quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A culpa dos merengues

por Lucas Ribeiro

A vitória do Real sobre o Barça na final da Supercopa da Espanha deixa uma pergunta no ar: será que Mourinho, o festajadíssimo técnico dos merengues e dono de duas Champions League e inúmeros títulos no futebol português, inglês e italiano, finalmente superará os arquirrivais no quesito favoritismo? Desde que desembarcou em Madri, mais precisamente em julho de 2010, como campeão europeu de clubes com a Internazionale, para treinar um elenco com Cristiano Ronaldo, Kaká e dos então recém-contratados Di Maria, Ozil, Xabi Alonso e Khedira, todos destaques da Copa do Mundo da África do Sul, havia uma expectativa de que o Special One, dentro de pouquíssimo tempo, superasse a badalação dos blaugranas, quem ele havia sido capaz de eliminar numa eletrizante semifinal de UCL enquanto treinava os milaneses.

Ledo engano. Nesses últimos dois anos, o Barça só continuou expandindo sua soberania no quesito qualidade de bola no mundo futebolístico. Nem a eliminação frente ao Chelsea pela Champions na última temporada colocou a coroa dos barcelonistas sob ameaça, que, por sua vez e ainda por cima, desde a chegada de Mourinho à Espanha, já levantaram os seus vigésimo primeiro troféu nacional, quarto europeu e segundo mundial (numa goleada, quem não se lembra?, por 4 a 0 sobre o Santos). Os blancos, enquanto isso, a despeito de suas estrelas milionárias, que, outrora, eram chamadas de galacticos, viram sua eterna perseguição aos catalães obter resultado apenas na última temporada de La Liga, quando, depois de três anos, voltaram a conquistar o país.

Talvez a principal diferença entre ambos os times, e consequentemente entre os resultados adquiridos, resida nos seus craques majoritários: Messi e o já citado Cristiano Ronaldo. Enquanto o primeiro parece jogar bola por um mero prazer, o segundo, que é indiscutivelmente um jogador de altíssimo nível, tenta a qualquer custo roubar os holofotes daquele que, merecidamente, está mais em foco que ele. Só que, se calado, o brilhante argentino já ajudou a enfeitar a sala de troféus do maior time de Barcelona quase de uma maneira jamais vista antes, o português só vê uma mísera conquista nacional no acervo de taças madrilenho. 

Assim, será que o problema só resida mesmo dentro de campo? Será que Mourinho, dentro de seus vastos conhecimentos técnico e tático, é mesmo uma das anomalias do valiosíssimo elenco ter dado com os burros n'água nos últimos grandes campeonatos? Acho que não; a reflexão, de fato, deve assumir uma posição de observar o seu camisa 7, que, apesar de gozar de todos os prestígios em Madri, se preocupa, numa disputa pessoal, em superar o camisa 10 adversário. Só que em campo, onde tudo vale, Ronaldo vem tomando uma goleada...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quando a arbitragem apita tudo...

por Lucas Ribeiro

Neymar joga muito. Ponto final. Não há o que discutir sobre isto. E também não vem ao caso comparações com Maradona, Pelé, Cristiano Ronaldo e, principalmente, Messi. Mas, na mesma proporção de seu elevadíssimo futebol, que, com 20 anos da idade, já levantou três estaduais, uma Copa do Brasil e uma Libertadores, a Fera é um cai-cai de carteirinha. Quem não entende muito de futebol pode perceber seu vasto repertório de simulacros acompanhando os jogos da seleção brasileira. Anulado pela defesa mexicana no amistoso realizado entre ambos os escretes em junho, o santista perdeu a linha com os adversários.

Aqui no Brasil, entretanto, fomos acostumados a assistir a um estilo de jogo onde qualquer impacto, por menor que seja, é confundido com a mais violenta das faltas. Não sejamos inocentes em afirmar que o Santos, de Neymar, só ganhou o que ganhou por causa das estrepolias e das vistas-grossas realizadas pela arbitragem nos últimos três anos. Mas é claro que tal condição, quando várias vezes repetida e aceita pela arbitragem, faz com que o adversário evite até uma simples disputa corpo-a-corpo, fundamental num esporte de contato. 

Enquanto isso, os fãs da Premier League se esbaldam com um jogo totalmente contrário ao disputado em solo brasileiro. Na Grã-Bretanha o advertido é sempre o autor da cambalhota, que, tentando ludibriar a arbitragem, emperra a dinâmica do futebol. Quem acompanhou Newcastle e Tottenham, na estreia da temporada 2012-13, partida que aqui foi comentada, sabe do que estou falando. Um espetáculo livre de verdadeiros repertórios circenses. 

