domingo, 10 de junho de 2012

Irlanda 1 x 3 Croácia - Balanço

por Lucas Ribeiro

Devo, infelizmente, confessar que não consegui acompanhar o até agora mais esperado jogo da Euro 2012, Espanha x Itália. Bom jogo, 1 a 1, os italianos abriram o placar, logo em seguida os espanhóis empataram. Mas enfim. Já que não pude assisti-lo, vamos à segunda e última partida do dia pelo mais importante torneio inter-seleções do Velho Continente: Croácia, que tenta voltar aos felizes dias de 1998, quando chegou às semifinais da Copa do Mundo, e Irlanda, do experiente técnico italiano Giovanni Trapattoni.

Confesso que, pelos 14 jogos que os irlandeses mantinham de invencibilidade antes da Euro, tinha bastante expectativa em relação à atuação dos jogadores do time de camisa verde. No país, inclusive, acreditava-se na possibilidade da seleção chegar longe, podendo atingir até, para alguns, a final. Entranto num 4-4-2 em linha, o mais tradicional esquema britânico, assim foi escalada pelo seu veterano treinador:


 Já os croatas, treinados pelo zagueiro de 98 Slaven Bilic, foram a campo em um 4-2-3-1, assim dispostos:



Logo aos dois minutos de jogo, porém, minha expectativa em relação à Irlanda começou a desmoronar. Depois de uma cabeçada de Mandzukic, a bola, que foi lenta, conseguiu ser, entretanto, mais rápida que o goleiro Given, que, mesmo tocando nela, viu as suas redes estufarem. 1 a 0 Croácia. O tento, por sua vez, obrigou os defensivos irlandeses a se lançarem ao ataque. Assim, aos 18 minutos, depois de uma falta cobrada pela esquerda, o lateral St. Ledger foi mais esperto que a defesa adversária e, subindo mais alto, empatou. 1 a 1. 

O gol fez a Irlanda passar a jogar sob sua característica. Estes puderam se retrair como nunca na partida, forçados a atacarem depois do triunfo croata logo no início. Destaco na imagem seguinte a compactação das duas linhas de quatro jogadores (defesa e meio-campo) dos irlandeses:

Mas, no final do primeiro tempo, mais precisamente aos 42 minutos, depois de uma bizarra rosca de Ward, Jelavic, mesmo em posição irregular, se beneficiou da bola entregue pelos adversários e marcou o segundo tento croata, que deu tranquilidade aos eslavos na segunda etapa, segunda etapa esta que já começou com pressão por parte da equipe azul, que, aos 3, ampliou ainda mais sua vantagem, novamente com Mandzukic, depois de se impor frente à defesa adversária e cabecear no canto de Given, que ainda viu a bola bater em si, antes de entrar. 

Não vendo uma pronta reação, Trapattoni colocou Waters e Cox nos lugares, respectivamente, de McGeady e Doyle. O segundo, mais aberto pela esquerda, colocou os irlandeses num falso 4-3-3. Mesmo assim, as alterações não surtiram efeito, e a Croácia, cada vez mais controlando as ações do jogo, ainda viu a entrada do volante Kranjcar no lugar do meia-atacante Jelasic, o que lhes deu ainda mais posse de bola. 

Tranquilos, os croatas resumiram seu jogo ao controle da bola, e não viram nenhuma efetiva ameaça ofensiva irlandesa até os 49 minutos, quando o árbitro alemão Björn Kuipers apitou o final da partida. Esse resultado, por sua vez, dá tranquilidade à Croácia, que na próxima rodada encara os italianos (até um empate, nessas condições, é um resultado favorabilíssimo). Já a Irlanda, que enfrenta os espanhóis, precisará trabalhar muito para tentar uma vitória, talvez o único resultado que ainda lhe dê esperanças, contra uma fortíssima Espanha. 

DESTAQUES DO JOGO

BOLA CHEIA: 

Mandzukic (Croácia) - Autores de dois importantíssimos gols. Bom posicionamento na área foram fundamentais para que ele, centroavante, fosse o principal responsável por uma vitória que, como já dito, dá imensa tranquilidade à sua seleção.

Perisic (Croácia) - Aliado à destacável presença de Mandzukic na área, o lado esquerdo croata, principalmente na figura de Perisic, pode alçar boas bolas na área irlandesa.


BOLA MURCHA:

Given (Irlanda) - Excelente goleiro, mas esta noite, em Poznan, conheceu o azar. Em dois dos três gols croatas tocou na bola, mas não foi capaz de evitá-los

Setor defensivo irlandês - Apesar de bastante festejado, não demonstrou a firmeza que prometia para um início de Eurocopa. E ainda pior: contra o adversário menos perigoso do grupo, o que coloca uma possível vaga na segunda fase em ameça.


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