sábado, 12 de maio de 2012

Barça 1992 x Barça 2012: Escolha o seu preferido


         
Por Lucas Ribeiro

        
          Vinte anos depois de levantar pela primeira vez a taça continental interclubes, o Barcelona, apesar de franco favorito ao título europeu, acabou caindo nas semifinais da Champions League, diante do Chelsea. Mas o time de Pep Guardiola acabou imortalizado por muitos por ter se tornado um adversário quase invencível desde 2008, quando o ex-volante assumiu o comando técnico da equipe.
           
          Em 1992, porém, assim como o atual, o time do Barça era conhecido como Dream Team. O grande Johan Cruijff foi, por sua vez, também responsável pela montagem de um esquadrão recheado de craques, como o búlgaro Stoitchkov, o dinamarquês Laudrup, o holandês Koeman e o próprio Pep, o comandante que imprimiu novo brilho aos blaugranas.
            
        Contudo, uma das principais diferenças entre ambos os Barcelonas estava no esquema tático. Há duas décadas, inspirado pela bem-sucedida campanha da seleção alemã no Mundial de 1990, que apresentou a exuberância de Löttar Matthaus como líbero, boa fase que se seguia no seu clube, a Internazionale de Milão, o 3-5-2 virou uma coqueluche do futebol na época. Acompanhando a tendência, tendência esta que fez o também fortíssimo Milan do período transformar o gigante Franco Baresi em sweeper, os catalães passaram a atuar com Ronald Koeman na função.
            
         Além de ser um belíssimo zagueiro, contava a seu favor sua capacidade técnica acima da média: o holandês era também responsável pela bola parada e, além do mais, toda jogada ofensiva deveria nascer dos seus pés. Guardiola, como primeiro volante, e um dos jogadores mais tecnicamente bem dotados da função à altura, auxiliava o líbero a fazer com que as saídas barcelonistas fossem as mais cristalinas possíveis.
            
          Ao contrário de hoje, na equipe onde um dos principais pontos fracos residem no setor defensivo. Puyol e Piqué são jogadores com menores condições de “arredondar” a bola, fazendo com que a equipe concentre sua posse com os jogadores de frente, pressionando o adversário dentro de seus próprios limites. O destaque, portanto, da equipe atual fica por conta do trio Xavi-Iniesta-Messi, que, além da impressionante habilidade, mantém a bola basicamente em seus pés, se fazendo necessário, pra isso, uma movimentação quase constante dos camisas 6, 8 e 10, que é o coração barcelonista.
            
          No ataque de 1992 destacavam-se as descidas de Stoichkov pela esquerda e de Salinas pela direita. Contudo, mais técnico, o búlgaro geralmente armava as jogadas para que o espanhol, mais alto e de melhor presença na área, finalizasse. Além do mais, Laudrup, que jogava numa linha mais encostada à dupla de ataque, tornava o esquema barcelonista um 3-4-1-2, sendo ele, além de municiador dos atacantes, também um elemento surpresa na hora das finalizações.
            
     Naquela época, resumindo, prevalecia um futebol mais “europeu”, mais previsível. Apesar de tecnicamente muito forte, se baseava num esquema bem definido e que mantinha, além do mais, a responsabilidade de armação na dupla Koeman-Guardiola. Hoje, além da maior velocidade, gerada pela alta troca de passes, o time é capaz de apresentar variações táticas constantes: a cada partida, joga no 4-2-3-1, no 3-4-3, no 4-2-4 ou em algum outro esquema mais útil às suas necessidades.

            Para terminar, creio que o Barça de hoje venceria o de 1992 por 2 a 0. E levantaria mais uma Champions League!

Um comentário:

  1. Duas equipes fantásticas.
    Também acho que o Barça de hoje venceria o de 1992. Com muito suor, mas venceria.

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