E a condescendência a este tipo de jogada afeta toda a qualidade da arbitragem. Afinal, os juízes, seguros em determinadas decisões, se afastam de lances capitais, prejudicando a imparcialidade necessária a um mediador futebolístico. Não é à toa que nossos árbitros conseguem errar ao não assinalarem três impedimentos consecutivos ou os comentaristas destes ao transformarem qualquer entrada mais viril porém leal de Libertadores em "guerra"...

domingo, 26 de agosto de 2012

Corinthians 1x2 São Paulo - Análise

por Lucas Ribeiro

Depois da polêmica derrota fora de casa contra o Santos, por 3 a 2, o Corinthians receberia, no Pacaembu, o São Paulo, para mais um clássico, agora o último do primeiro turno desse Brasileirão. Os mandantes, desfalcados pelo contundido Guerrero, substituído por Émerson, entraram no seu já padrão 4-2-3-1. O seu rival, que não podia contar com o suspenso lateral Cortez, por sua vez, foi armado no 4-4-2, com os improvisados Paulo Miranda na lateral-direita e Douglas na esquerda. Veja abaixo a disposição tática de ambas as equipes. 

O jogo começou predominantemente alvinegro. Os erros defensivos do tricolor, que cheiravam mais a uma instabilidade psicológica, logo culminariam no gol corintiano: depois de falha de Paulo Assunção na saída de bola, Émerson chutou pra cima e tirou todas as possibilidades de defesa do goleiro Rogério Ceni. Os anfitriões, assim, cresceram na partida. O São Paulo até tentava concluir, mas esbarrava num quase sempre mal posicionado Luís Fabiano, que esteve impedido em vários momentos. 

A partir dos 23 minutos, contudo, os visitantes começariam a equilibrar as ações com o primeiro gol de Fabuloso no clássico, que recebeu bola redonda depois de excelente jogada de Lucas, que voltou muito bem dos Jogos Olímpicos, e bateu sem chances para Cássio. A segunda metade da primeira etapa, assim, viu ambos os times apresentarem perigos, sem um domínio exclusivo de algum dos adversários. 

No segundo tempo, entretanto, o São Paulo cresceu e, com mais consistência, se lançou ao ataque. Jogando seu primeiro majestoso desde 2004, jogo do qual o tricolor também saiu vencedor, o camisa 9 da seleção brasileira na Copa de 2010 estava inspirado; agora, depois de excelente passe de Jádson, o craque são-paulino se aproveitou da condição legal lhe proporcionada por Chicão, driblou o goleiro corintiano e, mesmo sem ângulo, balançou as redes novamente nesta tarde de domingo.

A saída de Maicon para a entrada de Cícero manteve o tricolor mandando no jogo, a despeito da atuação na casa do adversário. Tite, tencionando dar mais volume a sua equipe, lançou a campo o estreante Guilherme, o peruano Ramírez e o "talismã" argentino Martínez, que havia deixado sua marca diante dos santistas. Mesmo assim, o setor defensivo são-paulino, com as boas atuações de Paulo Miranda, Tolói, Denílson e a melhora de Paulo Assunção, fez uma inspiradíssima etapa derradeira. 

Mesmo assim, antes do apito final, o Corinthians manteve uma blitz na meta do rival e, com Romarinho e Danilo, chegou a oferecer perigo a Rogério Ceni. Contudo, depois de sete anos, o São Paulo volta a vencer um majestoso organizado no Pacaembu. Se a última vitória até então havia sido um 5 a 1 executada pelo elenco que futuramente seria campeão da Libertadores e do mundo, a torcida são-paulina agora aguarda uma estabilidade da equipe, visando a uma vaga à principal competição sul-americana. O próximo adversário do time de Ney Franco é agora o Botafogo, no Morumbi, na estreia do returno da competição.

Já o Corinthians, por sua vez, sofre a segunda derrota consecutiva em clássicos e retoma sua preparação para o Mundial contra o forte Fluminense, no Engenhão. Se na inauguração do Brasileirão-12 ambas as equipes realizaram um jogo medíocre já que estavam na disputa da Libertadores, o início do segundo turno promete um jogo eletrizante, com o tricolor carioca perseguindo, a cada vitória, o líder Atlético-MG.


DESTAQUES


BOLA CHEIA

Luís Fabiano (São Paulo) - decidiu um clássico que deve ser fundamental para elevar o ânimo são-paulino. 

Lucas (São Paulo) - voltou muito bem depois da medalha de prata em Londres. A ele, depois de realizar linda jogada, LF deve responsabilizar uns 70% do primeiro gol tricolor na partida.


BOLA MURCHA

Chicão (Corinthians) - mal posicionado durante o segundo gol do São Paulo, deixou o atacante cara-a-cara com o goleirão Cássio. Fez péssima segunda etapa.

Paulo Assunção (São Paulo) - se recuperou no decorrer da partida, mas sua falha, geradora do gol corintiano, poderia ter transformado a vitória são-paulina numa dramática derrota.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

E eis o segundo turno...

por Lucas Ribeiro

Falta uma rodada para o fim do primeiro turno, mas todos nós já sabemos seu campeão: o Atlético Mineiro, que mesmo com um jogo a menos que o segundo colocado, Fluminense, tem, 42, três pontos a mais que este, 39. Contudo, apesar de estar brilhando num campeonato cada vez mais equilibrado (desde 2007, afinal, quando o São Paulo ganhou a competição com algumas rodadas de antecedência, o Brasileirão tem sido decidido nas suas últimas rodadas), questão já abordada no presente blog, não ponho minha mão no fogo pelo Galo: devo ser sempre cético, como manda o bom senso, com relação a uma equipe dirigida por Cuca, que tem Ronaldinho Gaúcho como estrela e que não ganha tal competição há precisos 41 anos. 

