segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

As vergonhas do nosso futebol...

por Lucas Ribeiro

Dia 16 de dezembro de 2013. Segunda-feira. O Campeonato Brasileiro acabara há uma semana. Ou melhor dizendo, não. Muitos dos que choraram no domingo 8 - principalmente na Arena Fonte Nova - voltaram a, injustamente, sorrir. O STJD, unanimemente, condenou a Portuguesa a perder quatro pontos na competição e substitui, na zona de rebaixamento à Série B, o Fluminense, que, por sua vez , permanece na Série A em 2014. 

O revoltante dessa história toda é saber que o único grande que parece sempre imune ao descenso é o Tricolor das Laranjeiras. Corinthians, Palmeiras, Atlético Mineiro, Grêmio, Vasco e Botafogo já pagaram suas "penas" na Segundona. Desceram em campo, com péssimos e pífios desempenhos, e subiram, triunfalmente, nele. Falemos sobre a bela trajetória corintiana: de um náufrago pós-parceria com a MSI, em 2007, chegou, na temporada 2012, às conquistas da Libertadores, seu velho sonho de consumo, e do Mundial. O Palmeiras, por sua vez, foi à divisão de acesso por duas oportunidades: em 2002 e em 2012, numa temporada na qual o Verdão havia levantado a Copa do Brasil. 

Ou seja, só de reivindicar o direito de permanecer na Série A se baseando na utilização por dois minutos de um jogador irregular já, para mim, deslegitima qualquer comemoração proveniente dos cariocas. A temporada do Flu foi, de fato, um fracasso: de favorito à Libertadores a ter de entrar na Justiça Desportiva para se manter na elite. Tudo começou com a eliminação sobre o Olímpia na maior competição sul-americana. As vendas de Wellington Nem e Thiago Neves, a aposentadoria de Deco e a contusão de Fred só expuseram as fragilidades de um time que não se planejou escorreitamente para encarar 2013, fragilidade esta visível na partida contra uma espécie de São Paulo B, no Maracanã, quando venceu os rivais apenas no último minuto. 

Foi, certamente, um erro de percurso. Desde 2010, junto com o Corinthians, o Fluminense é o time mais estável do país. Conquistou dois campeonatos nacionais desde então. Subiria naturalmente e voltaria, como se nada tivesse acontecido, a lutar pelos principais troféus. Mas a alegria é maior porque, soberbamente, a certeza de permanência era maior, e o velho ídolo Conca já havia acertado seu retorno. E outra: no campo tudo é mais gostoso. 

Será que o Brasileirão 2013 é que acabou? Não, pois ainda cabe recurso à Lusa para reverter a situação, mas com certeza um pouquinho do futebol brasileiro...

P.S.: Segue abaixo a declaração de João Zanforlin, advogado da Portuguesa, após o veredicto: 

"Roubar a Portuguesa da Série A é pior do que dar uma injeção tão grande para matar a pulga que matam o cachorro. Mudar o resultado no campo a quatro meses da Copa do Mundo é uma violência moral. O rebaixamento da Portuguesa é o rebaixamento do direito, é a instituição da mutreta"

domingo, 15 de setembro de 2013

Será que Muricy era mesmo a peça que faltava?

por Lucas Ribeiro

Na última segunda, após a demissão de Paulo Autuori, critiquei a diretoria são-paulina, que, a despeito de seu complexo de superioridade, estava se acostumando a trocar de técnicos no clube. Afinal, o retorno de Muricy Ramalho ao Morumbi representaria o terceiro treinador não-interino a passar pelo clube em nove meses de 2013. Ou seja, uma média de exíguos quatro meses para que cada profissional, isso se o tricampeão brasileiro permanecesse virtualmente até dezembro, mostrasse e impusesse seu trabalho. 

Contudo, nos seus dois primeiros confrontos no retorno a casa, ironicamente, contra os dois times com faixa transversal no peito do Campeonato, Ponte Preta e Vasco, Muricy conseguiu duas vitórias, o mesmo número que Autuori conseguiu na competição, só que em 12 rodadas. Sem querer parecer contrário ao trabalho do carioca, que, inclusive, tirou leite de pedra e, como dito no texto anterior, tomou medidas importantes para estabilizar o ambiente no clube, como o afastamento de Lúcio, acho que o Tricolor, depois da dupla de boas exibições, precisava mesmo era de Ramalho.

Não digo aqui nem pelo seu potencial por montar times taticamente muito bons, por exemplo - afinal, ainda penso que Autuori, neste sentido, é superior -, mas pela motivação que o paulistano instala no grupo. Sua identificação com a torcida, por exemplo, pode não parecer nada, mas é essencial para que o time ainda apresente mais força em seus domínios, quer seja no Morumbi ou, quando este estiver indisponível, no Pacaembu. 

Outro fator bastante considerável é a proximidade de Muricy com Paulo Henrique Ganso. Ainda devendo muito com a camisa são-paulina, o novo treinador já trabalhou com o camisa 8, nos tempos de Santos, e com ele de maestro chegou a levantar uma importante Libertadores, em 2011.  Contra a Macaca, o ex-santista afirmou, ao final do confronto, que havia feito a sua melhor partida pelo São Paulo, tendo sido responsável por uma milimétrica assistência para que Luís Fabiano deixasse o gol que se converteria em três pontos e por outra dezena de passes que tiraram o sossego da retaguarda campineira. 

A partida deste domingo, o triunfo por 2 a 0 sobre os vascaínos, em seu praticamente inexpugnável São Januário, parece a prova definitiva de que Ramalho vai, apesar da diferença de qualidade dos elencos que possuía em 2006, 2007 e 2008, tentar impor seu velho estilo de jogo no Morumbi: três zagueiros, dois alas bastante trabalhadores e, a partir disso, chuveirinho. 

Já são dois jogos sem levar gols; e duas vitórias relativamente apertadas. O primeiro gol desta tarde dominical, de Rodrigo Caio, pareceu, especialmente, ter vindo da década anterior, da Era Muricy, de Ouro no clube. E um fator para que os tricolores, apesar da má fase, se empolguem: naquela época, o camisa 10 era Danilo e, na pior das hipóteses, o esforçado Lenílson. Hoje, se, como dito, Ganso entrar novamente em sintonia com seu comandante, tudo, em 2014, pode superar os dias de glória. Quem sabe...

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cadê o "gestor"?

por Lucas Ribeiro

Na tarde desta segunda-feira, pressionado por maus resultados, Paulo Autuori, após quase dois meses como treinador são-paulino na sua segunda passagem pelo Morumbi, foi demitido. O favorito para assumir o cargo, agora vacante, é Muricy Ramalho, outro que, assim como o provável antecessor, assim como o foi entre 2005 e 2006, quando substituiu o então campeão mundial no cargo, fez história no clube, ao ganhar três Campeonatos Brasileiros consecutivos. 

Mas, falando na demissão, ela é prova, mais uma vez, do amadorismo reinante no departamento de futebol tricolor. Apesar de na contratação de Autuori, Juvenal Juvêncio enfatizar a existência de um "gestor" no clube, o cai-cai de técnicos não resolverá o problema do São Paulo. Ou alguém acha que o responsável pelos baixos rendimentos de Jádson, Osvaldo, Ganso e Luís Fabiano é o nome que senta à beira do gramado junto com os reservas?

Autuori, enfim, deu um mínimo padrão de jogo à equipe e conseguiu, em meio à crise, deixar bons legados, como o afastamento de Lúcio, que, presente, foi um dos responsáveis pela instalação da crise técnica do clube, e a reintegração de Fabrício, que vem sendo um dos pontos de equilíbrio no meio-campo. No mais, promoveu Reinaldo na lateral, talvez o único que, dentro das dificuldades são-paulinas, vem atuando com boa qualidade. 

A vitória sobre o Benfica, no entanto, serviu para tampar o sol com a peneira. Mas não em relação ao trabalho do treinador, e sim pra quem pensava que o SPFC tinha um elenco "qualificado". A crise, resumindo, é decorrente de um psicológico e deficiências futebolísticas crônicos, e sua resolução seria equacionada se os velhos nomes da diretoria dessem a lugar a novos. 

Afinal, Paulo Autuori nunca foi e nem sequer será feiticeiro. Assim como Ney Franco e Muricy Ramalho, que, quando ganhou tudo, tinha respaldo de uma diretoria de "verdade". Ou seja, àqueles que defendiam a queda do carioca e o retorno do paulista, o sofrimento vem é mais de cima. A briga contra se rebaixamento, este se já não concretizado, continuará emocionante!

domingo, 8 de setembro de 2013

A (cada vez mais próxima) queda do São Paulo

por Lucas Ribeiro

Neste domingo, o São Paulo perdeu, por 2 a 0, para o Coritiba, na casa do adversário, e, mais do que nunca, deve dar adeus à Série A do Brasileirão em 2014. O que aconteceu de errado com o clube, que, passou pelo maior jejum de sua história e, quando parece que vai empolgar, retrocede? 

Voltemos a janeiro. Ainda com o moralizado Ney Franco como treinador, Juvenal, o presidente, parecia montar um time dos sonhos no Morumbi. Mesmo com a saída do jovem Lucas, que teve um impressionante segundo semestre de 2012 com a camisa tricolor, o mandatário prometia Vargas, fechava com Aloísio, terceiro nome da lista de artilheiros do então último Brasileiro, e via Ganso iniciar sua primeira temporada com a sua nova equipe. Uma atitude, contudo, foi fundamental para a guinada do clube: a contratação do zagueiro Lúcio, pentacampeão mundial com a seleção brasileira.

