domingo, 3 de junho de 2012

Brasil 0 x México 2 - Balanço

por Lucas Ribeiro

Hoje, em Dallas, o Brasil enfrentou o México empolgado pela boa sequência de dez jogos de invencibilidade. Só que, ao contrário dos desempenhos das duas últimas partidas, contra Dinamarca e EUA, o time de Mano Menezes patinou contra um adversário defensivamente bem postado. Os mexicanos, treinados por José Manuel de la Torre, entraram num 4-2-3-1, assim disposto em campo:

Já os brasileiros, como de praxe, entraram no 4-3-3, assim armado por Mano:

Com pouco mais de dez minutos de jogo, quem marcou primeiro foram os brasileiros: depois de lançamento de Hulk, Leandro Damião dominou e, tirando do goleiro Corona, balançou as redes. Contudo, o auxiliar constatou impedimento e anulou o tento. Pelo lance é possível observar o "rochedo" que iria proteger a meta durante os 90 minutos. Veja abaixo.

A defesa, em linha, forçou a posição irregular do atacante colorado; contudo, ao contrário do setor defensivo norte-americano, os mexicanos contavam com dois volantes bastante combativos, Moreno e Zavala, que guardariam posição durante todo o jogo. 

Num outro momento é possível reparar como os defensores se posicionavam, a fim de unicamente não permitir que o ataque brasileiro avançasse. Agora, com Oscar, que, diante da dura marcação, não conseguiu render o mesmo que na quarta-feira:
Os gols mexicanos, por sua vez, não tardariam a sair. Aos 22 minutos, depois de receber cruzamento na esquerda, Giovani dos Santos, parecendo que cruzaria para Chicharrito, chutou direto ao gol de Rafael, que foi encoberto pela bola. Não conseguindo reação, e sendo anulado pelo forte combate do adversário, o Brasil sofreria novo revés aos 32: depois de uma bobeira de Sandro, o fraco zagueiro Juan cometeria pênalti no autor do então único tento da partida. Chicharrito, o responsável pela cobrança, converteu e aumentou a vantagem do México. 

Ao final do primeiro tempo, o Brasil ainda tentou desafogar o jogo, ameaçando com Juan depois de escanteio batido por Neymar. Na volta do intervalo, contudo, o México quase ampliou depois de boa jogada finalizada por Chicharrito. Conseguindo o que queria, os mexicanos forçaram Mano Menezes a mexer no time: com isso, sairiam Sandro e Damião e entrariam Lucas, que tinha como objetivo dar mais velocidade ao ataque verde-e-amarelo, e Pato, que, ao contrário do camisa 9, tentaria fazer a seleção encostar no placar. Ainda falando em alterações, Thiago Silva, sentindo dores no joelho, deu lugar a Bruno Uvini, que pode ser importante desfalque contra a Argentina. 

As substituições, entretanto, não surtiram efeito: Lucas sumiu atrás dos marcadores e Pato ainda perderia, com pouco mais de 30 minutos de segunda etapa, um gol feito. Neymar, a grande vedete brasileira, ainda tentou algumas jogadas, mas foi anulado até na base da violência, quando chegou a discutir com um defensor mexicano. Assim, a seleção conheceria sua primeira derrota em 2012. E, voltando a falar de Thiago Silva, a possível não-presença do mais experiente atleta do grupo nessa convocação contra os argentinos pode expôr uma fragilidade latente na nossa defesa: as constantes subidas de Marcelo, que acaba desguarnecendo o setor, como podemos ver na imagem seguinte:
 Num contra-ataque mexicano, Chicharrito foi lançado sozinho, sendo coberto por Juan. A alguns metros, é possível observar Marcelo, ainda voltando para marcar o atacante do Manchester United. Ou seja, uma ainda jovem dupla de zaga, com Bruno Uvini e Juan, contra um rival pode transmitir insegurança aos outros setores. 

Para terminar, gostaria de parabenizar os mexicanos, que fizeram boa partida diante de um embalado Brasil. Há quem não goste de esquemas táticos mais fechados, mas, diante de alguns adversários, é necessário tomar uma postura mais cautelosa. Dessa maneira, se preparando para o início das Eliminatórias da CONCACAF, o triunfo sobre os anfitriões do próximo Mundial dará empolgação ao time de de la Torre, apesar dos frágeis adversários que terão pela frente.




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