O Flu, por sua vez, ainda é, para o autor, o time mais encorpado, e logo com as melhores condições de brigar pelo título do certame até o fim. O time das Laranjeiras tem um elenco de primeira (Diego Cavalieri, Carlinhos, Deco, Jean, Rafael Sóbis, Thiago Neves e Fred), boa reposição (Wágner, Wellington Nem, Diguinho e o jovem Samuel, só para citar alguns exemplos) e um treinador competitivo (Abel Braga). Aposto, como em 2010, que o troféu deverá enfeitar a sala de conquistas tricolor por doze meses. 

Gostaria também de destacar o Grêmio, que deverá correr por fora. Os gaúchos têm presenciado, depois de bons anos, o bom trabalho executado pelo (novamente) competente Wanderley Luxemburgo, que armou sua nova equipe num organizado 4-4-2, e que tem dependido das boas fases dos experientes Gilberto Silva, que voltou à zaga, função que o ex-jogador do Arsenal não executava desde antes do pentacampeonato mundial, em 2002, Elano, Zé Roberto, Kléber Gladiador e, principalmente, Marcelo Moreno, convertido na principal referência ofensiva gremista. Destaque aos importantes pontos arrancados fora de casa contra Botafogo, por 1 a 0, na estreia de Seedorf, e São Paulo, 2 a 1, conseguida no último minuto, equipes estas que à altura podiam se tornar rivais diretos na luta pelo topo da tabela. 

O Vasco, atual terceiro colocado, creio que perderá forças ao longo do segundo turno. As perdas de Fágner e Diego Souza, negociados respectivamente com a Alemanha e a Arábia Saudita, farão diferença ao time de Cristóvão Borges, agora, depois das baixas, ainda mais dependente dos instáveis Carlos Alberto e Alecsandro e do fraco Éder Luiz. Nem o cracaço Dedé e a boa fase de Juninho Pernambucano serão suficientes para sustentar os cruz-maltinos na disputa pelo título. Poderá ao menos abocanhar uma vaga para a Libertadores-13. 

Dentre diversas perguntas (será que o argentino Cañete é bom jogador e será útil ao mediano São Paulo? E Seedorf, fará história no Fogão?), contudo, a maior a ser respondida é: Liédson e, claro, Adriano farão a diferença para o Flamengo, ou é agora, com a chegada da dupla, que o rubro-negro verá a Série B cada vez mais no seu encalço? Os ex-corintianos chegam com pouco crédito, pelos problemas dentro e fora de campo, mas são ídolos de um passado recente do clube. 

Liédson, em 2002, projetou nacionalmente sua carreira ao ser o goleador de um dos piores elencos da história flamenguista e de, com isso, ter sido vital para a permanência do clube na Série A do ano seguinte. Adriano, em 2009, com o apoio da torcida, foi fundamental para o Mengão levantar seu sexto campeonato nacional. O primeiro desembarca na Gávea questionado exclusivamente pelo seu desempenho físico, que o impediu de ter participação ativa na conquista corintiana da Libertadores; o segundo, entretanto, deverá ser monitorado também fora das quatro linhas, já que em São Paulo, além do peso elevado, gerou problemas disciplinares. 

Apesar do bom primeiro passo dado com a contratação de Dorival Júnior para a função de técnico, acho que a nação rubro-negra, somando-se a pouca qualidade do elenco aos constantes problemas de bastidores causados por Patrícia Amorim e seus contratados, isso sem falar na minha pouca esperança em ver o Imperador "regenerado", não deverá ver no seu horizonte um outro 2009, mas algo mais perto de 2002. Contudo, não vou acertar todas essas previsões e, como já várias vezes ocorreu, devo também queimar minha língua. Por isso, quem viver, verá!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Adriano, Um Investimento de Alto Risco.

por Luiz Carlos Silva

Quando se pensa em fazer um investimento, existe a preocupação de se ele será de alto risco ou de baixo risco. Nos investimentos de baixo risco, a rentabilidade é menor, mas o risco de perder com o investimento também é menor. Nos investimentos de alto risco, a rentabilidade pode ser maior, mas o risco de perder com o investimento também é bem maior. Essa pequena e leiga divagação sobre economia vem para ilustrar a apresentação de Adriano ao Flamengo, efetuada nesta quarta - feira, dia 22, por volta do meio-dia. E até o momento, Adriano ainda pode ser classificado como investimento de alto risco.

Na passagem do "Imperador" pelo Flamengo em 2009, o investimento teve retorno. Ao lado de Petkovic, Adriano teve um desempenho de destaque e ajudou o time da Gávea a levantar a taça do Brasileirão daquele ano. Sendo assim, Adriano se tornou a principal esperança rubro-negra para a tão cobiçada Taça Libertadores de 2010. No entanto, o espirito farrista desse imperador, tal qual outro que já vimos por essas bandas, não permitiu que o jogador mantivesse estável o seu bom momento. Em março de 2010, Adriano se envolveu em uma polêmica que envolveu mais 10 jogadores do Flamengo, um baile funk e uma (ex) noiva furiosa. Não nos estenderemos no assunto, já por demasiado embaraçoso, o fato é que o episodio prejudicou o moral do imperador que não mais rendeu o que era esperado. Com a eliminação na competição continental e a pressão da torcida, Adriano foi negociado com o Roma da Itália, na tentativa de mais uma vez justificar a alcunha recebida naquele país.