Em vez de fechar com o ídolo Lugano, que claudicava no Paris Saint-Germain e que, em troca de Lucas, poderia ter sido inserto na negociação, JJ optou pelo atleta sem identificação com a equipe do Morumbi e que vinha apresentando problemas de relação na Juventus, sua última equipe. O zagueirão, que prometia ser o símbolo de uma imaginada conquista da Libertadores, acabou se tornando um fracasso, encerrando sua passagem após um afastamento, em julho, pelo novo treinador, Paulo Autuori.

E, por falar em técnico, o então prestigiado, como já dito, Ney Franco virou, em pouco menos de seis meses, um "inútil". Além da demissão, depois de já estar fora da rotina do clube, se envolveu em um "barraco" com Rogério Ceni, disparando que atletas como Ganso e o próprio Lúcio não brilhavam graças a uma influência negativa do capitão. Em resposta a Franco, Ceni, que outrora o elogiava, disse que, se gozasse de tanto poder dentro do SPFC, já o teria demitido há muito. 

A soberba, pelo contrário, a despeito dos maus resultados, continuou. Adalberto Batista, ex-diretor de futebol, e Juvêncio, via imprensa, reiteradamente pareciam estar ainda entre 2005 e 2008, quando os são-paulinos comemoraram até o mundo. O primeiro, quando perguntado sobre reforços, afirmou que o fraquíssimo elenco era "qualificado". O segundo, na coletiva de contratação de Autuori, alfinetou o rival Corinthians, lendo uma lista que continua todos os treinadores alvinegros desde 2003. 

Ou seja, resumo da ópera: torçam, aficcionados, para que abril chegue logo e que, com sua chegada, os conselheiros não reelejam a chapa de JJ, que, certamente, apontará pelo menos um candidato. Caso contrário, a Série B será mais longa que um ano...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Seleção da Libertadores 2013

por Lucas Ribeiro

Goleiro:

Victor (Atlético-MG) - Foi simplesmente decisivo. Levou a taça à Cidade do Galo depois de, nos pênaltis, fechar o gol contra NOB e Olímpia. 


Lateral-direito:

Salustiano Candía (Olímpia) - Bom defensor. Apesar dos 30 anos, fez boa Libertadores.


Zagueiros:

Réver (Atlético-MG) - Um gigante. Provou neste Libertadores ser o melhor zagueiro em atividade no Brasil. 

Carlos Valdéz (Santa Fé) - Zagueiro simples e firme, foi membro de uma das surpresas da Libertadores, o colombiano Santa Fé


Lateral-esquerdo:

Meza (Olímpia) - Mais um bom nome do renascido Olímpia. 


Volantes:

Pierre (Atlético-MG) - Cão de guarda atleticano. Deixou no banco até o selecionável e já campeão, em 2005, Josué.

Bernardi (Newell's) - Líder do NOB (aos 37 anos), relembrou nesta edição da Libertadores suas boas atuações no futebol francês. 


Meias:

Bernard (Atlético-MG) - O "branquinho", alcunha dada pelo presidente são-paulino Juvenal Juvêncio, parece um veterano, apesar dos seus parcos 20 anos. Encara a marcação sem medo e, incansavelmente, corre o campo todo. 

Ronaldinho (Atlético-MG) - Renasceu e foi líder do Galo. Com sua experiência e passes precisos, foi o grande nome atleticano na Liberta.

Scocco (Newell's) - Rápido e habilidoso, fecha, na esquerda, a função que nesta seleção Bernard faz na direita.



Atacante:


Jô (Atlético-MG) - Artilheiro e campeão. Menção honrosa a Fred, que fez bom campeonato até a eliminação de seu Flu diante do Olímpia.


Técnico:

Cuca (Atlético-MG) - Não o considero grande técnico, mas teve a habilidade de montar um grupo bom no Atlético. Após anos ganhando títulos de pouca expressão ou contra o rebaixamento, a Libertadores foi um prêmio a um grupo bom tatica e tecnicamente, mas que, principalmente, obteve um belo espírito de grupo. 

Épico, incrível, inacreditável, sensacional. Chame como quiser, o Atlético-MG é campeão da Libertadores.

por André Gobi

Uma partida digna de infartar qualquer torcedor do Galo. Após perder a primeira partida por 2 a 0 no Paraguai, o time precisaria, pelo menos, igualar o placar contra o Olímpia para tentar vencer na prorrogação e pênaltis. Nada que o time e o torcedor atleticano já não estivessem acostumados.

O Atlético-MG teve um caminho tortuoso até levantar a taça. Tirando a primeira fase, de grupos, quando se classificou com sobra e as oitavas de final em que não tomou conhecimento do São Paulo, o time sofreu (e como sofreu) para conquistar a América. Foi aí que surgiu o goleiro São Victor (apesar de quem vos escreve desprezar essas nomeações santificadas, o faço, pois, é como toda a torcida o está chamando), que foi um dos maiores responsáveis pela conquista.

Nas quartas de final, o time sofreu contra o mexicano (quase estadunidense) Tijuana, quando o goleiro defendeu um pênalti aos 47 minutos do segundo tempo, que se convertido fosse, daria a classificação aos mexicanos. Na fase seguinte, semifinal, depois de perder por 2 a 0 na Argentina contra o Newell’s Old Boys, conseguiu o mesmo placar no jogo de volta e o goleiro foi o responsável pela classificação à final na disputa de pênaltis.

A partida final começou em Assunção na semana passada e não poderia ter sido pior. O time jogou muito mal e perdeu, novamente, por 2 a 0. O Olímpia não é um time qualquer, é tricampeão da Libertadores, experiente, o maior vencedor paraguaio e um dos gigantes sul americanos. Seria difícil reverter. Sim, seria difícil, mas não impossível. Embalados pelo grito das arquibancadas, a máxima “Yes, We CAM”, alusão à campanha do presidente norte americano Barack Obama, com seu jargão “Yes, We Can (Sim, nós podemos), se fez presente e o Galo realmente pôde, enfim, vencer a mais sonhada taça das Américas.

O jogo foi duro, com o time paraguaio bem postado taticamente e o time atleticano nervoso. O primeiro tempo teve o placar inalterado. No entanto, na volta do intervalo, Jô marcou logo no primeiro minuto e Leonardo Silva, aos 41, ampliou. Prorrogação sem alteração e outra disputa por pênaltis. Logo no primeiro, Victor defende para alegria atleticana e desestabilização paraguaia. A partida terminou com vitória do Atlético por 4 x 3 nas cobranças das penalidades. Galo campeão e festa, merecida de jogadores e torcida. 

Vale ressaltar que se alguém merecia muito esse título, esse alguém era o técnico Cuca. Sempre fazendo bons trabalhos, porém, com a fama de azarado, foi o responsável por montar esse time vitorioso com muitos jogadores desacreditados (Ronaldinho, por exemplo) e dar a volta por cima, fazendo uma campanha histórica que culminou num título épico. Parabéns ao Atlético-MG, que agora está em outro patamar do futebol.

domingo, 21 de julho de 2013

O problema chamado Tricolor

por Lucas Ribeiro

No último sábado, o São Paulo, jogando em casa, foi derrotado por 3 a 0 pelo Cruzeiro (com três tentos do ex-palmeirense Luan) e, com a sétima derrota consecutiva, inaugurou a série consecutiva de mais reveses da sua história. O episódio prova, dessa maneira, que a troca de técnico, Ney Franco deu lugar a Paulo Autuori, não surtiu efeito, e que o problema são-paulino é muito maior do que se pensava.

O próprio Autuori, fora do clube, imaginava que os desafios eram menores. Afinal, os últimos jogos que a equipe disputou sob o comando do ex-comandante da Seleção Sub-20 podiam ser reflexo de atletas insatisfeitos com o treinador. Mas, ao voltar ao Tricolor, Tricolor este pelo qual Autuori foi campeão da Libertadores e Mundial em 2005, o carioca deve ter sofrido um baque: definitivamente, este não é o mesmo de oito anos atrás, com os problemas e as desavenças sendo predominantes no ambiente.

A pressão da torcida por outro nome, o de Muricy Ramalho, também leva atritos ao desempenho do novo nome. Imagina você, recém-chegado a uma instituição que enfrenta uma crise, ainda ter que ouvir gritos de apoio a outro nome? É natural que, apesar de não expor tal situação, Autuori deva sentir desconfortos sobre tal questão.

E com relação ao elenco: com nomes como Osvaldo, Luís Fabiano, Ganso, Lúcio, Clemente Rodriguez e Rogério Ceni, no papel o São Paulo poderia brigar por vaga na Libertadores. Mas falemos na prática: o camisa 17 parou de jogar após a eliminação na Liberta, diante do Atlético-MG, o Fabuloso e o ex-santista parecem padecer de "vontade" (ambos parece que, ao invés de procurarem os espaços, se escondem atrás dos marcadores, "fugindo" do jogo, o xerifão, que voltou ao Brasil depois de gozar de poucas oportunidades na Juventus, está cada vez mais metido a zagueiro-atacante, prejudicando a já frágil estrutura defensiva do clube, o argentino, última contratação do clube, encara um fogueira na lateral-esquerda (já que Juan, alçado à titularidade depois da contusão de Carleto, é o rei das más atuações) e Ceni, o grande líder são-paulino, tem sido pivô de discussões públicas com um dos braços direitos do presidente Juvenal Juvêncio, o diretor de futebol Adalberto Baptista.

Chegamos agora, finalmente, ao cerne do problema: ao assumir, na última quinta-feira, que o elenco do São Paulo não tem limitações, Baptista apenas corroborou seu desconhecimento sobre futebol. Dizer isto é, claramente, querer se eximir de culpa na montagem de um time repleto de limitações. Além do mais, a defesa, um setor debilitado, ainda perdeu, nos últimos dias, Rhodolfo, emprestado ao Grêmio. Há, ainda, contratações pouco pontuais: não entendi, até hoje, as chegadas de Caramelo e Reinaldo, que não têm chances nem diante das más fases dos titulares.

