segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012

por Lucas Ribeiro

2012, como há muito se sabe, brindou o mundo do futebol, ao menos sul-americano na questão de importância, com as inéditas vitórias corintianas no Mundial de Clubes e, principalmente, na Libertadores, sonho de consumo antigo do alvinegro do Parque São Jorge e velho pesadelo dos seus torcedores em conversas de bar, quando eram provocados por santistas, palmeirenses e são-paulinos. 2012, dessa maneira, coroou uma administração mais centrada e consciente iniciada há mais ou menos quatro anos na agremiação mais popular do maior Estado do país.

A queda à Série B, em 2007, e os diversos escândalos que culminaram na queda dos outrora ídolos da Fiel Alberto Dualib, então presidente, e Kia Joorabchian, o responsável pela MSI, empresa que assinou um malfadado contrato de parceria com o Corinthians, forçaram um repensamento à política do clube. Andrés Sanches assumiu e, não entrando nas questões que lhe valem consecutivas críticas, aos poucos o reergueu. 

A contratação de Ronaldo, em 2009, foi a cereja do bolo. Os títulos estadual e da Copa do Brasil naquela mesma temporada reafirmaram o alvinegro entre os grandes. Nem a temporada sem títulos em 2010 e a queda diante do Tolima na Pré-Libertadores de 2011 fizeram a diretoria pensar como muitos dos seus pares brasileiros: a manutenção de Tite, que, se não é um gênio tático, é ao menos um excelente gerenciador de atletas, foi fundamental para que o Corinthians chegasse à tão sonhada Libertadores e ao Mundial, neste ano. 

O São Paulo, do qual já dissertei bastante em um dos meus últimos artigos, venceu o título que internacionalmente lhe faltava. Não era o mais desejado, é claro, pois jogar e ganhar a Libertadores é mais do que uma obsessão no Morumbi, mas após quatro anos com elencos desinteressados e treinadores de qualidade duvidosa Ney Franco conseguiu montar uma equipe que resistiu até a mais dura das catimbas dos matreiros argentinos do Tigre. 

O Santos, por sua vez, iniciou a temporada como talvez o brasileiro mais cotado a títulos internacionais. Neymar, Ganso, Arouca, Muricy e a então posse da Libertadores pareciam garantir uma considerável folga do Peixe em relação aos rivais. Entretanto, a derrota nas semifinais diante do Corinthians resumiriam o clube a uma temporada instável, com seu jogador mais caro (Neymar) mais servindo à seleção brasileira. Apesar do Campeonato Paulista, competição que não tem mais o mesmo brilho de anos atrás, e da Recopa, faltou algo para os santistas em 2012, que sofrem para montar um elenco mais digno para 2013. 

O Palmeiras viveu talvez a temporada mais paradoxal de sua história. O importante título da Copa do Brasil tirou o clube de uma fila que já perdurava havia 12 anos em relação a conquistas nacionais, e animou até os mais pessimistas dos palmeirenses, que, se não se encantavam em campo com uma equipe tecnicamente encantadora, viam um time recheado de ídolos, casos de Marcos Assunção, Valdívia e Barcos, jogando com dedicação. 

Contudo, como também já tive a oportunidade de escrever, o alviverde relaxou demasiadamente após a vitória e, quando a ficha foi cair, o rebaixamento era uma realidade já quase concretizada. Até houve reação em algumas rodadas, quando demonstrou que, com vontade, poderia se superar, mas ao enfrentar rivais como o Fluminense, o atual campeão brasileiro, a embarcação verde-e-branca naufragou de vez. 

O cenário dos paulistas foi, portanto, extremamente positivo, erguido principalmente por Corinthians e São Paulo, que obtiveram destacáveis vitórias internacionais. O único destaque negativo foi, de fato, o Palmeiras, com a sua torcida esperando que uma nova queda à Série B possa fazer o clube reagir de vez e, a exemplo de 2012 dos arquirrivais corintianos, ter um ano só seu de vitórias. 

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