segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Quando a arbitragem apita tudo...

por Lucas Ribeiro

Neymar joga muito. Ponto final. Não há o que discutir sobre isto. E também não vem ao caso comparações com Maradona, Pelé, Cristiano Ronaldo e, principalmente, Messi. Mas, na mesma proporção de seu elevadíssimo futebol, que, com 20 anos da idade, já levantou três estaduais, uma Copa do Brasil e uma Libertadores, a Fera é um cai-cai de carteirinha. Quem não entende muito de futebol pode perceber seu vasto repertório de simulacros acompanhando os jogos da seleção brasileira. Anulado pela defesa mexicana no amistoso realizado entre ambos os escretes em junho, o santista perdeu a linha com os adversários.

Aqui no Brasil, entretanto, fomos acostumados a assistir a um estilo de jogo onde qualquer impacto, por menor que seja, é confundido com a mais violenta das faltas. Não sejamos inocentes em afirmar que o Santos, de Neymar, só ganhou o que ganhou por causa das estrepolias e das vistas-grossas realizadas pela arbitragem nos últimos três anos. Mas é claro que tal condição, quando várias vezes repetida e aceita pela arbitragem, faz com que o adversário evite até uma simples disputa corpo-a-corpo, fundamental num esporte de contato. 

Enquanto isso, os fãs da Premier League se esbaldam com um jogo totalmente contrário ao disputado em solo brasileiro. Na Grã-Bretanha o advertido é sempre o autor da cambalhota, que, tentando ludibriar a arbitragem, emperra a dinâmica do futebol. Quem acompanhou Newcastle e Tottenham, na estreia da temporada 2012-13, partida que aqui foi comentada, sabe do que estou falando. Um espetáculo livre de verdadeiros repertórios circenses. 

E a condescendência a este tipo de jogada afeta toda a qualidade da arbitragem. Afinal, os juízes, seguros em determinadas decisões, se afastam de lances capitais, prejudicando a imparcialidade necessária a um mediador futebolístico. Não é à toa que nossos árbitros conseguem errar ao não assinalarem três impedimentos consecutivos ou os comentaristas destes ao transformarem qualquer entrada mais viril porém leal de Libertadores em "guerra"...

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