quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Borussia Dortmund 2x1 Real Madrid - Análise

por Lucas Ribeiro

Hoje, em Westfallenstadion, Borussia Dortmund e Real Madrid fizeram um jogo digno de dois favoritos ao título da Liga dos Campeões desta temporada. Os alemães, treinados por Jürgen Klopp, entraram em campo num 4-2-3-1, com Weidnenfeller; Piszscek, Subotic, Hummels e Schmelzer; Kehl, Bender, Götze, Grosskreutz e Reus; Lewandrowski. Já os merengues, comandados por Mourinho, também num 4-2-3-1, foram escalados com Casillas; Ramos, Varane, Pepe e Essien; Alonso, Khedira, Di María, Özil e Cristiano Ronaldo; Benzema. 

O jogo já começou em alta temperatura; o time de Dortmund, tentando impedir o nascimento das jogadas ofensivas madrilenhas, forçava a sua saída de bola. O quarteto ofensivo, sob responsabilidade de Götze, Grosskreutz, Reus e Lewandowski, apertava os defensores blancos, que sem sua valiosa válvula de escape pela esquerda, Marcelo, sentiam dificuldades em armar seus homens de ataque. Dessa maneira, com Reus e Lewandowski, o clube que viu 99,8% de lotação de seu estádio na temporada passada teve as primeiras chances de inaugurar o marcador. 

Aos poucos, contudo, o Real equilibraria as ações de jogo, apoiado basicamente na dedicação de Di María, um incansável no meio-campo, e, claro, na habilidade de Cristiano Ronaldo, que, pela esquerda, abria os espaços. A saída de Khedira, contundido, para a entrada do mais técnico Modric deu mais dinâmica à meia-cancha espanhola. Apesar de a partida ter ganhado contrastes menos dominantes por parte de um dos adversários, e de a posse de bola atingir 61% do domínio visitante, o primeiro tento não demoraria a acontecer: aos 36 minutos, após falha de Pepe, ocasionada graças à disposição já citada dos dianteiros do Borussia, Lewandowski carregou a bola e, sem chances para Casillas, bateu contra a meta do goleiro.

Logo em seguida, entretanto, mais precisamente aos 38, se aproveitando da qualidade do passe de Di María, Cristiano, passando nas costas do ofensivo lateral polonês Piszscek, marcaria, depois de encobrir Weidenenfeller, um golaço, com a assinatura da Fera. O primeiro tempo, dessa maneira, terminou da mesma maneira que esteve em seus meados: ninguém demonstrando uma decisiva vantagem. 

Ao segundo tempo, se aproveitando da alta movimentação de suas três jóias do meio-campo, o Borussia voltaria melhor. O fator casa e a virada do Ajax sobre o Manchester City, equipe esta que, se vencesse, entraria na sua cola por uma vaga às oitavas, parece terem dado ânimo aos alemães, que viam em campo um cada vez menos efetivo Cristiano Ronaldo pegar a bola. O último gol da partida sairia aos 18 minutos, depois de cruzamento de Götze pela direita que, após desvio de Casillas, sobrou para o lateral Schmelzer, responsável por bater forte e desempatar o confronto. 

A partir daí, definhado fisicamente e sem a criatividade da Fera, o Real Madrid apresentou poucas chances concretas para virar, ou ao menos empatar, a partida. Nem a entrada de Higuaín, em lugar do fraco Benzema, fez com que a equipe reagisse. Depois de duas perigosas finalizações de Di María, o principal destaque positivo dos merengues no jogo, os madrilenhos arrefeceram e, até os 45, não ameaçaram com efetividade a meta de Weidnenfeller. 

Dessa maneira, o Borussia assume, com 7 pontos, a liderança do grupo, seguido pelo próprio Real, que, com a derrota, contabiliza os mesmos 5 pontos. Ajax, com 3, e City, com 1, completam a chave. Assim, o grupo da morte, por menos previsível que seja, parece já tirar os ingleses da disputa por uma vaga na segunda fase. 


NOTAS 

Borussia: Weidnenfeller (6); Piszscek (6,5), Subotic (6), Hummels (6) e Schmelzer (6,5); Kehl (6), Bender (6), Götze (7,5), Grosskreutz (7,5) e Reus (7,5); Lewandowski (7). Reservas: Gundogan (6,5), Perisic (s/n). Técnico: Jürgen Klopp (8)

Real: Casillas (5); Ramos (5,5), Varane (6), Pepe (4,5) e Essien (6,5); Alonso (6), Khedira (s/n), Di María (7), Özil (6,5) e Cristiano Ronaldo (6,5); Benzema (4). Reservas: Modric (6) e Higuain (s/n). Técnico: José Mourinho (5,5)


DESTAQUES


BOLA CHEIA

Jürgen Klopp (Borussia Dortmund): um dos técnicos mais talentosos do futebol atual. Conseguiu abafar a defesa espanhola por quase todo o confronto, condição crucial para que a vitória se concretizasse.

Grosskreutz, Götze e Reus (Borussia): trio de garotos que, assim como Klopp, demonstram suas surpreendentes potencialidades dia após dia. 

BOLA MURCHA

Cristiano Ronaldo (Real Madrid): não que tenha feito má partida, inclusive foi o autor do gol madrilenho, mas sumiu no segundo tempo, fator que comprometeu um melhor desempenho merengue no decorrer da partida.

Benzema (Real Madrid): mediano, não é, para mim, camisa 9 de um clube que gasta aos tubos em cada nova temporada. 

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