segunda-feira, 30 de julho de 2012

A supresa (SIM!) chamada Atlético Mineiro

 por Lucas Ribeiro

Em junho, depois da saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo e de seu acerto com o Atlético-MG, acreditava que o Galo, somado ao fraco técnico Cuca, não teria muito futuro no Campeonato Brasileiro e que faria, a exemplo dos elevados gastos e da boa estrutura apresentados dos anos anteriores, uma campanha novamente pífia, campanha esta que se resumiria a lutar contra o rebaixamento. 

Contudo, quase dois meses depois, admito, tenho que dar o braço a torcer. A liderança isolada tem me deixado boquiaberto. R49, seu novo número na camisa, por enquanto, tem sido (SIM!) uma surpresa. Vem jogando o fino auxiliado por jovens talentos, como Danilinho e Bernard. O clima em BH parece tão positivo que até mesmo o problemático Jô do Internacional deu lugar a um interessante ponto de referência atleticano nas áreas adversárias. 

Vamos, então, analisar o time comandado pelo também surpreendente Cuca, que, depois de quase dez anos sem desenvolver um trabalho de grande destaque, e justamente aquele único que lançou seu nome como uma promessa dentro do futebol brasileiro, o Goiás de 2003, com Fabão, Josué, Danilo, Grafite e Dimba, tenta dar a volta por cima. Vejamos:


O treinador lança a campo um time baseado no 4-2-3-1. O segredo do time é a velocidade, impressa pelos extremamente ofensivos laterais Marcos Rocha e Júnior César e pelos meias Danilinho e Bernard. As inversões entre estes dois, com o primeiro jogando pelo setor direito e o segundo, pelo esquerdo, se tornaram comuns. Acompanhe, primeiro em um dos gols na vitória de 2 a 0 sobre o Santos e depois no empate do último domingo, por 0 a 0, contra o Fluminense.


Ronaldinho, o homem da bola parada, também se utiliza dos altos Réver (1,94m) e, principalmente, Jô (1,89m), o centroavante da equipe. Acompanhe novamente, agora numa jogada ensaiada, no empate contra o Flu, no qual, apesar do 0 a 0 no marcador, o pentacampeão oferece perigo à defesa adversária com seus temíveis cruzamentos. 


Com poucas possibilidades de encontrar Jô, acompanhado por dois marcadores, Ronaldinho procura o baixinho Danilinho (1,67m), desmarcado na direita...

Este, por sua vez, aqui "engolido" pela placa de publicidade, ao puxar a marcação em direção à bola, cabeceia para Jô, que está no centro da pequena área...


Assim, Jô, menos pressionado pelos defensores, efetua a cabeçada, que, apesar de mal-sucedida, assusta o goleiro Diego Cavalieri. 

Devemos destacar o bom volume de jogadas ofensivas do Galo. Um time que aposta na velocidade de jovens jogadores e principalmente na experiência e na técnica de um Ronaldinho Gaúcho, que, se interessado, é brilhante, para devolver um título nacional ao clube depois de 41 anos na fila. 



DESTAQUES


PONTO FORTE: O já citado bom volume de jogo ofensivo atleticano. A velocidade de Danilinho e Bernard  se complementa com a técnica de Gaúcho e com o posicionamento de Jô, o que faz do Atlético um time letal com a bola nos pés. 

PONTO FRACO: apesar de um cão-de-guarda da categoria de um Pierre protegendo a defesa, o Galo sofre justamente das extremadas investidas dos seus laterais e de Danilinho e Bernard, fator que, num contra-ataque, pode decidir um jogo em favor do adversário.



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