quarta-feira, 1 de maio de 2013

Blitzkrieg no Camp Nou


por André Gobi e Lucas Ribeiro

Não há muito o que dizer sobre o jogo desta quarta feira que definiu o segundo finalista da Uefa Champions League. O Bayern de Munique atropelou o Barcelona e fez 7 a 0 nos espanhóis no placar agregado. 4 a 0 em Munique e 3 a 0 na capital da Catalunha. Simplesmente não tomou conhecimento do time catalão.

O Barcelona, que já tinha uma tarefa praticamente improvável, se viu em situação ainda mais complicada quando Lionel Messi sentiu uma contusão durante um procedimento de treino durante a manhã, desfalcando o time. Em campo, um novo passeio do Bayern, time perfeito tática e tecnicamente. Piqué, mesmo tendo marcado um gol contra, foi o melhor pelo lado do Barça. Do lado alemão, Ribery e Robben jogaram muito, com destaque para o holandês que anotou o primeiro gol, em jogada característica sua, cortando para dentro do campo e chutando alto. Esse gol, vale lembrar, saiu após uma reposição de bola bisonha do goleiro espanhol Victor Valdez, que jogou a bola para ninguém, armando um contra ataque fulminante para o time bávaro.

Foi um massacre. Tudo bem que o Barcelona teve todos os problemas possíveis na temporada, mas da maneira como entrou hoje contra o poderosíssimo Bayern, não poderia esperar outro resultado. Tito Villanova errou mais uma vez tanto na escalação inicial, quanto nas alterações. Tirou Xavi e Iniesta do time, colocando Alexis Sanchéz e Tiago Alcântara, que não são os indicados para mudar algo num jogo desse calibre.

Quanto ao Bayern, há de ser dito, que o resultado foi até pouco. O time jogou para o gasto, apenas administrando o resultado construído em casa, na semana passada. Segurou bem o jogo e no liquidava no contra ataque, não havia necessidade de forçar mais que isso. Thomas Müller anotou o terceiro do jogo, de cabeça, como não poderia faltar. Um time poderoso, que está na terceira final nas últimas quatro temporadas da Champions League.

Foi uma ataque brutal do time bávaro, sem dar chances para o Barcelona, que até criou, mas se viu vítima mais uma vez da Messi dependência, uma vez que com sua ausência, não tem quem finalize com precisão. 

Dessa feita, também devemos destacar a parte tática dos bávaros. Apesar de serem uma cópia perfeita do que o Barcelona fez nos últimos seis anos, pelo menos, jogando no 4-2-3-1, os muniquenses conseguem ter um equilíbrio defesa-ataque muito maior. Se o Barça, que perdia a posse de bola em uma frequência mínima, podia se ver em apuros, ao ter um setor defensivo com zagueiros e goleiro instáveis, o Bayern, pelo contrário, consegue ser precaver muito menos neste sentido. Podemos observar nas duas imagens abaixo a compactação do time de Jupp Heynckes. 

Nesta, podemos perceber uma primeira linha de meio campo mais afastada e uma segunda de base maior...
Agora, podemos perceber uma primeira linha mais aproximada, enquanto a segunda está em linha. Toda essa movimentação visando ao acompanhamento da movimentação do Barça e, principalmente, a uma compactação, provando os anseios de o time jogar em no máximo 40m de campo. 

Apesar de ofensivamente não termos registrado nenhum vídeo ou foto, por volta dos 15 minutos do segundo tempo, contrariando aqueles que dizem que o Bayern é um "time duro", a bola passou pelos pés de todos, senão quase todos, os muniquenses, provando que os alemães, além de mais eficientes na marcação, podem, quando quiserem, jogar à Barça. 

Uma final alemã justa pelos últimos quatro jogos das semifinais. Haja cerveja para a merecida comemoração germânica. Além do mais, a expressão dos atletas blaugranas quando sofriam gols era de "também estaremos ferrados nas próximas." Assim, além do futebol, tudo indica que, pela preocupação demonstrada, os espanhóis passam o bastão de liderança do ludopédio europeus aos germânicos. 

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