Em menos de um ano, o time italiano entrou em acordo com o jogador para a saída de Adriano, motivos: comportamento inadequados (para sem brando) fora de campo e a marca de 0 (zero) gols em jogos oficiais pelo Roma. Menos de um mês depois, o Corinthians anunciava a contratação do jogador. Segundo a diretoria do clube paulista, a vinda do imperador foi possível em grande parte pelo aconselhamento de Ronaldo, que teve ótima passagem pelo clube alvinegro. Antes de entrar em campo uma fatalidade: durante sua preparação, Adriano rompe o tendão de Aquiles e fica 5 meses de molho para se recuperar. O problema é que se para nós 5 meses tem aproximadamente 150 dias, para Adriano 5 meses duraram um pouco mais. Os atrasos e a falta de comprometimento com a própria recuperação enfezaram até mesmo o calmo Tite, que pediu pela saída do atleta. Depois de sua saída, foi revelado que a diretoria havia ocultado pelo menos 50 atrasos de Adriano, fora os que vieram ao conhecimento da imprensa.

E já que começamos o assunto no campo da economia, vamos a um pequeno demonstrativo de "rentabilidade":

Adriano no Flamengo (2009-2010): Salários: R$ 500,000.00 (fora os valores com negociação de contratação)
                                                          Retorno: 1 titulo brasileiro

Adriano no Roma-ITA (2010-2011): Salários: R$ 6,000,000.00 anuais (fora os valores com negociação de contratação)    
                                                         Retorno: zero gols em jogos oficias e zero títulos

Adriano no Corinthians (2011-2012): Salários: R$ 500,000.00 (fora os valores com negociação de contratação)    
                                                              Retorno: 8 jogos disputados, 2 gols e 1 título brasileiro ( que convenhamos não teve lá muita participação do Imperador)


O Flamengo ao anunciar Adriano como novo reforço faz sim um investimento de alto risco por tudo que o jogador tem apresentado nos clubes por onde tem passado, pela indisciplina recorrente e por todas as polêmicas e inconstância que Adriano é capaz de trazer para uma equipe. No entanto, o que mais deve preocupar o time da Gávea é o que Adriano disse em sua apresentação: "Serei o mesmo Adriano de sempre".  

domingo, 19 de agosto de 2012

Santos 3x2 Corinthians - Análise

por Lucas Ribeiro

Na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, Santos e Corinthians fizeram um jogo, principalmente nos dois últimos terços do segundo tempo, emocionante. Depois de vencer o Figueirense, e reganhando corpo depois das voltas de Neymar e Ganso das Olimpíadas e da contratação do bom argentino "Patito" Rodríguez, Muricy lançou o Peixe no 4-3-3. Já o Timão, por sua vez, foi a campo no seu já tradicional 4-2-3-1, com Tite promovendo a estreia do jovem Guilherme Andrade na equipe principal.


O começo do jogo, a despeito de estar atuando fora de casa, foi corintiano. Jogando nas costas de Bruno Rodrigo, Romarinho ameaçou Rafael por duas vezes. O goleiro santista, porém, foi bem em ambas as oportunidades. O meio-campo dos anfitriões sentia dificuldades em encontrar espaços, mesmo contando com a qualidade de Ganso na distribuição de passes e com a velocidade de Rodríguez, aberto pela direita. Assim, aos 28, traduzindo sua superioridade, o Corinthians abriu o marcador com Danilo, de cabeça. 

O pós-gol continuou mantendo os paulistanos melhores na partida, mas, aos 35, depois de uma bela jogada da Fera, André empurrou às redes e mudou o equilíbrio do confronto. Acompanhe abaixo como a alta movimentação do ataque santista proporcionou o triunfo.

Neymar, ao passar pela direita, viu a marcação corintiana ficar atenta com Patito...

...passando pelo "buraco" entre Fábio Santos, preocupado com o argentino, e Patito, Neymar acelerou, adentrou a meta corintiana...

...e cruzou para dentro, para a finalização de André

Arouca, jogando como há muito não jogava, Patito e Neymar, pelos flancos, começaram a mudar o panorama em favor dos donos da casa. A primeira etapa terminaria em alta tempetura: depois de uma dividida entre o centroavante santista e o beque corintiano Wallace, Ralf foi tirar satisfações com o adversário, o que causou um pequeno tumulto. 

Assim como parou, o jogo recomeçou com o Peixe mandando. Logo aos 3 minutos, André, novamente ele, em lance polêmico, onde o trio de arbitragem deixou de observar por três vezes jogadores santistas em posição irregular, pôs o Santos na vantagem numérica. Acompanhe o lance:

No cruzamento de Léo, é possível perceber André, Bruno Rodrigo e Durval em posição irregular (erro 1)...

...Bruno Rodrigo, o responsável por escorar de cabeça o lançamento, passa para Durval, também em impedimento (erro 2)...