Ou seja, JJ, que alterna momentos de genialidade com imbecilidade, vem mantendo, no seu staff, um nome que, além de demonstrar ser pouco versado em futebol, ainda é impopular no vestiário, batendo de frente com o nome de maior liderança junto aos companheiros (condição que se agravou quando, no primeiro semestre, Baptista abandonou o clube num jogo importante pela Libertadores, na alta Bolívia, para ir disputar um campeonato de automóveis, na Europa).

A questão, concluindo, é muito mais que apenas tática ou técnica. Ney Franco, Paulo Autuori, José Mourinho, Rinus Michels... qualquer um desses seria incapaz de resolver problemas de outra ordem, ordem esta que abraça a idiotisse.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Copa das Confederações: visão sobre as equipes finalistas

por André Gobi

Após quinze dias, a Copa das Confederações se encerrou neste último domingo, 30 de junho. A final disputada no novo Maracanã foi a que todos queriam ver, Brasil x Espanha. Para alegria geral da nação (ou não tão geral), a seleção brasileira sagrou-se campeã, após um passeio sobre o time espanhol. Abaixo, uma breve análise sobre as quatro equipes que disputaram as fases finais da competição.

Comecemos pelo quarto colocado, o Uruguai. O time foi sensação nas competições que disputou nos últimos anos, sendo também quarto colocado na Copa do Mundo de 2010, um fato que mobilizou o país, deixando os fãs em euforia. Um ano depois, vencia a Copa América, se colocando, merecidamente, como melhor seleção (naquele momento) no continente. Chegou para disputar a Copa das Confederações com um plantel recheado de estrelas, tais como Diego Forlán (melhor jogador da Copa de 2010), Cavani, Suárez, Lugano e outros. No entanto, se mostrou um time envelhecido que carece de renovação, coisa que ainda não dá pinta de acontecer. Fez até bom jogo contra Espanha, Brasil e Itália, mas em alguns lances crassos, vemos que a idade tem pesado sobre alguns jogadores, principalmente sobre a estrela Forlán, que perdeu dois pênaltis decisivos na competição, sendo um contra o Brasil quando a partida estava ainda no 0 x 0 e outro na disputa de penalidades pelo terceiro lugar contra a Itália. Talvez, se não se lesionarem, a maioria dos jogadores deste elenco virá ao Brasil novamente ano que vem para a Copa do Mundo (isso se a Celeste se classificar, claro).

A Itália ficou com a terceira colocação após vencer, nos pênaltis, o já citado Uruguai. É um time estranho, que oscila demais. Às vezes parece que não quer nada, que está morto, e logo depois começa a dar trabalho aos adversários. No jogo contra o Japão (melhor jogo da competição), a equipe sofria muito e levava 2 a 0 ao final do primeiro tempo, quando conseguiu diminuir. Voltou para o segundo tempo renovada, virou o jogo, tomou novo empate e venceu, no final, por 4 x 2. Contra o Brasil, parecia um tanto perdida, porém, contra a Espanha jogou muitíssimo bem. O jogo contra o Uruguai tem o baixo rendimento de ambas equipes (apesar do bom jogo) justificável. Jogar às 13h00 é um ato desumano e totalmente sem noção dos organizadores. A Itália ainda não pôde contar com Balotelli nos últimos dois jogos que disputou, depois que o jogador se lesionou. Vale ressaltar que uma equipe que tem o melhor goleiro do mundo atualmente (Buffon) e Pirlo, sempre pode aspirar uma boa colocação em qualquer torneio.

Chegamos à final e começamos pela Espanha. Sensação mundial, o selecionado espanhol conta com inúmeras estrelas consagradas e joga um futebol envolvente, sendo atual campeã mundial e bicampeã européia. Aterrissou em solo brasileiro como favorita, e realmente o era. Classificou-se sem maiores dificuldades para as fases finais e, foi aí, que começou a capengar. Primeiro, contra a Itália, conseguiu avançar na bacia das almas, após longa disputa de pênaltis. Foi um bom jogo, mas se viu refém de um adversário bem postado taticamente e que atacava com muito perigo. Depois de um jogo de extremo desgaste, tinha pela frente na final, o Brasil, time anfitrião que vinha ascendendo desde a primeira fase. Vicente Del Bosque pode ser criticado, com razão, pelas escalações. Deveria ter colocado Fábregas (entre outros) na equipe, dando maior poder ofensivo, não ficando tão emboscado pelos ataques adversários. Pagou o preço, mas ainda é a melhor equipe do mundo. Talvez esse fosse um golpe necessário e que possa ser bom para se repensar alguns pontos e melhorar a equipe para a Copa seguinte.

O campeão, Brasil, foi a equipe que mais surpreendeu. Começou a competição sob desconfiança da imprensa e da torcida. Classificou-se sem dificuldades para as fases finais, porém, o jogo amarrado e feio dava a impressão de que não traria grandes frutos. O jogo contra o Uruguai, na semifinal, foi truculento, sofrido, com vitória apenas no final. Mas a perspectiva foi mudando para a final, muito mais pela fase do adversário espanhol do que pelo futebol apresentado pelo selecionado brasileiro. Porém, na partida decisiva, aconteceu algo improvável (não impossível). O Brasil jogou muito bem e a Espanha muito mal. Claro que a Espanha também não conseguia jogar porque o adversário não deixava. Embora os espanhóis viessem de um jogo muito mais desgastante e com, talvez, menor empolgação, isso não tira de maneira alguma o mérito da equipe comandada por Scolari. Fez uma partida perfeita, tanto tática quanto tecnicamente. Neymar comandou o time durante a competição e Fred foi o homem da partida final. 

Com a conquista, os torcedores estão iludidos. E eles podem. Jogadores e comissão técnica, não. Ainda falta um ano de preparação para a Copa do Mundo, que é a competição mais importante para as seleções e será disputada novamente em terras brasileiras. Há muito trabalho a se fazer, mas pode ser que se continuar se apresentando como fez ontem, uma equipe com espírito vencedor e muito bem postada taticamente, volte a ser um dos times mais fortes no planeta.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O pós-Neymar

por Lucas Ribeiro

Neymar fez, neste domingo, seu último jogo com a camisa do Santos, no empate insosso diante do Flamengo, em Brasília. O Peixe, assim, acaba com dois saldos, positivos, por sinal: o dos títulos, principalmente o tri da Libertadores, competição a qual o clube não levantava havia 48 anos, e o dos €28 milhões que o clube tem direito por ser proprietário de 55% dos direitos da Joia.

Dessa modo, fica a dúvida: qual será o legado de Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, mandatário alvinegro, na era pós-Neymar? Se Marcelo Teixeira, seu antecessor, se perdeu um pouco no comando do time depois da venda de Robinho, LAOR será capaz de montar times de alto nível para que o Santos continue competitivo?

A crítica é a de que o time de 2013, apesar de vice-campeão paulista, é o mais fraco desde 2010, quando oficialmente foi inaugurada a era então vigente antes da saída do camisa 11. Apesar da chegada de Montillo e das manutenções de Rafael, Arouca e Léo, o time ainda patina e não encontrou a estabilidade ideal. Alguns reforços, como André, já no Vasco, e Guilherme, lateral que brilhou no Figueirense, não vingaram, mas, em contrapartida, outros, como Renê Júnior e Cícero, vêm demonstrando um potencial além do esperado. A saída de outras estrelas da companhia, como Ganso e Elano, também corroboram com a possbilidade de o Santos sentir ainda mais a falta do craque.


Com o dinheiro, é possível que Robinho retorne à Baixada Santista. Mas, pelo que vem jogando no Milan (ou melhor, pelo que não vem jogando), seria o Rei das Pedaladas um nome substancial para substituir Neymar? Na sua breve segunda passagem pelo Santos, em 2010, o herói do título brasileiro de 2002, apesar da má fase, se superou e demonstrou um belo futebol. Contudo, assim como a incerteza do sucesso da Joia no Barça, na Vila tudo parece assumir, a partir de agora, um ar de incógnita...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por quê, Juvenal?

por Lucas Ribeiro

O São Paulo venceu bem ontem a Ponte Preta, por 2 a 0, fora de casa e com um a menos? Sim. Tem nomes interessantes no elenco, como o convocado para a Copa das Confederações Jádson, além de jogadores de bastante potencial, como Ganso, Lúcio, Osvaldo e Luís Fabiano? Sim. Mas o que acontece neste clube que, a despeito de alguns bons atletas, selecionáveis, inclusive, no plantel, e que ganha uma estreia num campo onde o mandante costuma ser pouco batível, parece, mesmo sob os olhos dos torcedores mais otimistas, pouco favorito ao título brasileiro? 

Devemos destacar o principal dos motivos: a mentalidade, mentalidade esta instalada desde 2006, quando Juvenal Juvêncio, depois de 16 anos, retornou à presidência. Diretor de futebol na anterior era vencedora, do falecido Marcelo Portugal Gouvêa, quando o São Paulo levantou, como troféus de maior relevância, uma Libertadores e um Mundial, tornando-se no geral tricampeão de ambos os torneios, JJ se esqueceu, num primeiro momento, que os clubes, já mais armados ante a Lei Pelé, evitariam, graças a contratos mais longos, estocadas de rivais a atletas que outrora teriam vínculos próximos do fim. 

Assim, mantendo a política do "bom e barato" do antecessor, que levou ao Morumbi vários bons atletas do Goiás, como Fabão, Josué, Danilo e Grafite, além de peças fundamentais, como Mineiro, Amoroso e Aloísio, o atual mandatário se viu com menos boas opções no mercado: enquanto rivais fechavam com atletas do nível de Deco e Fred (Fluminense), Forlán (Internacional), Seedorf (Botafogo) e Montillo (Santos), JJ não se cansava em bater na tecla do "baixo custo". 

