terça-feira, 26 de junho de 2012

Juvenal, o juvenil

por Lucas Ribeiro

Émerson Leão não é mais o técnico do São Paulo. Na tarde desta terça, 26, o ex-goleiro acabou demitido pela cúpula são-paulino. Responsável pelo título paulista de 2005, na sua primeira passagem pelo tricolor, o treinador não conseguiu dar os títulos estadual e da Copa do Brasil, competição tratada como prioridade, deste ano ao clube. Em choque (desde sempre) com a diretoria, deixa a equipe mais vulnerável, principalmente quando se passam os olhos nos nomes disponíveis no mercado.

Infelizmente, por mais que estivesse fazendo um trabalho abaixo das expectativas, Leão, em comparação aos dois últimos nomes contratados ou a um proposto pelos cartolas, Carpegiani e Adílson Batista, na primeira categoria, e Cuca, na segunda, até lembra um "Telê Santana". A sua demissão, assim, só reforça a desorganização instalada dentro do clube e capitaneada pelo omisso presidente Juvenal Juvêncio, que, como dito em um recente post, se vangloria da estrutura de um time que está há quase quatro anos sem títulos e que vê os três principais rivais, Corinthians, Santos e Palmeiras, decidindo-os. 

A justificava dada por JJ para a demissão de Leão é a síntese da tragicômica administração tricolor: “Quando tiramos o Adilson (Batista), dizíamos que o problema do São Paulo não era o técnico, era o plantel. Agora, nos temos uma equipe competitiva, aquela equipe saiu. Mudou-se o plantel. Então se restabeleceu uma ordem. Agora, o problema era o técnico”. Comparando o clube ao inglês Chelsea e aos espanhois Barcelona e Real Madri, provando mais uma vez a absurda megalomania juvenciana, que contratarão, segundo ele, no máximo três atletas para a próxima temporada, afirma que o tricolor trouxe 23 reforços no início do ano. 

Como é fácil olhar apenas números: enquanto Real Madri, atual campeão espanhol, Barcelona, time mais elogiado do mundo, e Chelsea, campeão europeu em maio, têm elencos extremamente festejados, pela qualidade, os são-paulinos são obrigados a ver os toscos Paulo Miranda, Édson Silva, Piris e Willian José trajando a camisa tricampeã da Libertadores com a pompa de "craques". E pior: nem quando Juvenal decide tirar o escorpião do bolso e, investindo 5 milhões de euros mais 30% da promessa Wellington, traz Jádson, este consegue ser no mínimo regular. 

O mundo cai sobre as costas de Leão como se ele fosse o único culpado: aliás, alguém poderia me responder que responsabilidade tem o técnico depois que o centroavante e estrela do time Luís Fabiano perde gols feitos numa partida decisiva, de semifinal de Copa do Brasil, contra o Coritiba? Os problemas são maiores do que parecem. Ou melhor, ocupam postos maiores do que os dos que caem. E, mesmo sem conquistas há quase meia década, o principal culpado, JJ, continua dormindo em berço esplêndido, vendo uma falsa Europa na nebulosa vida são-paulina.

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