificuldades para as fases finais, porém, o jogo amarrado e feio dava a impressão de que não traria grandes frutos. O jogo contra o Uruguai, na semifinal, foi truculento, sofrido, com vitória apenas no final. Mas a perspectiva foi mudando para a final, muito mais pela fase do adversário espanhol do que pelo futebol apresentado pelo selecionado brasileiro. Porém, na partida decisiva, aconteceu algo improvável (não impossível). O Brasil jogou muito bem e a Espanha muito mal. Claro que a Espanha também não conseguia jogar porque o adversário não deixava. Embora os espanhóis viessem de um jogo muito mais desgastante e com, talvez, menor empolgação, isso não tira de maneira alguma o mérito da equipe comandada por Scolari. Fez uma partida perfeita, tanto tática quanto tecnicamente. Neymar comandou o time durante a competição e Fred foi o homem da partida final. 

Com a conquista, os torcedores estão iludidos. E eles podem. Jogadores e comissão técnica, não. Ainda falta um ano de preparação para a Copa do Mundo, que é a competição mais importante para as seleções e será disputada novamente em terras brasileiras. Há muito trabalho a se fazer, mas pode ser que se continuar se apresentando como fez ontem, uma equipe com espírito vencedor e muito bem postada taticamente, volte a ser um dos times mais fortes no planeta.

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