A contratação de Paulo Henrique Ganso, no último semestre de 2012, contratação esta conseguida graças à captação dos recursos da venda de Lucas para o Paris Saint-Germain, da França, parecia ter feito com que o dirigente se tornaria mais gastador. Até se tornou, com a vinda, para a atual temporada, do zagueiro Lúcio, ainda cobiçado pelo mercado europeu, mas a política, se mudou, mudou para um víés também errado: para Marco Aurélio Cunha, provável adversário de Juvêncio nas urnas para o cargo mais importante do clube em 2014, o pentacampeão só chegou ao São Paulo em detrimento da vinda do uruguaio Lugano, ídolo tricolor. 

Segundo Cunha, a liderança exercida por La Tota, tanto dentro e fora de campo, e principalmente exercida durante um período de glórias, anterior à sua administração, pesou. A desculpa alegada, de altos salários, fora desmistificada pelo médico, que duvida numa alta pedida de Lugano.

Ou seja, os mandatos de JJ vêm, aos poucos, provando sua ineficácia como líder de um clube da grandeza do São Paulo. Além de, por uma razão óbvia (os melhores atletas quererem ganhar melhores salários), ter enfraquecido o time diante de rivais mais dispostos a gastar, e consequentemente a montar elencos melhores e CAMPEÕES, adota-se também uma tônica política em contratações. Lamentável!

domingo, 26 de maio de 2013

Gigante Bayern

por André Gobi

O futebol europeu tem um novo rei. É o Bayern de Munique. Depois de vencer o Borussia Dortmund no último sábado, 25/05, o time bávaro garantiu o seu quinto título da Uefa Champions League, jogando no belíssimo estádio Wembley, em Londres.

O jogo foi uma das melhores finais da Champios das últimas edições, com chances para as duas equipas. Os goleiros foram sensacionais. Neuer (Bayern) e Weidenfeller (Dortmund) foram muito acionados durante a partida e mostraram os grandes arqueiros que são. Defesas importantes e difíceis ao longo de todo jogo poderiam garantir o título de melhor da partida para qualquer um dos dois, talvez, com maior mérito no final a Neuer, por ter saído vitorioso e levado apenas um gol no jogo.

No entanto, a estrela da noite estava reservada para outro jogador, para o holandês Arjen Robben. O jogador que carregava a fama de não ser um jogador de decisões, de sempre falhar nos momentos decisivos (vide Copa do Mundo de 2010 e final da mesma Champions na temporada 2011/2012) parecia que, novamente, faria um jogo aquém do esperado. Perdia boas chances de gol, pecando pelo preciosismo ou falta de capricho nos lances capitais.

Mas Robben não merecia passar por isso outra vez, não depois do que jogou durante toda a temporada. E aos 15 minutos da etapa final, deu passe para Mandzukic abrir o placar, após bela jogada do francês Ribéry. O Dortmund que havia sido melhor no primeiro tempo precisaria correr atrás do gol. E ele veio 7 minutos depois, após zagueiro brasileiro Dante cometer um pênalti grosso em Reus. Gundogan cobrou e empatou a partida. O jogo era de tirar o fôlego.

O Bayern se mostrava melhor durante toda a segunda etapa, e aos 44 minutos, ele, Robben, tão criticado por todos (até e, principalmente, pela própria torcida bávara) teve seu momento de glória e redenção. Depois de outra boa jogada de Ribéry, Robben tocou na saída de ótimo Weidenfeller e colocou números finais no jogo, com direito a desabafo e emoção do herói. E com toda justiça.

O Borussia é um ótimo time, com um ótimo treinador e uma torcida linda que faz a diferença. Caiu em pé. Alguém sairia derrotado na final e, no geral, apesar de ser uma equipe muito forte, é inferior ao Bayern. Está no caminho certo, não foi uma temporada com conquistas, mas mesmo assim foi positiva, apresentando um futebol envolvente e muito forte.

A trajetória do título do Bayern começou há mais ou menos um ano atrás, na dramática noite na Allianz Arena, quando em casa, perdeu o título para o Chelsea. Contratou algumas peças e manteve as principais. Com Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Ribéry, Robben e, claro, o técnico Jupp Heynckes, o Bayern foi o melhor time da competição. Após aplicar um sonoro 7 a 0 no Barcelona, seria injusto não levar a taça. Não deu chances para o azar, atropelou sempre que teve a oportunidade para não correr riscos.

Ainda vale comentar a linda festa de abertura, remontando aos tempos medievais, encenando uma batalha. Embora sempre haja confusão entre torcidas, as mesmas (dentro do estádio) fizeram uma linda festa, principalmente a “muralha amarela” de Dortmund. O que esses fãs fazem é uma demonstração de amor pelo time rara de se ver. A final foi digna do seu tamanho. As duas equipes buscaram vencer e causaram deleite aos apaixonados por este esporte. Agora, resta aguardar a próxima temporada começar. Que venha logo!

sábado, 25 de maio de 2013

Seleção da UEFA Champions League 2012-13

por Lucas Ribeiro

Goleiro:

Neuer (Bayern) - Extremamente seguro entre as três traves, vem provando que, apesar da pouca idade (26 anos), tem tudo para escrever o nome na história do futebol. Menção honrosa a Weidenfeller, do vice Borussia Dortmund, responsável por fazer uma excelente final.

Lateral-direito:

Lahm (Bayern) - Além da liderança (atual capitão bávaro), é técnica e taticamente fundamental ao esquema de Jupp Heynckes. 


Zagueiros: 

Thiago Silva (PSG) - Mais uma vez prova que é o melhor defensor do mundo. Apesar de ter sido eliminado nas quartas-de-final com um time que renasceu, e vendeu caro sua eliminação ao Barça, é imbatível no posicionamento, técnica e serenidade.


Hummels (Borussia) - Assim como Silva, é extremamente técnico e, mesmo com poucos 25 anos, sabe jogar nos atalhos, graças à sua inteligência no posicionamento. Assim como Neuer, tem tudo para escrever seu nome nesta nova geração, excelente, do futebol alemão.

Lateral-esquerdo:

Alaba (Bayern) - Jovem (20 anos), foi fundamental às estocadas ofensivas do Bayern. Rápido e dono de um fortíssimo chute, torçamos para que mantenha o bom futebol e, ao contrário de vários outros atletas que atuavam em seleções com pouco potencial, consiga disputar uma Copa do Mundo por sua Áustria. 

Volantes:

Martínez (Bayern) - Pela Champions que fez, provou que pode pleitear por mais oportunidades como titular na seleção espanhola, desbancando muito provavelmente Xabi Alonso e atuando ao lado do cracaço Xavi. Alto, bom no jogo aéreo, elegante e excelente marcador, é um volante praticamente completo. 

Gundogan (Borussia) - Foi importantíssimo na reta final da Champions, fazendo excelentes jogos diante do Real Madrid, nas semifinais. Outro que, se mantiver a regularidade, será um nome de sucesso na seleção alemã. Menção a Schweisteiger. 

Meias:

Ribéry (Bayern) - A dúvida era entre ele ou Götze. Mas Ribéry, como sempre, é aquele que é fundamental sem parecer fundamental. Em todos os gols bávaros, ou quase todos, seu pé aparece, e sob estes reside a cadência ofensiva do time. E menção honrosa, é claro, ao Wonder Kid do Westfallenstadion, que atuará ao lado do francês na próxima temporada. 

Müller (Bayern) - Assim como Ribéry, é fundamental sem querer sê-lo. Dono de excelente visão de jogo e de dribles táticos, faz como poucos, no atual futebol, o elemento surpresa. 

Robben (Bayern) - Vencendo o estigma das finais de 2010 e 2012, resolveu jogar o que pode e ser decisivo. Só seu gol aos 43 do segundo tempo na final já o credenciaria a estar na seleção da UEFA.

Atacante:

Lewandowski (Borussia) - Muito provavelmente o melhor centroavante do mundo hoje. O polonês acabou com o Real Madrid, ao marcar os quatro gols da vitória em Dortmund, e seu quase instintivo poder de finalização corroboram tal consideração.

Técnico:

Jürgen Klopp (Borussia) - Aqui o ocupante poderia ser Jupp Heynckes, que deixa o futebol com o título mais importante do futebol interclubes do mundo. Mas Klopp se preparou quase que minuciosamente para o dia de hoje: assumiu um Borussia desacreditado, muito longe daquele poderoso time de meados dos anos 1990, e, com investimentos quase exclusivos nas categorias de base, revelou talentos como Hummels, Götze,  Gundogan, Schmelzer, entre outros. Passou, com isso, de promessa dos tempos do Mainz a um técnico de nível mundial. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Juvenal sendo Juvenal

por Lucas Ribeiro

Na última sexta-feira, dois dias após a eliminação são-paulina na Libertadores, sob uma vexatória goleada de 4 a 1 em favor do rival Atlético-MG, eliminação esta também subsequente à do Paulistão, quando foi derrotado nos pênaltis pelo Corinthians, Juvenal Juvêncio aprontou mais uma das suas: dando respaldo ao trabalho do técnico Ney Franco, JJ dispensou sete atletas do elenco. Mas, na verdade, se colocarmos a atitude sob um olhar analítico, apesar cinco o foram, já que os jovens Henrique Miranda e Luiz Eduardo, pela inexperiência, serão cedidos por empréstimo para ganharem "corpo". 

Já o restante, João Filipe, Fabrício, Cortez, Cañete e Wallyson, se não logo encontrem clube, ficará numa espécie de "geladeira". Agiu certo o mandatário tricolor ou, novamente, quando chama atenção pela polêmica, ele foi precipitado e pode prejudicar o segundo semestre do clube? Eu fico com a segunda hipótese. 