...Durval, em impedimento e de carrinho, toca para André, impedido, fazer o gol (erro 3)

A partir daí, os santistas foram extremamente superiores, fazendo um jogo coletivo muito bom. Muricy, vendo o cansaço da promessa argentina, mudou taticamente sua equipe, colocando em campo Felipe Anderson, que, junto com Ganso, ficaria responsável pela armação dos anfitriões.

Tite respondeu e, ao contrário do treinador adversário, apostou em um hermano: Martínez, que entrou na vaga de Danilo. Apesar do menor volume de ações, aos 35, a alteração corintiana resultou em gol, com o ex-jogador do Vélez fazendo o seu primeiro tento com a camisa do novo clube. Daí em diante, o embate pegaria fogo: logo aos 38, portanto três minutos depois do empate, Bruno Rodrigo, que se recuperou e foi um leão na defesa, recolocou os santistas à frente no placar. 

Com o apito do juiz, os corintianos, indignados com os erros, foram se queixar com a qualidade da arbitragem, que errou em lances capitais, lances estes que, apesar da boa partida santista, foram fundamentais para que o Corinthians não voltasse para casa com um ponto na bagagem. Agora, na quarta, o Santos encara a Universidad de Chile, pelo primeiro confronto da Recopa Sulamericana. O Corinthians volta a campo no próximo domingo para mais um clássico, desta vez contra o São Paulo.


DESTAQUES


BOLA CHEIA


André (Santos) - centroavante nato. Os dois gols, apesar do segundo ter contado com erro de arbitragem, foram de camisa 9. 

Bruno Rodrigo (Santos) - decidiu o jogo e, além do mais, foi um leão em campo.


BOLA MURCHA

trio de arbitragem - liderado pelo árbitro Flávio Rodrigues Guerra, gerou erro capital, em três lances, ainda por cima, que definiu o placar em favor do Santos. 

Guerrero (Corinthians) - ainda não provou a que veio. Partida fraquíssima. 

sábado, 18 de agosto de 2012

Newcastle 2x1 Tottenham - Análise

por Lucas Ribeiro

Hoje, depois de quase três meses, entre Eurocopa, férias e Jogos Olímpicos, a Premier League, na sua temporada 2012-13, voltou às atividades. E, para brindar o retorno do campeonato nacional mais caro do planeta, acompanhei o embate entre Newcastle e Tottenham, em St. James Park, na homônima cidade do primeiro, localizada no norte da Inglaterra. Treinados respectivamente por Alan Pardew e por André "novo Mourinho" Villas-Boas, que depois da polêmica demissão do Chelsea comandou pela primeira vez o novo clube em jogo oficial, ambas as equipes assim foram escaladas:


Os anfitriões estavam baseados em um 4-2-2-1-1, com Demba Ba, dentro do que pedisse a partida, podendo atuar ao lado de Cissé ou recompor uma linha de três no meio-campo. Já os visitantes entraram num 4-2-3-1, usando e abusando de seus rápidos alas, quase ponteiros, Lennon, pela direita, e Bale, pela esquerda. O jogo, contudo, começou amarrado no meio-campo. A criatividade, até os 30 minutos, foi artigo de luxo. A chance mais real de gol aconteceu com Ba, que chutou no cantinho do goleiro Friedel, quase fazendo a torcida inaugurar uma festa. 

No último terço da etapa inicial, contudo, o Tottenham passou a ir à frente com perigo. Ao avançar a linha de marcação e ao surpreender em alguns contra-ataques, os londrinos, como já dito, com Bale, Lennon e Defoe, chegaram perto de abrir o marcador: depois de boa jogada do camisa 7, que passou por Santon, o galês, cabeceando, teve de ver, impotente, o zagueirão Steve Taylor tirar a bola em cima da linha. Abaixo, em lance ocorrido no comecinho do segundo tempo, é possível apreender as inversões de jogo dos Spurs.


Ao rapidamente recuperar a bola após um escanteio cobrado pelos Magpies, Bale passou pela direita; contudo, apesar da boa jogada, a bola não chegou a Defoe com chances claras de finalização. A segunda metade do confronto, ao contrário do que representaram os primeiros 45 minutos, viu um Newcastle mais consistente. Ba, mais uma vez, provou ter estrela: aos 10, o senegalês, depois de falha defensiva dos londrinos, tirou de Friedel e marcou um belo gol. 

Os donos da casa, assim, se fecharam com mais qualidade. O meio-campo do seu adversário se tornou menos operante. Antes de alterações importantes, contudo, depois de reclamar de uma possível inversão na marcação de uma saída de bola, Alan Pardew acabou sendo expulso por reclamação acintosa, que gerou um empurrão no braço de um dos auxiliares. Deve sofrer algum tipo de suspensão pela FA. 

Voltando exclusivamente às quatro linhas, vendo o pouco poder de fogo de sua meia-cancha, Villas-Bôas substituiu Sigurdsson e lançou o holandês van der Vaart. Coincidentemente ou não, o camisa 10 seria importante para uma mudança no panorama da partida, primeiro colocando, com um belíssimo passe longo, Lennon cara-a-cara com Krul, jogada que não resultou em gol graças à astúcia do lateral Simpson, preciso no corte, e segundo tendo participação fundamental no empate, quando Defoe balançou as redes. 

