sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Mais um craque fora de uma Copa?

por Lucas Ribeiro

Gareth Bale, do Tottenham, é um jogador daqueles de encher os olhos. Ex-lateral-esquerdo, nos Spurs virou uma espécie de ponta, mas, assim como tem responsabilidades ofensivas, é um atleta com uma versatilidade tática imensurável. Além do mais, é um especialista em bolas paradas, sendo o batedor oficial de faltas e escanteios em sua equipe, e é disputado, para a próxima temporada, por gigantes ingleses, como os dois rivais de Manchester, o City e o United. Tudo isso com apenas 23 anos de idade.

Dessa maneira, podemos concluir que Bale, pela qualidade, é uma das esperanças de bom futebol na Copa do Brasil, em 2014? Nem tanto. O meia é galês, seleção que não disputa Mundiais desde 1958, quando, inclusive, foi eliminada pelo Brasil, o futuro campeão. E, para piorar, tem tudo para ficar de fora de seu 14º Campeonato do Mundo: os Dragons vêm fazendo péssima campanha no grupo A das eliminatórias europeias; depois de quatro partidas, somaram apenas três pontos.

Mas Bale pode não ser o único craque de bola a ficar fora da principal competição organizada pela FIFA. Podemos até citar um compatriota, Ryan Giggs, como exemplo. O hoje veterano jogador e ídolo dos Red Devils também nunca conseguiu lograr êxito em ir a Copas do Mundo (afinal, como já dito no texto, sua seleção não se classifica a uma delas há 55 anos).  Outro exemplo é George Weah. O eleito com exageros melhor jogador do planeta em 1995 também falhou nas tentativas de classificar sua ainda hoje inexpressiva Libéria a Mundiais.

Podemos também citar aqueles que não tiveram a oportunidade de disputar uma por questões políticas. O brasileiro Heleno de Freitas, a despeito de sua conturbada vida pessoal, foi um cracaço nos anos 40, década que, como todos sabem, foi afetada pela Segunda Grande Guerra e não viu nenhum país sediar uma edição de Copa. O argentino Antonio Sastre, ídolo são-paulino naquela década, também foi afetado pela mesma razão (também até porque em 1938, quando teria a oportunidade, El Culia foi afetado pela decisão de seu país, Argentina, ofendida pela quebra do rodízio de anfitriões América do Sul-Europa, de não viajar à França). 

Há, todavia, casos como o de Dwight Yorke, contemporâneo de Giggs no Manchester United multicampeão do final dos anos de 1990, responsável por, depois de ter largado a sua seleção trinitina, voltar para uma última tentativa e sair-se bem, tendo jogado a Copa de 2006, na Alemanha, e dos ídolos holandeses Clarence Seedorf e Patrick Kluivert, que, a despeito de sua nacionalidade surinamesa, brilharam no futebol da antiga metrópole e por ela, uma seleção mais qualificada, tiveram a chance de jogar a fase final da competição. 

Torcemos, assim, para que Bale entre para esse segundo grupo e, como não teria a possibilidade nem de trocar de seleção, já que, à exceção de um país deixar de existir, o jogador, uma vez que toma tal decisão, não pode voltar atrás, não deixe de ser mais um futebolista de imenso talento fora de uma Copa do Mundo.

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