Desta lista consigo concordar com apenas um nome: João Filipe, o Blackenbauer de outrora, que chegou em 2011, caiu, depois de atuações mais consistentes, nas graças da torcida e, tão obscuramente quanto sua origem, a reserva do Botafogo, caiu progressivamente de produção, a ponto de já estar semiafastado e, inclusive, oferecido para negociação, como quando o São Paulo tentava oficializar a vinda de Cicinho, da Ponte Preta, para o Morumbi. 

Vamos, agora, ao restante: Fabrício, contratado em 2012 como símbolo da raça que passaria a permear o time, entrando então no seu quarto ano de fila, foi extremamente prejudicado por contusões. Não o considero um grande jogador, pelo contrário, aliás, mas, se permanecesse, continuaria sendo um bom estepe para Denílson, que ainda não sabe se volta para a Inglaterra ou se fica em definitivo, e Wellington. 

Wallyson foi um com quem Ney Franco parece ter perdido a paciência rapidamente. Artilheiro cruzeirense na Libertadores de 2011, também sofreu com contusões e chegou à Barra Funda para tentar dar a volta por cima. Sinceramente, pela velocidade e habilidade, poderia ter ficado ao menos até o final do ano, quando se encerraria seu contrato. Aí, sim, se não brilhasse, poderia ser liberado. Agora, em maio, foi cedo demais. 

Definamos, a seguir, os dois casos mais emblemáticos: Cañete e Cortez. O primeiro, chamado de el nuevo Riquelme pela imprensa argentina, fez partidas de encher os olhos pelo Boca Juniors e principalmente pela Universidad Católica, por onde brilhou na Libertadores de 2011. Naquele mesmo ano chegou, em troca de US$3 milhões, e, assim como Fabrício, foi prejudicado por contusões. 

Em 2013, quando parecia livre de tais, vinha demonstrando talento. Fez uma bela atuação diante do Santos, na primeira fase do Paulistão, e, engrenando, bateu de frente com Ney Franco. A exemplo de Wallyson, parece ter sido vítima de um certo autoritarismo do treinador, que o afastou, inclusive, do banco no confronto eliminatório diante do Corinthians, no qual seria uma boa opção tática. 

Já o segundo foi contratado ainda mais a peso de ouro. Depois de um excelente 2011 com a camisa botafoguense, que o levou, inclusive, à Seleção, Cortez viu o São Paulo desembolsar 3,3 milhões de euros pela sua contratação. Apesar de ter sido um dos jogadores menos instáveis em 2012, vinha fazendo um 2013 terrível, que culminou com a perda da titularidade para (o bisonho) Carleto. 

Ou seja, nessa de, na primeira insatisfação, descartar jogadores, o São Paulo pode, além de demonstrar impaciência, perder dinheiro. Mas, claro, quem manda é JJ!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Fim de uma era


por André Gobi

Nesta quarta feira (08 de maio de 2013), aconteceu algo que já era esperado há algum tempo, mas que mesmo assim, pegou a todos de surpresa. Sir Alex Ferguson anunciou sua aposentadoria ao final da temporada, após 27 anos no comando do Manchester United. O tempo no comando do clube inglês já é incomum por si só, porém o anúncio da aposentadoria também o foi, pois será já no próximo dia 19, quando o time faz a última partida no campeonato, que já é campeão antecipadamente.

O trabalho de Ferguson no United dispensa comentários. Conquistou 13 títulos da Premier League, tornando o time de Manchester o mais vitorioso com 20 no total. Também, das 3 Uefa Champions League do time, ele venceu 2, sendo uma inesquecível para os amantes do esporte, em uma virada nos acréscimos contra o Bayern de Munique na temporada 1998/1999, no Camp Nou, além é claro, de inúmeras outras conquistas.

Ferguson é um sujeito extremamente competente, tanto que a cúpula dos Red Devils o manterá ainda ligado a alguma função dentro do clube. Também é conhecido por ser temperamental, disciplinador, até autoritário. Há um caso famoso de que ele atirou uma chuteira em David Beckham (na época a maior estrela do time) no vestiário, após o jogador estar rendendo muito menos do que era esperado. Além do próprio Beckham, Ferguson se tornou notável por treinar outros jogadores de alta qualidade, como a famosa “Classe de 92”, que incluía além do próprio “spice boy”, jogadores como o galês Ryan Giggs (lenda viva do United), Paul Scholes, Gary e seu irmão Phil Neville e Nicky Butt.  Além desses, foi responsável pela ascensão de Cristiano Ronaldo, trabalhou com Teddy Sheringham, Van Nistelrooy, Michael Owen, Eric Cantona, Wayne Rooney e agora Van Persie. Muitos, vale dizer, foram contratações cirúrgicas a mando do próprio Fergie.

Além de treinador, era também manager do clube, assim, lhe cabendo também decisões de natureza administrativa referentes ao futebol. Ferguson, aliado, claro, ao Manchester United mostrou que o trabalho a longo prazo rende resultados satisfatórios no futebol. Quando chegou, em 1986, o time mancunian passava por um tempo de “vacas magras”, tendo o seu grande rival, Liverpool, como maior time do país, sendo o maior vencedor da Liga Inglesa. Com as mudanças promovidas no futebol inglês e a reestruturação do clube, o Manchester United passou, inegavelmente, a não apenas ser o maior clube da Inglaterra, mas também um dos maiores do mundo, rivalizando (e até superando alguns mais famosos até então) como Milan, Barcelona, Real Madrid, Juventus, Liverpool, Newcastle entre outros.

O Manchester United passou a ser sinônimo de excelência esportiva, foi e ainda é, o clube mais rico no planeta, se tornando um atrativo para investidores e grande s jogadores. A história do United é repleta de lendas e ídolos, passando por Matt Busby, Bobby Charlton, George Best, Eric Cantona, Ryan Giggs e agora, talvez o maior treinador a passar por Old Trafford, Sir Alex Ferguson.

Mais um bonito capítulo escrito por esse gigante europeu, que tem em sua história um retrospecto exemplar de superação, desde um desastre aéreo em Munique, em 1958, quando precisou se reconstruir até os anos de poucas glórias na década de 1980 para se reconstruir novamente e se tornar o maior clube da Inglaterra. Todos os números mostram isso. Alex Ferguson também o faz, e de maneira magistral. 

domingo, 5 de maio de 2013

A agonia Tricolor

por André Gobi

O São Paulo tenta se manter vivo na Libertadores. Também tenta avançar à final do Campeonato Paulista. No entanto, tem duas tarefas difíceis. Obviamente, a competição sulamericana tem a prioridade do clube paulista, porém, no momento, é a que está mais distante.

Depois da derrota no meio de semana, por 2 a 1 para o Atlético Mineiro, o Tricolor do Morumbi pode estar prestes a viver duas eliminações em menos de três dias. Antes do confronto com o clube mineiro, enfrenta neste domingo o maior rival, Corinthians, pela semifinal do Paulistão. O time corintiano, além de ser mais consistente que o São Paulo, tem uma situação mais confortável. Mesmo tendo perdido o primeiro jogo das oitavas de final de Libertadores para o Boca Juniors pela contagem mínima, só volta a jogar pelo torneio continental no dia 15, portanto, folgará uma semana, podendo concentrar força máxima no jogo contra o arqui rival.

Os são paulinos não terão essa folga, tem dois jogos difíceis seguidos. Se tivesse vencido a partida contra o Galo, poderia se dar ao luxo de poupar alguns atletas. Teve chances para isso enquanto tinha onze jogadores em campo. A expulsão ridícula de Lúcio comprometeu a campanha do time na Libertadores. Claro que a campanha foi fraca durante toda a competição, porém, o time vinha apresentando uma melhora e jogava bem. Embora o primeiro cartão amarelo que o defensor tricolor levou seja questionável (sofreu falta, reclamou e foi amarelado), no lance do segundo, poderia levar vermelho direto.

Em um momento de provável ascensão são paulina, tudo pode desmoronar. O resultado desse domingo influenciará na partida do meio de semana. Uma vitória dará moral ao time, que pode reverter o resultado em Minas Gerais. Embora seja improvável, não é impossível. Entretanto, se for desclassificado ante o Corinthians (o que é bem provável), o revés na Libertadores se apresentará ainda mais longe da realidade tricolor. É a bagunça na cúpula são paulina, sob o comando do Coronel Juvenal, refletindo em campo. Ao torcedor, só resta aguardar.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Blitzkrieg no Camp Nou


por André Gobi e Lucas Ribeiro

Não há muito o que dizer sobre o jogo desta quarta feira que definiu o segundo finalista da Uefa Champions League. O Bayern de Munique atropelou o Barcelona e fez 7 a 0 nos espanhóis no placar agregado. 4 a 0 em Munique e 3 a 0 na capital da Catalunha. Simplesmente não tomou conhecimento do time catalão.

O Barcelona, que já tinha uma tarefa praticamente improvável, se viu em situação ainda mais complicada quando Lionel Messi sentiu uma contusão durante um procedimento de treino durante a manhã, desfalcando o time. Em campo, um novo passeio do Bayern, time perfeito tática e tecnicamente. Piqué, mesmo tendo marcado um gol contra, foi o melhor pelo lado do Barça. Do lado alemão, Ribery e Robben jogaram muito, com destaque para o holandês que anotou o primeiro gol, em jogada característica sua, cortando para dentro do campo e chutando alto. Esse gol, vale lembrar, saiu após uma reposição de bola bisonha do goleiro espanhol Victor Valdez, que jogou a bola para ninguém, armando um contra ataque fulminante para o time bávaro.

Foi um massacre. Tudo bem que o Barcelona teve todos os problemas possíveis na temporada, mas da maneira como entrou hoje contra o poderosíssimo Bayern, não poderia esperar outro resultado. Tito Villanova errou mais uma vez tanto na escalação inicial, quanto nas alterações. Tirou Xavi e Iniesta do time, colocando Alexis Sanchéz e Tiago Alcântara, que não são os indicados para mudar algo num jogo desse calibre.

