por Lucas Ribeiro
Depois
de eliminarem os favoritos Barcelona e Real Madri à final, Chelsea e Bayern
entraram em campo para decidir quem seria o campeão europeu da temporada. A
coincidência deu o ar de sua graça ao conceder aos alemães o direito de decidir
o título em casa. Com os ingleses desfalcados de seu capitão Terry, depois de
ser expulso ao fazer falta boba em cima de Messi, no segundo jogo das
semifinais, de Ivanovic e do importantíssimo Ramires, ambos através do sexto
cartão amarelo, e os alemães, de Luiz Gustavo, Alaba e Badstuber pelo mesmo
motivo dos camisas 2 e 7 londrinos, ambas as equipes entraram no 4-2-3-1.
O
time de Roberto di Matteo, dessa forma, foi ao gramado com: Cech; Bosingwa, Cahill,
David Luiz e Ashley Cole; Mikel e Lampard; Kalou, Mata e Bertrand; Drogba. Já
os bávaros, sob o comando de Jupp Heynckes, técnico campeão em 1998 com os
merengues, foram assim escalados: Neuer; Lahm, Boateng, Timoschuk e Contento;
Schweisteiger e Kross; Robben, Müller e Ribéry; Goméz.
O
Bayern, abusando de sua proposta de se basear num meio-campo leve, foi à frente.
O jovem Contento, inclusive, foi uma grata surpresa da decisão, fazendo boa
partida. Quem não se destacou muito foi Super Mário, como é chamado o centroavante
germânico pelos torcedores, que desperdiçou ao menos duas chances claras de
gol. O Chelsea, com sua já famigerada retranca, quando a equipe se
defende com nove homens atrás da linha da bola, fez um duro primeiro tempo:
Bosingwa, Cole e David Luiz, na tentativa de parar os ágeis adversários, foram
responsáveis por algumas faltas.
Contudo,
os blues, donos também de uma talentosa meia-cancha, apesar de terem chegado
menos ao gol de Neuer, saiam com qualidade da defesa, mas ameaçando mais
incisivamente uma única vez, depois de um chute de Kalou, defendido pelo
monstruoso arqueiro do time muniquense. No segundo tempo, como era de se
esperar, o jogo virou um pesado teste para cardíacos: se mantendo no seu escopo
defensivo, o Bayern continuava atacando e se traduzindo num perigo iminente.
Já
que de Goméz as coisas não iam, de Müller, aos 37 minutos, elas, finalmente,
foram. Depois de excelente cruzamento de Schweisteiger, o camisa 25 passou nas
costas de Ashley Cole e, conscientemente, cabeceou ao chão. Ao quicar, ela
tirou toda e qualquer chance de defesa de Cech, que, em vão, tentou dar um tapa
na bola. A comemoração do autor do gol, explosiva, dava uma dimensão da tensão
da partida.
Com
o resultado favorável, faltando oito minutos para o final do embate, Heynckes
trocou Müller pelo gigante zagueiro belga van Buyten, transformando os bávaros
em um 3-4-3. Em resposta à alteração do colega, di Matteo, que já havia
substituído Bertrand por Malouda, pôs em campo o predestinado Fernando Torres,
deixando, assim, os londrinos em um 4-2-2-2. Apesar de responsável pelo gol que
eliminou o Barça da Champions, não foi o espanhol o responsável por empatar, mas sim Drogba, que,
aos 43, empatou e levou o jogo à prorrogação.
O
herói inglês, porém, logo no início do, assim digamos, terceiro tempo, fez pênalti
em Ribéry. Este, se convertido, devolveria aos alemães uma imensa possibilidade
de levantar sua quinta edição de Liga dos Campeões. Contudo, Robben, diante de
um agigantado Cech, deixou a bola nas mãos do goleiro tcheco, que foi
cumprimentado ainda no chão por Ashley Cole. O número 1 dos blues continuou fazendo
um belíssimo tempo extra, contrastando com o massacrante número de finalizações
do Bayern, que teve 20 escanteios a seu favor.
Nem
na segunda parte do prolongamento o ritmo diminuiu. Bayern e Chelsea, de fato,
jogaram uma eletrizante partida, que se arrastaria aos pênaltis: nem a defesa
de Neuer no cobrança de Mata, que inaugurou a nova série de disputas, deu o
título ao time que mais esteve à frente, tanto no placar quanto nas
possibilidades de gol. Olic e Schweinsteiger, os dois últimos a cobrar aos
alemães, só puderam ver Cech, mais uma vez, crescer e dar aos ingleses o seu
primeiro título europeu, saciando, assim, o sonho de Roman Abramovic. Agora é
esperar o Mundial!
P.S.: Merece ainda consideração a ponderação de Victor Birner, que escreveu o seguinte em seu blog:
Mérito!
Por favor, não me venha falar de injustiça.
Na parte técnica, o campeão realmente era o pior dos semifinalistas.
A qualidade individual é importante para qualquer time, contudo o futebol exige mais.
Raça, tática, força emocional… Todas juntas levam a equipe a superar o rival mais capaz.
Os Blues, na UCL, mostraram tais virtudes.
E não contaram com auxílio do apito.
Por isso, conquista merecida, que deve ser aplaudido, inclusive por quem reprova o futebol defensivo.
Parabéns ao Chelsea!
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