Mesmo assim, Ben-Arfa, apagado durante todo o embate, aos 35, em lance polêmico, caiu na área e forçou um pênalti aos mandantes. O próprio francês foi à cobrança e desempatou o marcador. A partir daí, nem a entrada do jovem atacante Kane transformaria o seu rumo. O Newcastle, jogando com a torcida, manteve a tranquilidade e esperou o árbitro dar o apito final para anotar seus três primeiros pontos na Premier League 2012-13. 

Jogando agora fora de casa, os Magpies enfrentam o atual campeão europeu Chelsea. Também em Londres, o Tottenham, em busca de sua primeira vitória, encara, no próximo sábado, o West Brom, no seu White Hart Lane. E o Campeonato Inglês promete!


DESTAQUES


BOLA CHEIA

Ba (Newcastle) - O senegalês tem estrela. Tecnicamente pode não ser brilhante, mas sabe se posicionar e finalizar com muito brilho.

BOLA MURCHA

Pardew (Newcastle) - Uma expulsão que, apesar de não ter prejudicado o seu time no resultado final, pode forçar um gancho pesado ao treinador. 

sábado, 11 de agosto de 2012

Brasil 1x2 México - O melhor levou

por Lucas Ribeiro

Depois de 24 anos e de toda a expectativa gerada, o Brasil chegou à final dos jogos olímpicos. O time, recheado de estrelas do porte de Thiago Silva, Marcelo, Oscar, Ganso, Lucas e, principalmente, Neymar, prometia o ouro, feito ainda inédito na galeria de conquistas da CBF. Mas, no decorrer da competição, viu que tradição não dava banquete: fez jogos duros contra Egito e Honduras e presenciou as eliminações, ainda na primeira fase, dos também favoritos uruguaios e espanhóis.

O México, por sua vez, foi à decisão comendo pelas beiradas. Foi beneficiado por cair em um, teoricamente, grupo mais fraco, com Gabão, Suíça e Coreia do Sul, em relação aos demais. Empatou com os asiáticos, mas, com grandes atuações de Giovani dos Santos e Peralta, bateu os africanos e os europeus e avançou às quartas-de-final. As vitórias sobre Senegal e, depois, sobre os japoneses deu a oportunidade aos tricolores de, pela primeira vez, jogarem uma final olímpica.

O adversário, quem seria: o favoritíssimo Brasil, que, mesmo sem ter conquistado o posto mais alto do pódio em Olimpíadas, conquistara, ao longo da Era Moderna, duas pratas (1984 e 88) e dois bronzes (1996 e 2008). Era de se esperar, portanto, que o México seria uma presa tranquila. Certo? Errado! Aos 30 segundos de jogo, o sonho dourado brasileiro começou a ruir. Depois de erro infantil de Rafael, Peralta colocou os espanófonos na frente.

O jogo, assim, se tornou uma via crúcis ao time verde-amarelo. O mexicanos, bem postados em campo, impediram a bola de chegar a Neymar e a Oscar. Já aos 30 minutos do primeiro tempo, o improvisado de volante Alex Sandro (a retranca, se aconteceu no imaginário, ainda tinha uma cara, pelos três cabeças-de-área, mais brasileira) daria lugar a Hulk, colocando o Brasil com três atacantes. A equipe de verde e branco, entretanto, não esmoreceu: belissimamente postada em campo, foi dona da meia-cancha e atacava racionalmente.

O segundo gol, também do centroavante Peralta, aos 30 do segundo, foi uma consequência de quem era melhor no jogo. O camisa 9 já havia acertado uma bola no travessão de Gabriel, quando, depois da cobrança de uma falta do lado esquerdo, cabeceou tranquilo e conferiu um duro golpe ao time canarinho, que viu suas condições de igualar o marcador praticamente mortas.

O México, ainda assim, parecia subverter a lógica de um time que vence. O time, cada vez mais, avançava as suas linhas de marcação e, se aproveitando da condição psicológica brasileira, tomou conta em definitivo do meio-campo. A partir principalmente de Thiago Silva, a bola começou a chegar ao ataque através de ligações diretas. Neymar e Oscar, agora mais do que nunca, se encolheram. Se antes já sentiam a forte marcação, agora nem procuravam mais os espaços.

Um gol de honra, enfim, saiu. Hulk aos 46, pela direita, bateu na saída do goleiro Corona e deu esperanças à torcida de levar o jogo para a prorrogação. Para dar um toque de dramaticidade, Oscar perdeu, no último lance, um tento claro, cabeceando para fora, bem de frente à meta mexicana. O ouro, portanto, mais que merecidamente vai para a América do Norte. O Brasil, depois de um amistoso contra o adversário desse sábado em junho, no qual também foi derrotado, sabia que enfrentaria um adversário duro.

E o bom trabalho de base, que rendeu dois títulos mundiais sub-17 ao México desde 2005, vem gerando bons frutos. Não basta culparmos Rafael, Mano Menezes ou tentar encontrar outro bode expiatório, mas devemos, antes de tudo, enxergar que encaramos um time difícil. E por mais que seja clichê, com Uruguai e Espanha na primeira fase e Coreia com o bronze no peito, "não há mais bobo no futebol".

