quarta-feira, 1 de maio de 2013

A superação do Palmeiras



por André Gobi

De todos os times brasileiros na Libertadores 2013, certamente o que mais despertava desconfiança dos torcedores e da imprensa especializada era o Palmeiras. O time é o atual campeão da Copa do Brasil (modo como conquistou a vaga para o torneio continental), ainda sob o comando de Luis Felipe Scolari, porém, desde a conquista o time sofreu uma queda que nem o mais pessimista palestrino esperaria.

Rebaixado no Campeonato Brasileiro 2012, sofrendo com disputas políticas e a ira das “torcidas” organizadas, o Palmeiras parecia estar em um calvário perpétuo. Mas desde que Paulo Nobre assumiu a presidência do clube, pareceu estar bem ciente da recente situação palestrina, tanto que sempre se mostrou “pé no chão”, sem fazer muitas promessas impossíveis, focando no que era palpável, como o retorno à elite do futebol brasileiro.

O elenco é modesto, não tem estrelas como os rivais Corinthians, São Paulo e Santos, que contam com equipes formadas por astros como Paulinho, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso, Rogério Ceni, Neymar, Montillo. O plantel palmeirense é mais modesto, porém, se carece no aspecto técnico, desde o ano passado esbanja vontade e determinação. Na reta final do brasileiro, era digna de respeito a determinação demonstrada em campo pelos jogadores palmeirenses, que evidentemente, foi insuficiente para evitar a queda para a série B.

Os problemas eram tantos em 2012 que até o treinador, Scolari, ídolo da torcida alviverde, não suportou a pressão e foi demitido (aliás, Scolari não tem feitos trabalhos relevantes desde a Copa do Mundo de 2002). Para seu lugar, foi contratado Gilson Kleina, que estava fazendo bom trabalho na Ponte Preta. O novo treinador já chegou sob desconfiança da torcida em um ambiente hostil. Não conseguiu evitar o rebaixamento, e mesmo assim, foi mantido pela diretoria anterior e também pela atual, acertadamente. 

O ano de 2013 não poderia começar no Palestra Itália de outra maneira que não fosse sob pressão e "pulga atrás da orelha". Porém, o que se tem visto é um time jogando da mesma maneira que terminou 2012, com vontade e determinação, se superando a cada jogo. O time perdeu uma de suas principais armas, Marcos Assunção, e não pode contar com o chileno Valdívia, que passa mais tempo no departamento médico e criando confusão fora de campo do que jogando.

Apesar de todos os problemas, o Palmeiras se classificou para as fases finais do Campeonato Paulista, sendo eliminado apenas nos pênaltis pelo Santos, na Vila Belmiro. Na Taça Libertadores, onde muitos apontavam uma eliminação ainda na primeira fase, o time se classificou com certa “folga” para as oitavas de final e ontem, jogando contra um forte mexicano, o Tijuana, em um campo de gramado sintético (anormal para a maioria dos times), deu um importante passo. Empatou sem gols e decidirá a vaga para as quartas de final em casa, na próxima semana, com apoio de sua torcida.

 A torcida, conhecida por muitas vezes mais atrapalhar o time do que ajudar, deve fazer sua parte e apoiar. Os jogadores e comissão técnica são merecedores desse apoio das arquibancadas. Se o time cair, não será nada absurdo, porém, se conseguir mais uma classificação, será merecido e até justo pelo empenho dos envolvidos. Se times como São Paulo e Internacional de Porto Alegre, com elencos recheados de jogadores renomados, tivessem metade da vontade desse time palmeirense, poderiam estar sonhando muito mais alto. Resta saber se uma eventual desclassificação na Libertadores mudará algo no planejamento palmeirense para 2013. Se isso acontecer, será uma dolorosa injustiça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário