quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A culpa dos merengues

por Lucas Ribeiro

A vitória do Real sobre o Barça na final da Supercopa da Espanha deixa uma pergunta no ar: será que Mourinho, o festajadíssimo técnico dos merengues e dono de duas Champions League e inúmeros títulos no futebol português, inglês e italiano, finalmente superará os arquirrivais no quesito favoritismo? Desde que desembarcou em Madri, mais precisamente em julho de 2010, como campeão europeu de clubes com a Internazionale, para treinar um elenco com Cristiano Ronaldo, Kaká e dos então recém-contratados Di Maria, Ozil, Xabi Alonso e Khedira, todos destaques da Copa do Mundo da África do Sul, havia uma expectativa de que o Special One, dentro de pouquíssimo tempo, superasse a badalação dos blaugranas, quem ele havia sido capaz de eliminar numa eletrizante semifinal de UCL enquanto treinava os milaneses.

Ledo engano. Nesses últimos dois anos, o Barça só continuou expandindo sua soberania no quesito qualidade de bola no mundo futebolístico. Nem a eliminação frente ao Chelsea pela Champions na última temporada colocou a coroa dos barcelonistas sob ameaça, que, por sua vez e ainda por cima, desde a chegada de Mourinho à Espanha, já levantaram os seus vigésimo primeiro troféu nacional, quarto europeu e segundo mundial (numa goleada, quem não se lembra?, por 4 a 0 sobre o Santos). Os blancos, enquanto isso, a despeito de suas estrelas milionárias, que, outrora, eram chamadas de galacticos, viram sua eterna perseguição aos catalães obter resultado apenas na última temporada de La Liga, quando, depois de três anos, voltaram a conquistar o país.

Talvez a principal diferença entre ambos os times, e consequentemente entre os resultados adquiridos, resida nos seus craques majoritários: Messi e o já citado Cristiano Ronaldo. Enquanto o primeiro parece jogar bola por um mero prazer, o segundo, que é indiscutivelmente um jogador de altíssimo nível, tenta a qualquer custo roubar os holofotes daquele que, merecidamente, está mais em foco que ele. Só que, se calado, o brilhante argentino já ajudou a enfeitar a sala de troféus do maior time de Barcelona quase de uma maneira jamais vista antes, o português só vê uma mísera conquista nacional no acervo de taças madrilenho. 

Assim, será que o problema só resida mesmo dentro de campo? Será que Mourinho, dentro de seus vastos conhecimentos técnico e tático, é mesmo uma das anomalias do valiosíssimo elenco ter dado com os burros n'água nos últimos grandes campeonatos? Acho que não; a reflexão, de fato, deve assumir uma posição de observar o seu camisa 7, que, apesar de gozar de todos os prestígios em Madri, se preocupa, numa disputa pessoal, em superar o camisa 10 adversário. Só que em campo, onde tudo vale, Ronaldo vem tomando uma goleada...

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