Quanto ao Bayern, há de ser dito, que o resultado foi até pouco. O time jogou para o gasto, apenas administrando o resultado construído em casa, na semana passada. Segurou bem o jogo e no liquidava no contra ataque, não havia necessidade de forçar mais que isso. Thomas Müller anotou o terceiro do jogo, de cabeça, como não poderia faltar. Um time poderoso, que está na terceira final nas últimas quatro temporadas da Champions League.

Foi uma ataque brutal do time bávaro, sem dar chances para o Barcelona, que até criou, mas se viu vítima mais uma vez da Messi dependência, uma vez que com sua ausência, não tem quem finalize com precisão. 

Dessa feita, também devemos destacar a parte tática dos bávaros. Apesar de serem uma cópia perfeita do que o Barcelona fez nos últimos seis anos, pelo menos, jogando no 4-2-3-1, os muniquenses conseguem ter um equilíbrio defesa-ataque muito maior. Se o Barça, que perdia a posse de bola em uma frequência mínima, podia se ver em apuros, ao ter um setor defensivo com zagueiros e goleiro instáveis, o Bayern, pelo contrário, consegue ser precaver muito menos neste sentido. Podemos observar nas duas imagens abaixo a compactação do time de Jupp Heynckes. 

Nesta, podemos perceber uma primeira linha de meio campo mais afastada e uma segunda de base maior...
Agora, podemos perceber uma primeira linha mais aproximada, enquanto a segunda está em linha. Toda essa movimentação visando ao acompanhamento da movimentação do Barça e, principalmente, a uma compactação, provando os anseios de o time jogar em no máximo 40m de campo. 

Apesar de ofensivamente não termos registrado nenhum vídeo ou foto, por volta dos 15 minutos do segundo tempo, contrariando aqueles que dizem que o Bayern é um "time duro", a bola passou pelos pés de todos, senão quase todos, os muniquenses, provando que os alemães, além de mais eficientes na marcação, podem, quando quiserem, jogar à Barça. 

Uma final alemã justa pelos últimos quatro jogos das semifinais. Haja cerveja para a merecida comemoração germânica. Além do mais, a expressão dos atletas blaugranas quando sofriam gols era de "também estaremos ferrados nas próximas." Assim, além do futebol, tudo indica que, pela preocupação demonstrada, os espanhóis passam o bastão de liderança do ludopédio europeus aos germânicos. 

A superação do Palmeiras



por André Gobi

De todos os times brasileiros na Libertadores 2013, certamente o que mais despertava desconfiança dos torcedores e da imprensa especializada era o Palmeiras. O time é o atual campeão da Copa do Brasil (modo como conquistou a vaga para o torneio continental), ainda sob o comando de Luis Felipe Scolari, porém, desde a conquista o time sofreu uma queda que nem o mais pessimista palestrino esperaria.

Rebaixado no Campeonato Brasileiro 2012, sofrendo com disputas políticas e a ira das “torcidas” organizadas, o Palmeiras parecia estar em um calvário perpétuo. Mas desde que Paulo Nobre assumiu a presidência do clube, pareceu estar bem ciente da recente situação palestrina, tanto que sempre se mostrou “pé no chão”, sem fazer muitas promessas impossíveis, focando no que era palpável, como o retorno à elite do futebol brasileiro.

O elenco é modesto, não tem estrelas como os rivais Corinthians, São Paulo e Santos, que contam com equipes formadas por astros como Paulinho, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso, Rogério Ceni, Neymar, Montillo. O plantel palmeirense é mais modesto, porém, se carece no aspecto técnico, desde o ano passado esbanja vontade e determinação. Na reta final do brasileiro, era digna de respeito a determinação demonstrada em campo pelos jogadores palmeirenses, que evidentemente, foi insuficiente para evitar a queda para a série B.

Os problemas eram tantos em 2012 que até o treinador, Scolari, ídolo da torcida alviverde, não suportou a pressão e foi demitido (aliás, Scolari não tem feitos trabalhos relevantes desde a Copa do Mundo de 2002). Para seu lugar, foi contratado Gilson Kleina, que estava fazendo bom trabalho na Ponte Preta. O novo treinador já chegou sob desconfiança da torcida em um ambiente hostil. Não conseguiu evitar o rebaixamento, e mesmo assim, foi mantido pela diretoria anterior e também pela atual, acertadamente. 

O ano de 2013 não poderia começar no Palestra Itália de outra maneira que não fosse sob pressão e "pulga atrás da orelha". Porém, o que se tem visto é um time jogando da mesma maneira que terminou 2012, com vontade e determinação, se superando a cada jogo. O time perdeu uma de suas principais armas, Marcos Assunção, e não pode contar com o chileno Valdívia, que passa mais tempo no departamento médico e criando confusão fora de campo do que jogando.

Apesar de todos os problemas, o Palmeiras se classificou para as fases finais do Campeonato Paulista, sendo eliminado apenas nos pênaltis pelo Santos, na Vila Belmiro. Na Taça Libertadores, onde muitos apontavam uma eliminação ainda na primeira fase, o time se classificou com certa “folga” para as oitavas de final e ontem, jogando contra um forte mexicano, o Tijuana, em um campo de gramado sintético (anormal para a maioria dos times), deu um importante passo. Empatou sem gols e decidirá a vaga para as quartas de final em casa, na próxima semana, com apoio de sua torcida.

 A torcida, conhecida por muitas vezes mais atrapalhar o time do que ajudar, deve fazer sua parte e apoiar. Os jogadores e comissão técnica são merecedores desse apoio das arquibancadas. Se o time cair, não será nada absurdo, porém, se conseguir mais uma classificação, será merecido e até justo pelo empenho dos envolvidos. Se times como São Paulo e Internacional de Porto Alegre, com elencos recheados de jogadores renomados, tivessem metade da vontade desse time palmeirense, poderiam estar sonhando muito mais alto. Resta saber se uma eventual desclassificação na Libertadores mudará algo no planejamento palmeirense para 2013. Se isso acontecer, será uma dolorosa injustiça.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Um finalista está decidido e o Dortmund está lá com merecimento e sofrimento


por André Gobi

O Santiago Bernabéu estava lotado, sem espaço para mais ninguém, para ver quem garantiria o passaporte para Londres, na final da Uefa Champions League. A maioria esmagadora, e óbvia, de torcedores merengues, fez uma bonita festa com um lindo mosaico que formava a taça da Liga, a conhecida “orelhuda”. A missão era difícil, afinal, o Real Madrid havia sofrido uma goleada do Borussia Dortmund que ainda ecoava na capital espanhola.

O time de José Mourinho começou como deveria, pressionando o Dortmund, obrigando o goleiro Weindfeller a fazer boa defesa em arremate de Cristiano Ronaldo, que esteve bem no jogo, no entanto, longe do que deveria para conduzir seu time à grande final. Hummels, que esteve mal no primeiro jogo das semi, dessa vez foi impecável. Ganhou praticamente todas por baixo e pelo alto. 

O técnico Jürgen Klopp armou o time de uma maneira perfeita, e isso foi refletido em campo. O Borussia foi melhor durante a maior parte do jogo, criando as mais claras chances de gol e obrigando o goleiro espanhol Diego López a trabalhar muito. Verdade também precisa ser dita. Parece que o Dortmund, embora forçasse o ataque (seguindo ordens do seu treinador), parecia displicente na hora de finalizar. Parecia que já haviam se colocado na final.

Para sorte dos alemães, o Real fazia um jogo aquém do esperado. Foi preciso Mourinho, com muito custo, trocar Higuaín por Benzema e Coentrão por Kaká, aos 12 do segundo tempo. A partir de então, o Real melhorou e passou a trabalhar melhor a bola e marcar mais território no campo defensivo alemão. Outro ponto negativo do Real foi o alemão Özil, que mais uma vez some em um jogo decisivo. Não é um jogador que cresce nos momentos decisivos, como se espera.

Com as mudanças, o Real melhorou e depois de uma boa jogada de Kaká, que passou para Di María cruzar, Benzema abre o placar aos 37 da etapa final. Substituições dando resultado e jogo inflamado. O time madridista passa a pressionar mais e o Dortmund fica perdido. Depois de ter feito um jogo impecável (mesmo errando muito no último passe do ataque), se descontrolou e sentiu o gol sofrido. Embalado, o time da casa ainda ampliou o placar aos 42 e ficou a um golzinho de chegar à final. 

Vale lembrar que o Dortmund jogou muito bem e com propriedade mesmo tendo perdido um de seus principais jogadores, Mario Götze ainda no primeiro tempo, que saiu lesionado dando lugar a Grosskreutz. Mesmo sem Götze, o time se portou muito bem em campo, se defendendo de maneira exemplar e atacando de maneira perigosa, incomodando muito o Real, que se viu, em um momento de total falta de criatividade, alçando bolas na área alemã. 

Destaque positivo do lado alemão para o goleiro Weindfeller, que foi sempre muito seguro e soube segurar o jogo e esfriar os jogadores adversários, quando esses pressionavam muito no começo da partida. Também ressalto a partida do defensor Hummels, que fez uma partida perfeita taticamente, muito seguro e preciso nos desarmes. Do lado espanhol, destaque para Sérgio Ramos que fez uma partida de muita raça e anotou o segundo gol, dando sobrevida ao seu time. Além dele, Kaká e Benzema, que entraram e deram novo rumo à partida, que caminhava para uma classificação tranqüila da equipe alemã.