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Os novos donos da bola


por André Gobi

O mundo da bola tem acompanhado no último ano a ascensão do Paris Saint-Germain (PSG), time da primeira divisão do futebol francês. Uma mudança e tanto no time aconteceu quando em junho de 2011, o clube foi adquirido por um grupo dos Emirados Árabes, a Autoridade de Investimento do Qatar Investment Authority ("QIA"), tendo Nasser Al-Khelaïfi como presidente do clube. A partir de então, o PSG passou a fazer grandes contratações.

Não é um time desconhecido, principalmente dos brasileiros. O time já teve vários ilustres no elenco, como Ronaldinho, Vampeta, Leonardo, Ricardo Gomes, Raí (ídolo até hoje da torcida), e ainda tem os brasileiros Nenê, Maxwell, Thiago Motta, Alex, Thiago Silva (que se apresenta após os Jogos Olímpicos) e agora também o são paulino Lucas (que se integra ao time em 2013). Além desses, vale ressaltar a presença do uruguaio Diego Lugano, velho conhecido dos brasileiros.

Além disso, tem jogadores de várias nacionalidades e alguns títulos em sua história. Claro que nada muito relevante, mas conquistou alguns títulos continentais como uma Recopa Européia (1996) e uma Copa Intertoto da Uefa (2001), além de títulos de âmbito nacional. Isso faz, a nível europeu, o PSG ser um time de segundo escalão. É um dos grandes da França, assim como seu maior rival, o Olympique Marseille, porém fora do território francês, fica muito aquém dos outros grandes dos países vizinhos. Ultimamente, times até da Rússia tem estado à frente do clube francês.

No entanto, seus novos donos parecem mesmo dispostos a mudar esse cenário e desde a compra do clube em 2011, tem investido pesado em contratações. Primeiro foram Pastore, Alex, Maxwell, Thiago Motta, Lugano entre outros. Também contrataram o brasileiro Leonardo (que havia sido jogador do PSG) para exercer uma função de manager, contratação que se mostrou extremamente acertada, uma vez que Leonardo tem acesso a muitos clubes da Europa e Brasil, mantendo boas relações por onde passa.

Para a próxima temporada, o time resolveu gastar mais ainda. Para ter Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic e Lucas, o clube gastou aproximadamente R$ 650 milhões. Somente pelo garoto tricolor, pagou R$ 108,3 milhões! Gastos expressivos, se levarmos em conta que Lucas é ainda uma promessa e sem experiência internacional, apesar de ser um ótimo e promissor jogador.

O objetivo é óbvio. Vencer os campeonatos nacionais e a Uefa Champions League. Não é tarefa fácil, mesmo com o super e milionário time que está montando. Temos exemplos de que nem sempre um super elenco recheado de estrelas caríssimas e grupos investidores dão os resultados esperados. Podemos citar aqui o time dos galácticos do Real Madrid de meados dos anos 2000. Um time que chegou a vencer o campeonato nacional, porém, não teve o desempenho esperado. Só para lembrar, esse time tinha jogadores do calibre de Ronaldo, Roberto Carlos, Robinho, Van Nistelroy, David Beckham, Michael Owen e ninguém menos que Zinedine Zidane. Isso só listando os mais famosos. Temos ainda exemplos caseiros (muito mais modestos, claro), como o Flamengo da segunda metade dos anos 90 e o Corinthians de 2005. Mas não devemos nos esquecer dos exemplos bem sucedidos, como casos de Chelsea e Manchester City, ambos ingleses (tema para outro texto).

Além de se reforçar, o PSG também enfraquece alguns dos seus concorrentes a titulos continentais e locais. Exemplos claros disso são o Milan, da Itália, e o Manchester United, da Inglaterra. O primeiro é o exemplo mais gritante. Perdeu seus dois principais jogadores para o PSG, atitude que gerou protestos da torcida rossonera. Thiago Silva e Ibrahimovic eram o motor e alma do Milan e o time irá sentir muito com suas ausências. No caso dos ingleses, não se trata de perder um jogador de seu elenco, mas sim de perder um bom reforço. Os Red Devils não fizeram uma temporada à altura que se esperava em 2011, ainda mais devido às últimas ótimas temporadas que vinha fazendo. 

Os comandados de Alex Ferguson foram eliminados na primeira fase da Champions e na Europa League eliminados pelo pequeno espanhol Athletic Bilbao. Como se não bastasse, perdeu a Premier League para o rival local Manchester City nos últimos segundos da última rodada do campeonato, após abrir uma diferença bem confortável de 8 pontos sobre os citizens na fase final do torneio. Como o português Nani pode estar deixando Old Trafford e indo para o Real Madrid, Fergie tinha esperança de incorporar Lucas ao time, até ter seus planos frustrados pelo novo milionário francês.

