domingo, 26 de agosto de 2012

Corinthians 1x2 São Paulo - Análise

por Lucas Ribeiro

Depois da polêmica derrota fora de casa contra o Santos, por 3 a 2, o Corinthians receberia, no Pacaembu, o São Paulo, para mais um clássico, agora o último do primeiro turno desse Brasileirão. Os mandantes, desfalcados pelo contundido Guerrero, substituído por Émerson, entraram no seu já padrão 4-2-3-1. O seu rival, que não podia contar com o suspenso lateral Cortez, por sua vez, foi armado no 4-4-2, com os improvisados Paulo Miranda na lateral-direita e Douglas na esquerda. Veja abaixo a disposição tática de ambas as equipes. 

O jogo começou predominantemente alvinegro. Os erros defensivos do tricolor, que cheiravam mais a uma instabilidade psicológica, logo culminariam no gol corintiano: depois de falha de Paulo Assunção na saída de bola, Émerson chutou pra cima e tirou todas as possibilidades de defesa do goleiro Rogério Ceni. Os anfitriões, assim, cresceram na partida. O São Paulo até tentava concluir, mas esbarrava num quase sempre mal posicionado Luís Fabiano, que esteve impedido em vários momentos. 

A partir dos 23 minutos, contudo, os visitantes começariam a equilibrar as ações com o primeiro gol de Fabuloso no clássico, que recebeu bola redonda depois de excelente jogada de Lucas, que voltou muito bem dos Jogos Olímpicos, e bateu sem chances para Cássio. A segunda metade da primeira etapa, assim, viu ambos os times apresentarem perigos, sem um domínio exclusivo de algum dos adversários. 

No segundo tempo, entretanto, o São Paulo cresceu e, com mais consistência, se lançou ao ataque. Jogando seu primeiro majestoso desde 2004, jogo do qual o tricolor também saiu vencedor, o camisa 9 da seleção brasileira na Copa de 2010 estava inspirado; agora, depois de excelente passe de Jádson, o craque são-paulino se aproveitou da condição legal lhe proporcionada por Chicão, driblou o goleiro corintiano e, mesmo sem ângulo, balançou as redes novamente nesta tarde de domingo.

A saída de Maicon para a entrada de Cícero manteve o tricolor mandando no jogo, a despeito da atuação na casa do adversário. Tite, tencionando dar mais volume a sua equipe, lançou a campo o estreante Guilherme, o peruano Ramírez e o "talismã" argentino Martínez, que havia deixado sua marca diante dos santistas. Mesmo assim, o setor defensivo são-paulino, com as boas atuações de Paulo Miranda, Tolói, Denílson e a melhora de Paulo Assunção, fez uma inspiradíssima etapa derradeira. 

Mesmo assim, antes do apito final, o Corinthians manteve uma blitz na meta do rival e, com Romarinho e Danilo, chegou a oferecer perigo a Rogério Ceni. Contudo, depois de sete anos, o São Paulo volta a vencer um majestoso organizado no Pacaembu. Se a última vitória até então havia sido um 5 a 1 executada pelo elenco que futuramente seria campeão da Libertadores e do mundo, a torcida são-paulina agora aguarda uma estabilidade da equipe, visando a uma vaga à principal competição sul-americana. O próximo adversário do time de Ney Franco é agora o Botafogo, no Morumbi, na estreia do returno da competição.

Já o Corinthians, por sua vez, sofre a segunda derrota consecutiva em clássicos e retoma sua preparação para o Mundial contra o forte Fluminense, no Engenhão. Se na inauguração do Brasileirão-12 ambas as equipes realizaram um jogo medíocre já que estavam na disputa da Libertadores, o início do segundo turno promete um jogo eletrizante, com o tricolor carioca perseguindo, a cada vitória, o líder Atlético-MG.


DESTAQUES


BOLA CHEIA

Luís Fabiano (São Paulo) - decidiu um clássico que deve ser fundamental para elevar o ânimo são-paulino. 

Lucas (São Paulo) - voltou muito bem depois da medalha de prata em Londres. A ele, depois de realizar linda jogada, LF deve responsabilizar uns 70% do primeiro gol tricolor na partida.


BOLA MURCHA

Chicão (Corinthians) - mal posicionado durante o segundo gol do São Paulo, deixou o atacante cara-a-cara com o goleirão Cássio. Fez péssima segunda etapa.

Paulo Assunção (São Paulo) - se recuperou no decorrer da partida, mas sua falha, geradora do gol corintiano, poderia ter transformado a vitória são-paulina numa dramática derrota.

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