segunda-feira, 13 de maio de 2013

Juvenal sendo Juvenal

por Lucas Ribeiro

Na última sexta-feira, dois dias após a eliminação são-paulina na Libertadores, sob uma vexatória goleada de 4 a 1 em favor do rival Atlético-MG, eliminação esta também subsequente à do Paulistão, quando foi derrotado nos pênaltis pelo Corinthians, Juvenal Juvêncio aprontou mais uma das suas: dando respaldo ao trabalho do técnico Ney Franco, JJ dispensou sete atletas do elenco. Mas, na verdade, se colocarmos a atitude sob um olhar analítico, apesar cinco o foram, já que os jovens Henrique Miranda e Luiz Eduardo, pela inexperiência, serão cedidos por empréstimo para ganharem "corpo". 

Já o restante, João Filipe, Fabrício, Cortez, Cañete e Wallyson, se não logo encontrem clube, ficará numa espécie de "geladeira". Agiu certo o mandatário tricolor ou, novamente, quando chama atenção pela polêmica, ele foi precipitado e pode prejudicar o segundo semestre do clube? Eu fico com a segunda hipótese. 

Desta lista consigo concordar com apenas um nome: João Filipe, o Blackenbauer de outrora, que chegou em 2011, caiu, depois de atuações mais consistentes, nas graças da torcida e, tão obscuramente quanto sua origem, a reserva do Botafogo, caiu progressivamente de produção, a ponto de já estar semiafastado e, inclusive, oferecido para negociação, como quando o São Paulo tentava oficializar a vinda de Cicinho, da Ponte Preta, para o Morumbi. 

Vamos, agora, ao restante: Fabrício, contratado em 2012 como símbolo da raça que passaria a permear o time, entrando então no seu quarto ano de fila, foi extremamente prejudicado por contusões. Não o considero um grande jogador, pelo contrário, aliás, mas, se permanecesse, continuaria sendo um bom estepe para Denílson, que ainda não sabe se volta para a Inglaterra ou se fica em definitivo, e Wellington. 

Wallyson foi um com quem Ney Franco parece ter perdido a paciência rapidamente. Artilheiro cruzeirense na Libertadores de 2011, também sofreu com contusões e chegou à Barra Funda para tentar dar a volta por cima. Sinceramente, pela velocidade e habilidade, poderia ter ficado ao menos até o final do ano, quando se encerraria seu contrato. Aí, sim, se não brilhasse, poderia ser liberado. Agora, em maio, foi cedo demais. 

Definamos, a seguir, os dois casos mais emblemáticos: Cañete e Cortez. O primeiro, chamado de el nuevo Riquelme pela imprensa argentina, fez partidas de encher os olhos pelo Boca Juniors e principalmente pela Universidad Católica, por onde brilhou na Libertadores de 2011. Naquele mesmo ano chegou, em troca de US$3 milhões, e, assim como Fabrício, foi prejudicado por contusões. 

Em 2013, quando parecia livre de tais, vinha demonstrando talento. Fez uma bela atuação diante do Santos, na primeira fase do Paulistão, e, engrenando, bateu de frente com Ney Franco. A exemplo de Wallyson, parece ter sido vítima de um certo autoritarismo do treinador, que o afastou, inclusive, do banco no confronto eliminatório diante do Corinthians, no qual seria uma boa opção tática. 

Já o segundo foi contratado ainda mais a peso de ouro. Depois de um excelente 2011 com a camisa botafoguense, que o levou, inclusive, à Seleção, Cortez viu o São Paulo desembolsar 3,3 milhões de euros pela sua contratação. Apesar de ter sido um dos jogadores menos instáveis em 2012, vinha fazendo um 2013 terrível, que culminou com a perda da titularidade para (o bisonho) Carleto. 

Ou seja, nessa de, na primeira insatisfação, descartar jogadores, o São Paulo pode, além de demonstrar impaciência, perder dinheiro. Mas, claro, quem manda é JJ!

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