O resultado de todo esse investimento será verificado nos próximos meses ou anos. Seria bom para o esporte que um time fora do tripé Inglaterra – Itália –Espanha despontasse novamente no cenário mundial. No entanto, numa época em que a FIFA preza tanto para que os atletas dentro de campo preguem o Fair Play (o chamado jogo limpo), nos bastidores quem tem mais dinheiro vai atropelando negociações e planejamentos que tem meses de andamento, sem se importar com nada relacionado à algum código de ético, e isso acontece sem nenhuma repreensão da própria FIFA ou dos governos dos países aos quais essas ligas e clubes pertencem. Money talks. E no futebol atual, money scores.

domingo, 5 de agosto de 2012

São Paulo 1 x 0 Sport - Análise

por Lucas Ribeiro

Depois de duas boas vitórias (4 a 1 diante do Flamengo, no Morumbi, e 2 a 0 frente ao Bahia, no estádio de Pituaçu, em Salvador), o São Paulo voltou a campo, mais especificamente em seus domínios, diante do Sport Recife, tentando consolidar uma boa fase, e consequentemente espantar os maus agouros que vinham empacando os trabalhos no clube. Ney Franco, novamente, optou pelo 3-5-2 e, sem o contundido Luís Fabiano, lançou o criticado Willian José como centroavante. Vágner Mancini, técnico do Leão, por sua vez, foi num 4-2-2-1-1. Siga abaixo ambas as escalações:


Com sua superioridade técnica, o tricolor logo tomou conta das ações ofensivas. Os defensores João Filipe e Rafael Tolói, inspirados, subiram bastante ao ataque na primeira etapa, tentando corrigir algumas inoperâncias de Jádson, que mais uma vez realizou uma partida aquém do esperado. As duas chances claras de gol do tricolor, no entanto, foram neutralizadas pelo goleiro Magrão, a primeira de Willian José e a segunda de Ademilson, com ambos chutando em cima do arqueiro. 

O Sport, bem armado por Mancini, se arriscou pouco, à exceção de alguns bom chutes executados pelo meia Willians, jogador que teve passagem apagada pelo Palmeiras. No segundo tempo, a torcida presente no Morumbi deixou clara sua reprovação por WJ. O ex-atacante do já extinto Grêmio Prudente hoje fez jus ao seu apelido, "cone". Responsável por não apresentar perigo à meta recifense, deixou o gramado vaiado e substituído por Cícero.

O camisa 16, apesar de também não gozar de boa reputação junto aos são-paulinos, condição fortalecida depois de sua péssima atuação na semifinal da Copa do Brasil, quando a equipe foi eliminada pelo Coritiba, e de ter jogado improvisado, deu maior eficiência às ações ofensivas. Não à toa o gol saiu depois de uma jogada sua, rebatida no goleiro do Sport e sobrada para o jovem Ademilson, que finalizou e, aos 30 minutos, tornou a partida mais segura aos mandantes. 

O auxiliar Marcio Eustáquio Sousa Santiago, no entanto, aos 27, portanto antes do tento que permitiu três pontos ao São Paulo, havia erroneamente anulado um gol do camisa 29, que, ao contrário do assinalado, estava em posição regular. A torcida da casa, empolgada pela proximidade de mais uma vitória, passou a jogar junto com o time, o que dificultou toda e qualquer reação dos visitantes, já posicionados em campo bem compactados, com o intuito de levar um ponto na bagagem. Nem as entradas dos ex-são-paulinos Hugo e Edcarlos, em lugares respectivamente de Willians e Marquinhos Gabriel, que transformaram os nordestinos num espelho do 3-5-2 de Franco, puderam evitar a derrota. 

Com o triunfo, os paulistas atingem a sexta colocação, com 25 pontos, e agora, mais do que nunca, passam a sonhar com maior concretude com a Libertadores (e até com a possibilidade de brigar até o fim do campeonato pelo título). O Sport, no entanto, estacionou na 14º posição e, dependendo dos resultados de Náutico e Santos, pode dormir na 16º, a última antes do Z-4. Apesar de concorrentes de menor qualidade, o sinal amarelo já ficaria aceso na Ilha da Retiro.


DESTAQUES


BOLA CHEIA

Ademilson (São Paulo): Com 18 anos, vem provando que tem estrela. Sempre bem posicionado e na hora e no lugar certos. 

Tolói (São Paulo): Foi um monstro. Não deu colher de chá ao ataque rubro-negro. Bela aposta da Série B, provando que, com menos dinheiro, é possível conseguir contratações boas na divisão de acesso do futebol brasileiro.

Denílson (São Paulo): Mais uma vez um "deus da raça" tricolor, diferentemente daquele do segundo semestre de 2011, quando contraía expulsões inocentes. 

Magrão (Sport): Se não fosse ele, o São Paulo teria feito pelo menos 3 a 0. Simplesmente impediu um placar mais elástico por parte do tricolor.


BOLA MURCHA

Willian José (São Paulo): É esforçado, tenta os espaços, mas é grosso. Nunca vai ser um substituto à altura de LF. Até as voltas de Lucas, da seleção, de Osvaldo e do Fabuloso, de contusão, Ney Franco deveria apostar em um ataque formado por Ademilson e Cícero. 

Jádson (São Paulo): Mais uma vez se escondeu. E mais uma vez, pra variar!, aparece no Bola Murcha.