O Borussia Dortmund é um time a ser observado. Está, há alguns anos, fazendo campanhas de altíssimo nível, com um bom toque de bola e apresentando um futebol agressivo, que vai para cima, independente da força adversária. Jürgen Klopp se mostra um técnico com muito potencial e inteligente, além de conceder entrevistas engraçadas, alfinetando a todos. Do lado do Real Madrid, é a terceira eliminação seguida em uma semifinal de Champions League. O Trabalho de José Mourinho não é ruim, como muitos afirmam. Pode ter errado na escalação, mas é um treinador vitorioso e ainda um dos melhores do mundo, se não for o melhor. O time do Real é forte, com um elenco invejável. O que acontece é que tanto a diretoria quanto o elenco, parecem estar esgotados do treinador, e frequentemente existem atritos. A torcida aplaudiu no final, visto o resultado e entrega dos jogadores.

O Dortmund está na final, merecidamente. Resta aguardar o adversário, que tem grande chance de ser seu rival local, o Bayern de Munique, que coincidentemente, se encontram nesse final de semana pelo campeonato local.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Inglaterra prestes a ser invadida pelos alemães

por André Gobi


Não, essa não é uma manchete referente a uma invasão bélica que os ingleses tanto temiam durante a Segunda Guerra Mundial. A invasão, neste caso, é futebolística e será mais especificamente em Londres, no estádio de Wembley, em 25 de maio.

O Borussia Dortmund atropelou o poderoso Real Madrid, fazendo um placar expressivo de 4 x 1 nos merengues (a exemplo do que fez o Bayern contra o Barcelona). Uma vitória do time alemão era até esperada, porém, não um resultado tão elástico e sobrando tanto em campo. Poderia ter feito mais. O bandeira chegou a anotar impedimento erroneamente em lance perigosíssimo de Reus. E mais, o gol do time espanhol saiu apenas de uma infelicidade do zagueiro Hummels, que depois esteve perdido durante todo o jogo. O defensor dominou mal uma bola que vinha do alto, deixando nos pés de Higuain, que rolou para Cristiano Ronaldo, que por sua vez só teve o trabalho de empurrar para as redes.

Nesse momento, o Real ameaçava tomar conta do jogo. Porém, depois do intervalo, o Dortmund passou a dominar novamente e aplicou um chamado “chocolate” nos comandados de José Mourinho. Lewandowski comandou a vitória alemã, fazendo os quatro gols de seu time, que até chegou a oscilar durante o primeiro tempo, principalmente depois de ter levado o gol de empate, mas na volta do intervalo se impôs em campo e jogou como um time grande contra o gigantesco Real.

A torcida do Dortmund apoiou o tempo todo, não se importando (pelo menos, durante os 90 minutos) com a bomba da semana, a transferência de seu melhor jogador, Mario Götze, para o rival Bayern de Munique. O Paredão Amarelo, como é chamada a ala da torcida que fica atrás de um dos gols, cantou e incentivou durante toda a partida, assim como o resto do estádio, lotado e com óbvia maioria de torcedores alemães.

Os dois times espanhóis ainda não estão eliminados. O Real, pelo menos, ainda tem chances, mesmo que remotas. O Barcelona é praticamente fora carta do baralho, a menos que aconteça um desastre no Camp Nou, com influência da arbitragem, o que considero improvável. Londres pode ser tomada pelos alemães, e com muita justiça. Os dois times conseguiram juntos, marcar oito gols nos dois times mais poderosos do planeta no momento. Foram times bem postados defensivamente e muito fortes ofensivamente. Descem para o contra ataque para definir o jogo, com velocidade e impiedosamente. Se a final for mesmo alemã, terá sido feita justiça pelo que apresentaram até agora. Resta irem à Espanha e confirmar seu poder.

Interessante é ver como chegam fortes os dois times alemães, o atual e o ex-campeão da Bundesliga, com a sensação da Champions, Borussia Dormund (ao lado do pequeno espanhol Málaga, justamente eliminado por esse alemão na fase anterior) disputando uma provável final, tendo seu mais famoso jogador, Götze, fazendo seu último jogo justamente contra seu novo clube. Como dizem, tem coisas que só a Champions League faz por você.

Borussia 4x1 Real Madrid

por Lucas Ribeiro

Borussia 4x1 Real Madrid. Isso mesmo. Os alemães, na semifinal restante nesta temporada da Champions League, empreenderam mais um chocolate diante dos espanhóis. Os antes favoritos, tudo indica, devem ficar no caminho. Enquanto isso, o futebol germânico, apesar ainda do favoritismo da Fúria em conquistar o bicampeonato mundial no Brasil, com uma geração jovem, vai dando indícios de que dificilmente será batida pelo menos a partir de 2018. 

Os jovens Götze, Gundogan e Reus são um trio taticamente impecável. O primeiro, já negociado com o rival Bayern de Munique, pela bagatela de 38 milhões de euros, e acusado, por isso, de "Judas", deve, depois da atuação de hoje, refazer as pazes com o torcedor da Vesfália. Mas, além do mais, do comprometimento tático do campeão europeu de 1997, destaquemos Lewandowski. O polonês, este, para sorte dos rivais, joga numa seleção mais frágil., tem um poder de finalização impressionante. 

Hoje não há, no mundo, centroavante mais letal. O camisa 9 do Dortmund alia o poder de finalização de um Batistuta, a força física de um Adriano e a habilidade de um Suker. Só na inauguração das semifinais fez quatro e foi, dessa forma, determinante para deixar sua equipe com um pé e meio na final, a ser disputada no histórico Estádio de Wembley, em Londres. 

Acima de tudo, falemos também do trabalho do promissor Jürgen Klopp. Depois de um planejamento inciado em 2010, com a intenção de devolver o clube às glórias, o treinador foi o grande responsável, de maneira cirúrgica, de pincelar as jovens promessas e de, aos poucos, fazê-las atuar de maneira impecável.  A última vez que a torcida do Borussia foi tão feliz foi há 16 anos, quando um timaço liderado por Möeller e Júlio César bateu a Juve, na final da UCL, e o Cruzeiro, no Interclubes, e levantou, por conseguinte, além do continente, o mundo. Para Klopp, pelo trabalho, uma derrota na final já igualaria. Ao menos, já serviria para levantar novamente a autoestima do clube. E, num nível internacional, mais uma vez, para provar que os alemães podem ser a grande pedra no sapato dos espanhóis...


DESTAQUES

POSITIVOS

Lewandowski (Borussia): Definiu, com seus 4 gols, o jogo. Simplesmente letal.

Götze (Borussia): além de habilidoso, também é uma "formiguinha". É um operário, não para por um segundo. Aos 20 anos, tem tudo para se tornar um dos grandes craques da História do futebol mundial.

NEGATIVOS

Cristiano Ronaldo (Real Madrid): fez o gol merengue, mas, apagado, não conseguiu incomodar a bem postada defesa germânica.

José Mourinho (Real Madrid): A partida de hoje deve enterrar o trabalho tão cercado de expectativas quando desembarcou no clube, em 2010. Amparado por milhões de euros, e consequentemente por craques como Cristiano Ronaldo, Kaká, Xabi Alonso, Khedira, Di María e cia., fracassou. Isso, contudo, não significa que Mou ainda não é um grande técnico.

terça-feira, 23 de abril de 2013

À espera de um milagre



por André Gobi

Dois times que prezam pelo toque de bola e o jogo bonito se enfrentaram nessa terça, pela primeira partida das semifinais da Uefa Champions League. O Bayern de Munique recebeu o Barcelona na capital da Baviera para esse duelo que prometia ser eletrizante. E o foi, ao menos para os torcedores do time alemão. Um 4 x 0 e aula de futebol.

Mesmo levando em conta dois gols irregulares ou, ao menos um contestável, e assim, colocando em dúvida o placar final do jogo, a vitória não pode ser contestada. O Bayern sobrou em campo, principalmente Thomas Müller, Robben e o zagueiro brasileiro Dante (que participou do primeiro gol e evitou o empate espanhol, ao se antecipar a Messi em bola cruzada na área) sem contar o time todo, que fez partida exemplar.

Se, de um lado, o time bávaro passeou em campo, do outro, o Barcelona foi irreconhecível e, novamente, foi vítima de sua maior deficiência, a bola aérea. Tanto o primeiro quanto o segundo gol do Bayern surgiram de bolas alçadas na área do time catalão, que tendo sua zaga toda retalhada (Puyol e Mascherano estão fora por se encontrarem lesionados), foi preza fácil para o poderoso time de Munique. Além disso, o goleiro alemão Neuer, poderia ter visto o jogo sentado em um banquinho, visto que tão pouco foi acionado pelo time espanhol.


Ainda para piorar a situação, Lionel Messi visivelmente não se encontra em condição de jogo. O argentino andava em campo e parecia temer que sua lesão se agravasse. Teria sido prudente da parte de Tito Villanova tirar sua maior estrela (e esperança) ainda no intervalo, talvez colocando Fábregas, a fim de dar maior movimentação do meio para frente e, quem sabe, sair da Allianz Arena com um prejuízo menor. Não o fez, ficou na espera de um lampejo da genialidade do melhor jogador do mundo, e pagou caro.



O Barcelona conseguiu uma virada história e sensacional contra o Milan, nas oitavas de final. Porém, agora, a situação é muito mais crítica. O Barça havia perdido por 2 a 0 em Milão e o Bayern, hoje, é muito superior ao Milan. E talvez, o fator fundamental que tenha sido determinante neste placar e pode ser decisivo para o próximo é a situação física de Messi. Nas oitavas, estava em plenas condições de jogo e decidiu. Já no segundo jogo contra o Paris Saint-Germain, já não estava em condições e também foi decisivo. Agora, não sabemos em quais condições estará na próxima semana. Hoje, não pôde ser o grande jogador que é. De qualquer maneira, bem ou mal, Messi e seus companheiros terão pela frente uma situação totalmente adversa, que estão desacostumados. E pior, contra um time fortíssimo e com fome de vitória. Pelo jeito, só um milagre mesmo. 

