domingo, 28 de outubro de 2012

Chelsea 2x3 Manchester United - Análise

por Lucas Ribeiro

Em Stanford Bridge, Chelsea e Manchester United fizeram uma grande partida e, pra quem torce pra alguma das duas equipes, também um teste para cardíacos. Uma partida que, se começou em alta voltagem, terminou da mesma maneira, questões que iremos abordar ao longo do texto. Antes, porém, falemos da disposição tática de ambas as equipes. Os anfitriões, comandados por Roberto Di Matteo, entraram em seu já padrão 4-2-3-1; já os visitantes, dirigidos por sir. Alex Ferguson, foram a campo em um 4-1-4-1, como podemos ver abaixo. 


O embate, seguindo o que foi dito, logo já saiu do zero a zero. Aos quatro minutos de jogo, David Luiz acabou colocando contra o próprio patrimônio e abriu o marcador em favor dos rivais. Bem mais disposto em campo, aos 12 o United ampliaria sua vantagem com o holandês Robin van Persie, que vem gozando de boa fase neste início de Red Devils. Dessa maneira, Ferguson, compactando sua equipe, defendia com bastante eficiência a meta do goleiro De Gea. Os anfitriões, com poucas opções de penetração contra um esquema tático propício à defesa, contaram também com investidas do técnico zagueiro David Luiz, que auxiliou os jogadores de frente quando necessário. Veja abaixo como se dispunham os vermelhos após o 2 a 0. 


É possível perceber, em ambas as imagens, uma primeira e uma segunda linha de quatro homens, mediada por Carrick, esquema este que, por compactá-las, privilegia o setor defensivo.


Após boas finalizações com Fernando Torres e Cahill, finalizações estas terminadas na mão do goleiro espanhol, o principal destaque da partida, o Chelsea conseguiria, aos 44, fazer seu primeiro tento ainda na etapa inicial. Depois de falta cometida por Wayne Rooney, taticamente muito bem disposto, outro espanhol, só que do lado azul, Mata, executaria bela cobrança, sem chances de defesa a seu compatriota, e, da maneira mais tradicional possível em jogos difíceis (através do tiro livre), daria chances para que sua equipe continuasse respirando na volta do intervalo.

E, mais do que apenas respirar, o Chelsea voltaria bem melhor ao segundo tempo. Dependente do técnico Oscar e do motorzinho Mata, aos oito minutos surgiria o empate: após passe do ex-jogador do Internacional, Ramires finalizaria e anotaria o talvez gol mais brasileiro da rodada no exterior. Assim, a partida começaria a se desenhar de maneira complicada ao time do treinador escocês, ao menos pelos dez minutos seguintes. Aos 18, o juiz colocaria pra fora o lateral Ivanovic. Dois minutos depois, o bom Cleverley, por opção tática, cederia seu lugar ao talismã mexicano Chicharito. 

E aos 30, fazendo jus ao que fez na quarta-feira, pela Champions League, salvando o United de uma vergonhosa derrota diante do Braga, o camisa 14, em gol duvidoso, colocaria os visitantes novamente à frente. Antes, porém, falando em polêmica, o árbitro deixaria o Chelsea com nove jogadores em campo, ao expulsar, numa atitude que o autor julgou exagerada, Fernando Torres, por simulação. Depois de ambos os acontecimentos, a partida ganhou ares dramáticos, com direito, inclusive, à discussão entre ambas as comissões técnicas. 

A alteração de Ferguson, além de ter apostado num centroavante, tornou o antigo 4-1-4-1, esquema propício à defesa, desnecessário a alguém que enfrentava uma equipe com 10 homens. A partir desse raciocínio, o treinador colocaria seu time em um 4-4-2, sob um ataque que conjugava dois excelentes finalizadores, van Persie e Chicharito. Não esperava o treinador, porém, que, com a saída de Torres, o destino ainda lhe beneficiaria. 

Nos últimos minutos de jogo, Di Matteo ainda apostaria em dois atacantes, pouco se preocupando com a sua inferioridade numérica, colocando Sturridge e Bertrand, sendo o primeiro de área e o segundo, de velocidade. Contudo, era visível a superioridade visitante, que, com onze atletas, controlava com mais facilidade as ações de jogo. A nova dupla de ataque dos blues, seguindo o raciocínio, acabou não finalizando nenhuma vez contra a meta do adversário. 

Dessa forma, concluindo, acabaria o jogo em Londres. O Chelsea, após um fulminante início de temporada, sofre sua primeira derrota na Premier League e dá condições para que o Manchester United, de princípio claudicante na Champions League, dê partida a uma melhor temporada.


NOTAS


Chelsea: Cech (5,5); Ivanovic (6), Cahill (5,5), David Luiz (6,5) e Cole (6); Mikel (5,5), Ramires (6,5), Hazard (6), Oscar (6,5) e Mata (6,5); Torres (5). Reservas: Sturridge (s/n), Bertrand (4) e Azpilicueta (4,5). Técnico: Di Matteo (6)

United: De Gea (8,5); Rafael (6,5), Ferdinand (5,5), Evans (6) e Evra (5,5); Carrick (6,5), Valencia (7), Rooney (7), Cleverley (6,5) e Young (6); van Persie (7). Reservas: Chicharito (8) e Giggs (s/n). Técnico: Ferguson (7,5)


DESTAQUES


BOLA CHEIA

De Gea (United): se chegou sob a expectativa de ser o novo Van der Sar, e, pela pouca idade, sentiu o baque, pode ser que, agora, adquirindo experiência, se torne o confiável camisa 1 de Ferguson. Salvou o United em lances capitais.

BOLA MURCHA

Mark Clattenburg (árbitro): foi, para mim, negativamente fundamental em lances capitais. Primeiro, ao expulsar Torres de maneira precipitada e, segundo, ao ignorar a posição irregular de Chicharito no terceiro gol do United. 

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