segunda-feira, 27 de maio de 2013

Por quê, Juvenal?

por Lucas Ribeiro

O São Paulo venceu bem ontem a Ponte Preta, por 2 a 0, fora de casa e com um a menos? Sim. Tem nomes interessantes no elenco, como o convocado para a Copa das Confederações Jádson, além de jogadores de bastante potencial, como Ganso, Lúcio, Osvaldo e Luís Fabiano? Sim. Mas o que acontece neste clube que, a despeito de alguns bons atletas, selecionáveis, inclusive, no plantel, e que ganha uma estreia num campo onde o mandante costuma ser pouco batível, parece, mesmo sob os olhos dos torcedores mais otimistas, pouco favorito ao título brasileiro? 

Devemos destacar o principal dos motivos: a mentalidade, mentalidade esta instalada desde 2006, quando Juvenal Juvêncio, depois de 16 anos, retornou à presidência. Diretor de futebol na anterior era vencedora, do falecido Marcelo Portugal Gouvêa, quando o São Paulo levantou, como troféus de maior relevância, uma Libertadores e um Mundial, tornando-se no geral tricampeão de ambos os torneios, JJ se esqueceu, num primeiro momento, que os clubes, já mais armados ante a Lei Pelé, evitariam, graças a contratos mais longos, estocadas de rivais a atletas que outrora teriam vínculos próximos do fim. 

Assim, mantendo a política do "bom e barato" do antecessor, que levou ao Morumbi vários bons atletas do Goiás, como Fabão, Josué, Danilo e Grafite, além de peças fundamentais, como Mineiro, Amoroso e Aloísio, o atual mandatário se viu com menos boas opções no mercado: enquanto rivais fechavam com atletas do nível de Deco e Fred (Fluminense), Forlán (Internacional), Seedorf (Botafogo) e Montillo (Santos), JJ não se cansava em bater na tecla do "baixo custo". 

A contratação de Paulo Henrique Ganso, no último semestre de 2012, contratação esta conseguida graças à captação dos recursos da venda de Lucas para o Paris Saint-Germain, da França, parecia ter feito com que o dirigente se tornaria mais gastador. Até se tornou, com a vinda, para a atual temporada, do zagueiro Lúcio, ainda cobiçado pelo mercado europeu, mas a política, se mudou, mudou para um víés também errado: para Marco Aurélio Cunha, provável adversário de Juvêncio nas urnas para o cargo mais importante do clube em 2014, o pentacampeão só chegou ao São Paulo em detrimento da vinda do uruguaio Lugano, ídolo tricolor. 

Segundo Cunha, a liderança exercida por La Tota, tanto dentro e fora de campo, e principalmente exercida durante um período de glórias, anterior à sua administração, pesou. A desculpa alegada, de altos salários, fora desmistificada pelo médico, que duvida numa alta pedida de Lugano.

Ou seja, os mandatos de JJ vêm, aos poucos, provando sua ineficácia como líder de um clube da grandeza do São Paulo. Além de, por uma razão óbvia (os melhores atletas quererem ganhar melhores salários), ter enfraquecido o time diante de rivais mais dispostos a gastar, e consequentemente a montar elencos melhores e CAMPEÕES, adota-se também uma tônica política em contratações. Lamentável!

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