Bayern 4x0 Barcelona

por Lucas Ribeiro

23 de abril de 2013. Muito provavelmente hoje o mundo do futebol enterra o epíteto do Barcelona de "melhor time do mundo" e o entrega ao Bayern de Munique, equipe que teve uma temporada irretocável. O futebol ofensivo e driblador, de Messi, Villa e cia. tem grande possibilidade de ser substituído pelo, a mim mais interessante, futebol tático de Müller, Ribéry, Robben, Dante e Martínez. 

Não se justifica a contusão do camisa 10 argentino, que jogou bem abaixo de seu usual. Não se justificam o gol impedido do camisa 25 bávaro. Nem mesmo a "parede" que o craque da seleção alemã fez em Jordí Alba, no lance do quarto e último tento. O Bayern foi muito superior, e o foi sendo um time compacto, cooperativo e, portanto, bem espalhado em campo. 

Jupp Heynckes, ofendido sobre a questão de se pediria ajuda ao seu substituto, Pep Guardiola, em como parar os catalães, mostrou que, como bem pontuou Mauro Cézar Pereira, parece que vai ser é "aposentado" pela cúpula muniquense. Aos 67 anos vem fazendo o melhor trabalho de seu longínqua carreira e, mesmo se não levantar a taça, se destacou em 2012-13 mais do que em 1997-98, quando venceu a Champions treinando o Real Madrid. 

Assim, que seja bem-vinda uma nova ordem no mundo futebolístico. E em detrimento de um time que nos últimos quatro anos disputou três finais de UCL e que, principalmente, fez um sonoro 4 a 0 nos blaugranas.


DESTAQUES


POSITIVOS 


Coletividade do Bayern de Munique: Desde o goleiro Neuer até o técnico Jupp Heynckes, o time foi completo. Soube atacar e marcar no tempo certo, além de ter sabido se defender com extrema eficácia.

NEGATIVOS

Messi (Barcelona): Machucado, infelizmente rendeu menos que o usual. Mas culpar a derrota pela sua má atuação cheira a desculpa esfarrapada.

Tito Vilanova (Barcelona): Demorou para mexer. Foi apático, num jogo onde pareceu ter entregado a toalha.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A Ascensão do PSG


por André Gobi

Há dois anos atrás, se imaginássemos um confronto entre Barcelona e Paris Saint-Germain , ninguém imaginaria que o clube francês bateria de frente e jogaria de igual para igual com o gigante catalão. Uma vitória fácil do Barça seria facilmente cantada, talvez até por torcedores do PSG. Pois bem, isso aconteceu nessas quartas de final da Uefa Champions League.

O PSG não é mais um time mediano. Se não pode ser comparado em tradição com muitos dos outros grandes europeus, pelo menos, em questão de time não está deixando a desejar. A revolução iniciada há cerca de um ano e meio (já retratada aqui mesmo neste blog), começa a dar resultados.

Com um elenco contendo grandes jogadores (Ibrahimovic, Pastore, Thiago Silva, Lucas, Lavezzi, David Bekckham) e o técnico Carlo Ancelotti, experiente e vencedor na Liga (tanto como jogador quanto como treinador), o time parisiense conseguiu um feito incrível ante o melhor time do mundo. Claro que no segundo jogo, o time espanhol estava sem Lionel Messi em grande parte do jogo e o Barcelona perde muito sem o melhor jogador do mundo. Aliás, Tito Villanova se viu obrigado a colocar o astro argentino assim que seu time levou o gol, que naquele momento daria a classificação ao Paris Saint-Germain.

O que vale ressaltar é que o PSG caiu de pé. Levou e fez três gols no Barcelona e foi eliminado nos critérios técnicos (3 x 3 no agregado, tendo levado dois gols em casa, no empate por 2 a 2 em Paris). Motivo de orgulho para os fãs e jogadores, além claro, dos donos do clube. Mais um exemplo de que com dinheiro e planejamento é possível, sim, montar um time competitivo. Veremos se conseguirá construir e manter uma história duradoura, digna da ambição e de entrar no grande hall dos gigantes europeus. Na França, está reinando absoluto, caminhando a passos largos para vencer o campeonato local.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Será mesmo apenas uma fatalidade ?

por Luiz Carlos Silva

No meio de semana foi realizada mais uma rodada do campeonato paulista. Chata como de costume. Infelizmente e com todo o respeito aos times de menor expressão, os jogos do estadual não trazem a emoção que atrai os torcedores. Os quatro grandes, de um jeito ou de outro, conseguem presenciar sua torcida no estádio. Caberia aos torcedores dos times menores mostrar seu entusiasmo e fazer a diferença, mas isso não acontece. É por que não tem graça mesmo, o nível técnico é baixo demais. O empate entre Corinthians e Penapolense em 1x1 foi cansativo. O primeiro tempo teve até alguns momentos com boas jogadas, mas nada de mais. Depois foi só jogo treino. O São Paulo fez o que devia, 2x0 contra o Paulista com dois gols de Luis Fabiano. Jogo bom pro São paulo, sem susto, sem complicação. Joguinho mole,
mole. Na quinta, o Santos teve mais trabalho com o Mogi Mirim. O empate em 2x2 foi resultado de um jogo relativamente interessante, movimentado. Neymar não estava lá super inspirado, mas foi participativo. A torcida pegou no pé do time, e vaiou. Vaiou o time todo, não só Neymar.

De todos os jogos, um merece destaque especial. O Palmeiras foi à Mirassol enfrentar o time local e sofreu um revés quase inacreditável. Uma goleada de 6x2, apenas no primeiro tempo. Uma pane geral acometeu os jogadores do time do Parque Antártica. A primeira especulação foi, como esperado, a saída de Gilson Kleina do comando do Verdão. Dois dias após o jogo, que foi realizado na quarta-feira, já está confirmada a permanência do técnico. O presidente Paulo Nobre, em entrevista coletiva, lamentou a péssima atuação do time e considerou o resultado do jogo "uma fatalidade". Se esse resultado catastrófico tivesse ocorrido com qualquer outra equipe, provavelmente a justificativa de "fatalidade" seria cabível. Mas não com o Palmeiras.

De 2001 pra cá, o Palmeiras tem sofrido tais fatalidades com mais frequência do que qualquer outro time: 

2001: Palmeiras 2x6 Fluminense
2003: Palmeiras 2x7 Vitória
2006: Figueirense 6x1 Palmeiras
2007: Cruzeiro 5x0 Palmeiras
2011: Coritiba 6x0 Palmeiras
2013: Mirassol 6x2 Palmeiras

Quando um time do porte do Palmeiras apresenta um histórico de derrotas tão vexatórias, alguns questionamentos talvez sejam necessários. Os atletas palmeirenses vem sofrendo recentemente, varias ameaças físicas por parte de torcedores, uma situação humilhante para um atleta profissional, que além de ser um fator de total desestimulo, diminui o que o futebol representa. O número de lesões dos atletas palestrinos parecem acontecer em demasia, até mesmo pro alto nível exigido pelo futebol de alto padrão. Mais recentemente, na última entrevista de Paulo Nobre, o presidente do Verdão esclareceu que os jogadores não recebem seus direitos de imagem a 2 meses.

Além dessas, muitas outras situações afligem a grande academia de futebol. Todos os problemas, ao que parecem, são estruturais e passam longe de ser apenas fatalidades. O novo presidente palestrino parece estar disposto a resgatar um dos maiores clubes do futebol brasileiro, mas apenas sua coragem não será suficiente. A Sociedade Esportiva Palmeiras terá novamente que se transformar em "sociedade" para poder, por meio da união de todos, reconstruir o Verdão mais importante do Brasil.         

sexta-feira, 22 de março de 2013

Justiça à Conmebol

por Lucas Ribeiro

Depois de se queixar da arbitragem de Wilmer Roldán após o término do confronto São Paulo x Arsenal de Sarandí, Luís Fabiano, mesmo após os 90 minutos, acabou expulso pelo árbitro. O natural seria, além da já tradicional multa de 300 dólares, Fabuloso pegar gancho de apenas um embate, gancho este que teria sido pago quando o atacante não pôde estar em campo na derrota diante do mesmo Arsenal, só que dessa vez na Argentina. 

A Conmebol, contudo, aprontou mais uma das suas. A entidade decidiu puni-lo por mais três jogos e determinar uma multa de 5 mil dólares pelo incidente. Aí é que eu pergunto: Como confiar numa confederação que, quanto mais o tempo passa, mais parece longe de exercer uma justiça? Evitarei, inclusive, entrar no mérito da morte do jovem Kevin Espada, que já é (infelizmente) o maior destaque desta edição da Libertadores. 

Mas, enquanto brigas e abuso de torcedores acontecem em quase todos os estádios que sediam jogos da principal competição interclubes da América, tal se preocupa apenas em aplicar uma pesada punição a um jogador que, obviamente sem razão, bate-boca com o árbitro depois de uma partida?

Todos sabemos dos problemas disciplinares de Luís Fabiano, e que ele, para não prejudicar o clube em momentos decisivos, como na última final da Sul-Americana, quando acabou expulso com poucos minutos em campo no jogo de ida e não esteve presente no confronto que deu a taça ao São Paulo, deveria colocar sua cabeça mais no lugar, mas nem no Brasil, onde as punições aos "anarquistas" são mais severas, o atacante já sofreu com sanção tão pesada. 

O que discuto é não a punição a LF, afinal, se a Conmebol tivesse um histórico de severidade nesse sentido, deveríamos compreender sem discutir o contrário, mas quais são os pesos e as medidas aplicadas por ela nas diversas situações? Ou seja, um torcedor brigão corre menos o risco de prejudicar seu time que um atleta apenas reclamão. Vai entender...